Novo fundo de green bonds na agenda ESG dos BCs

O BIS lançou um novo fundo de investimento em títulos verdes para ajudar bancos centrais a inserirem os critérios de sustentabilidade ambiental nas suas aplicações de carteira. A medida ganhou respaldo do Banco Central Europeu, que também anunciou a criação de um centro sobre mudanças climáticas em prol do meio ambiente.
Novo fundo de green bonds na agenda ESG dos BCs
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Por Equipe ProPague
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O lançamento de novo fundo de green bonds, ou títulos verdes, para bancos centrais foi uma das novas medidas em prol do meio ambiente anunciadas por autoridades monetárias. O anúncio se deu durante a última semana de janeiro, quando a sustentabilidade e a mudança climática estiveram no centro da arena internacional.

Entre 25 e 26 janeiro, a Cúpula Internacional sobre Mudança Climática reuniu 30 líderes mundiais e milhares de participantes da academia, organizações da sociedade civil e setor privado. Em paralelo, o meio ambiente foi um dos principais tópicos discutidos na Agenda Davos 2021 do Fórum Econômico Mundial.

Os chamados fundos verdes são como os fundos de investimento tradicionais, que levantam recursos em troca de um rendimento financeiro para o investidor. A diferença é que, com os green bonds, esses recursos financiam apenas companhias que atendem a certos critérios ESG – de governança corporativa e sustentabilidade socioambiental -, com foco na preservação do meio ambiente.

BIS lança segundo fundo de green bonds para bancos centrais

O Banco de Compensações Internacionais (BIS), conhecido como banco central dos bancos centrais, anunciou no dia 25 de janeiro o lançamento de um segundo fundo de investimento de green bonds.

O fundo de investimento aberto é denominado em euros e é voltado aos portfólios dos bancos centrais. O primeiro fundo de títulos verdes do banco, denominado em dólares, foi lançado em 2019.

Os dois fundos investem em títulos de alta qualidade (com rating mínimo de A-) e que atendem aos critérios verdes internacionais da International Capital Market Association ou da Climate Bonds Initiative. Esses títulos financiam grandes investimentos em projetos ecológicos, a exemplo de produção de energias renováveis e eficiência energética.

Juntos, os dois fundos verdes devem gerir cerca de US$ 2 bilhões destinados a financiar projetos ecossustentáveis. A iniciativa é um meio para auxiliar bancos centrais ao redor do mundo a incluírem a agenda de sustentabilidade na gestão de reservas e investimentos.

| Em 2020, o Banco Central do Brasil inseriu a sustentabilidade ambiental como pilar estratégico da Agenda BC#. Confira o Panorama Econômico #26: Sistema Financeiro e Agenda de Sustentabilidade

Iniciativa para green bonds ganha apoio do Banco Central Europeu

O Banco Central Europeu declarou que irá incluir o novo fundo verde do BIS no seu portfólio de investimentos. Segundo o comunicado, a decisão complementa uma política pré-existente do banco, que já vinha comprando títulos verdes em mercados secundários.

A instituição afirma que 3,5% do portfólio de investimentos são green bonds, que somam um valor de mercado de mais de 20 bilhões de euros. Além desta decisão, na quinta, 4 de fevereiro, os 19 bancos centrais nacionais que compõem o Sistema Euro junto com o BCE definiram critérios comuns para investimentos de carteira em projetos sustentáveis.

Banco Central Europeu anuncia criação de centro sobre mudança climática

Além de aumentar a participação dos títulos verdes no portfólio de investimentos, o Banco Central Europeu também anunciou recentemente a criação de um centro de pesquisas para a mudança climática, que deve pautar a agenda climática para a região do Euro.

O novo centro deve ser inaugurado ainda no início de 2021. Entre as áreas de concentração estão: políticas prudenciais e estabilidade financeira, análise macroeconômica, risco e operações do mercado financeiro, política regional e regulação financeira, e sustentabilidade corporativa.

| Leia também: O papel das fintechs no desenvolvimento sustentável

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