De olho no crescente interesse entre consumidores e empresas pelas criptomoedas, instituições financeiras em todo mundo estão se preparando para aumentar o suporte ao uso desses ativos digitais em seus respectivos mercados. De acordo com o estudo The Cryptocurrency Payments Opportunity (A oportunidade de Pagamentos em Criptomoedas, na tradução livre para o português), uma colaboração da PYMNTS e a i2c, embora apenas 10% dos bancos permitam, o acesso a pelo menos um tipo de criptomoeda, 75% das instituições financeiras consultadas planejam expandir o serviço nos próximos 12 meses.
Ainda de acordo com a pesquisa, enquanto 93% das instituições financeiras acreditam que seus clientes empresariais usariam moedas digitais tanto como investimento como para transações, 50% das multinacionais já utilizam ou pretendem usar ativos digitais para pagamentos internacionais. Além disso, o estudo também aponta que aproximadamente 66% dos detentores de criptomoedas as adquiriram com a intenção de fazer compras.
A publicação conclui que esses números têm pressionado bancos e agentes governamentais em escala global a intensificarem a criação de ferramentas para transações com criptomoedas, acirrando, por sua vez, a competição entre as instituições financeiras na corrida ao suporte ao uso de moedas virtuais. Para o presidente da i2C, Jim MCCarthy, isso está acontecendo devido a influência de como consumidores e empresas estão percebendo as criptomoedas, o que gera um maior movimento nessa direção.
“As percepções dos consumidores e das empresas sobre as criptomoedas evoluíram muito na última década, de conversas a algo levado mais a sério e acompanhado por empresas financeiras e mídia até onde estamos hoje, que são discussões reais em torno do tema em jantares e encontros de negócios”, afirma.
De olho no potencial das criptomoedas
Diante desse cenário, expõe o estudo, seria imperativo que instituições financeiras oferecessem opções de pagamento em criptomoedas para permanecerem competitivas em um futuro que os ativos digitais sejam comuns em transações B2B.
“As empresas estão analisando como as moedas virtuais podem atender às suas necessidades de pagamento. Aquelas que procuram se tornar globais estão particularmente interessadas à medida que procuram soluções que possam ajudá-las a aliviar pontos problemáticos associados aos pagamentos internacionais B2B”, expõe o documento.
“Por ser inerentemente um ativo baseado em rede, cripto se move mais facilmente através das fronteiras, já que você não precisa passar por uma miríade de bancos correspondentes para transferir valor”, justifica McCarthy.
Dessa forma, com um número crescente de empresas e consumidores utilizando moedas virtuais para pagamentos, transferências e investimentos, as instituições financeiras e as fintechs estão cada vez mais de olho nos benefícios potenciais das criptomoedas, conclui o estudo.
Desafio para as instituições financeiras
Contudo, a publicação chama a atenção para o fato de que oferecer suporte a experiências de pagamentos em criptomoeda de forma contínua e rápida ainda pode ser um desafio para as instituições financeiras.
Nesse contexto, mudanças nas regulamentações, disponibilidade de infraestrutura digital e confiança são apontadas como fatores que podem dificultar a adoção das moedas virtuais. Assim, para enfrentar tais obstáculos, diz o documento, os bancos devem examinar com cautela as tendências em torno das moedas virtuais em todo o mundo. “Eliminar os pontos de atrito é a chave para o crescimento e adoção de criptomoedas em escala global”, fala.
Dessa forma, o estudo orienta que os bancos devem continuar a observar atentamente como empresas e consumidores interagem com as criptomoedas para determinar a melhor forma de se posicionar como forças dominantes nesse espaço. “Consumidores e empresas provavelmente se sentirão cada vez mais confortáveis com a utilização de ativos digitais para pagamentos, o que significa que o desenvolvimento de métodos de transação de criptomoeda rápidos e contínuos será fundamental para as instituições financeiras”, afirma. “Ganhar a confiança das empresas e dos consumidores será crucial para garantir o sucesso das iniciativas globais de criptomoedas”, conclui.
Veja ainda:
Mundo cripto: entenda o cenário internacional
