As pequenas e médias empresas (PMEs), entendidas como empresas com menos de 250 funcionários, cumprem um papel central na economia sul coreana, contribuindo para geração de valor, emprego e renda.
De acordo com o Ministério das Pequenas e Médias empresas e das Startups, as PMEs respondem por cerca de 99% do total de empresas, sendo responsáveis por 82% do emprego e 48% das exportações.
As PMEs, entretanto, são justamente as empresas mais frágeis e que encontram maior dificuldade na hora de obter financiamentos e para cumprir os requisitos de conformidade com a regulação contábil e de auditoria. Não à toa, foram as que mais sofreram com os efeitos da pandemia, acumulando dívidas e falências.
Mirando essa situação, as autoridades sul coreanas estão colocando em prática projetos e iniciativas para facilitar a “vida” das PMEs e mitigar os efeitos do Covid-19.
PMEs coreanas contarão com fundo para reduzir seu endividamento
Com relação ao endividamento, a Comissão de Serviços Financeiros da Coréia do Sul (FSC) anunciou o New Start Fund, um programa de ajuste de dívidas para ajudar microempresas atingidas pela pandemia e proprietários de empresas autônomas.
No lançamento do fundo, 19 grupos do setor financeiro e instituições financeiras assinaram um memorando de entendimento e, a partir de 4 de outubro, a inscrição para o fundo passou a ser disponibilizada digitalmente no site do New Start Fund e em mais 76 locais físicos na Coréia.
O memorando foi preparado após uma série de consultas e comunicações entre o New Start Fund, o Credit Counseling and Recovery Service (CCRS) e instituições do setor financeiro. Os grupos participantes estão, agora, na fase final de coleta de acordos de cerca de 3.730 instituições financeiras que devem se inscrever para a parceria.
A otimização das regulamentações contábeis é uma das estratégias da FSC para dar suporte às PMEs
Além do endividamento e das dificuldades de acesso a crédito, as PMEs coreanas também sofrem para cumprir as regulamentações contábeis e de auditoria que foram projetadas e desenvolvidas com foco em grandes empresas, entidades cuja necessidade de proteção dos investidores é alta.
Consequentemente, essas empresas estão sujeitas a regulamentos semelhantes aos de grandes empresas, o que resulta em uma carga de conformidade relativamente maior sobre as PMEs, impondo mais encargos financeiros justamente às empresas que possuem menor rentabilidade.
Para enfrentar esse cenário, a FSC preparou medidas de revisão dos regulamentos contábeis para torná-los mais amigáveis às PMEs, facilitando a adequação dessas empresas às normas de conformidade.
As principais medidas incluem três iniciativas: a isenção de empresas listadas de pequeno porte da exigência de auditoria externa para seus sistemas de controle contábil interno; o lançamento e a operação de um centro de suporte contábil para na Korea Exchange (KRX); e a aplicação de um padrão de auditoria simplificado para pequenas empresas não listadas.
Em consonância com as melhorias regulatórias, a FSC também reforçará a responsabilidade dos executivos sobre o controle interno das práticas contábeis e elevará os incentivos para denúncias de fraudes contábeis dentro de uma empresa, aumentando o valor da recompensa para os denunciantes em três vezes.
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