Mercado de crédito é puxado por crédito pessoal não consignado e antecipações de recebíveis

Entenda o cenário do mercado de crédito no segundo semestre de 2021.
Mercado de crédito é puxado por crédito pessoal não consignado e antecipações de recebíveis
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Equipe Propague
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Apesar das mudanças no cenário macroeconômico – inflação e juros altos – o mercado de crédito no Brasil conseguiu encerrar 2021 ainda de forma positiva, de modo que eventuais reflexos da piora nas condições econômicas deve ser acompanhado ao longo de 2022. Considerando o somatório das carteiras para pessoa física e jurídica houve um acréscimo de 19,7% no saldo entre novembro de 2020 e igual mês de 2021, saindo de R$ 2,2 trilhões para R$ 2,6 trilhões.

Outra boa notícia é que o crescimento também se confirmou em termos de concessões de crédito – alta de aproximadamente 14%. Nesse contexto, as modalidades de crédito pessoal não consignado, para as pessoas físicas, e antecipações de recebíveis e de faturas de cartão de crédito, para as jurídicas, se destacaram na segunda metade do ano.

Esses resultados, entre outros indicadores, fazem parte da nova edição do relatório “Mercado de crédito em dados”, referente ao segundo semestre de 2021, publicado pelo Instituto Propague em parceria com o time de Economic Research da Stone.

Crédito para a pessoa física

Na segunda metade de 2021, o avanço na concessão de crédito para pessoas físicas teve como protagonista o segmento de créditos livres. De acordo com o relatório, no comparativo anual, as taxas expressivas de crescimento das modalidades revelam forte recuperação após os altos e baixos observados durante o período de medidas mais duras de restrição para fazer frente à pandemia da Covid-19.

Entretanto, a publicação chama a atenção para o fato de que apesar do resultado, é preciso cautela com os números, pois houve elevação da taxa média de juros mensal para os consumidores e os efeitos desse movimento provavelmente só ainda não apareceram nos dados em virtude da velocidade com qual a mudança aconteceu.

De qualquer forma, houve uma recuperação no mercado de crédito para a pessoa física entre novembro de 2020 e igual mês de 2021, período com taxa de crescimento próxima a 40%. No entanto, vale pontuar que essa recuperação aconteceu em modalidades consideradas de maior risco pelos bancos: cartão de crédito parcelado e crédito pessoal não consignado.

Enquanto isso, na segmentação de crédito com destinação específica, o maior destaque ficou para as modalidades ligadas ao microcrédito. Conforme o relatório, na comparação entre novembro de 2021 com o mês de outubro do ano anterior, mesmo com um recuo na taxa de crescimento, o avanço na concessão alcançou patamares bastante elevados, com valores consistentemente superiores a 30% de crescimento anual desde junho do ano que passou.

Concessão para a pessoa jurídica

Assim como para os consumidores, o volume de concessão de crédito para as pessoas jurídicas também registrou uma dinâmica de crescimento anual considerável nas principais modalidades. Aqui, analogamente, o maior destaque ficou com o segmento de créditos livres, em especial os relacionados à antecipação de recebíveis, com valores superiores a 50% na concessão, no comparativo entre os meses de novembro de 2020 e 2021.

Por outro lado, ainda no segmento de crédito livre, a concessão de crédito para capital de giro, apresentou uma queda recente no ritmo de crescimento. Em novembro de 2021, por exemplo, chegou a patamares próximos de zero. Ou seja, ficou em valores similares aos contabilizados em igual mês de 2020. Quando a atenção se volta para o capital de giro rotativo, o recuo na concessão foi bem expressivo, pois em novembro de 2021 fechou em um volume 20% inferior na mesma base de comparação.

Já olhando para o segmento de crédito com destinação específica, essa edição do relatório “Mercado de crédito em dados” constatou que o crescimento anual total desse tipo de crédito parece ter estagnado: alcançou patamares muito próximos a zero em novembro do ano que passou.

Mercado de crédito segundo o porte das empresas

Ainda falando sobre o crescimento da carteira para pessoa jurídica no mercado de crédito brasileiro em 2021, o documento destaca a dinâmica desigual quando abrimos os números por porte de empresa. Nesse sentido, o que se observou um crescimento anual muito superior para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), em termos relativos, ao apresentado pelas empresas de grande porte. Aliás, o relatório ressalta que essa dinâmica se intensificou ao longo dos últimos anos.

Enquanto em junho de 2020, o crescimento da carteira das MPMEs era de 10% no comparativo com igual mês de 2019, em junho de 2021 essa taxa chegou muito próximo de 40% (39,6%) ante junho do ano anterior – um avanço de quase 30 pontos percentuais. Porém, a publicação frisa que esse salto foi influenciado pela pandemia de Covid-19, que muito provavelmente reprimiu o que seria o tamanho da carteira das MPMEs em junho de 2020, com o crescimento maior refletindo uma recuperação desse movimento de queda.

Na outra ponta, focando nos resultados registrados pelas empresas de grande porte, em junho de 2020, o crescimento anual na concessão de crédito no comparativo com junho de 2019 foi de 13,3%. Porém, o ritmo caiu para apenas 0,3% em junho de 2021 no confronto com igual mês do ano anterior. Mais uma vez, ressalva o relatório, esses números provavelmente foram fortemente impactados pelos efeitos da pandemia.

Para acessar o relatório “Mercado de Crédito em Dados” clique aqui.

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