Pagamentos com criptomoedas avançam em escala global

Pesquisa revela que 58% das multinacionais já utilizam pelo menos um dos criptoativos disponíveis para transações. Movimento supera a parcela de empresas que usa criptomoedas apenas como investimento (21%).
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Pagamentos com criptomoedas ganham cada vez mais espaço no mercado global, mesmo diante da volatilidade de preços e da incerteza regulatória do setor. Isso é o que revela a pesquisa “Criptomoeda, Blockchaim e Negócios Globais”, da PYMNTS, que mostra que mais da metade das empresas multinacionais (56%) já utilizam a tecnologia blockchain, sendo que percentual semelhante (58%) faz o uso de pelo menos uma forma de criptomoeda, principalmente com o intuito de realizar transações comerciais entre as fronteiras.

O estudo, fruto de extensa pesquisa realizada com executivos de 250 empresas multinacionais e 250 instituições financeiras com atuação global, mostra também que 10% das Instituições Financeiras consultadas fornecem, atualmente, acesso a pelo menos uma forma de criptomoeda. Ao passo que 73% delas planejam expandir o acesso a esses criptoativos nos próximos 12 meses.

Pagamentos com criptomoedas no Brasil já é uma realidade

O movimento de efetuar pagamentos com criptomoedas também avança no Brasil. A CoinPayments, uma das principais empresas de soluções em pagamentos com criptomoedas do mundo, já transacionou, até agora, R$ 200 milhões em 2021 em território nacional, mesmo tendo desembarcado no país em abril desse ano. Porém, a meta é movimentar mais de R$ 520 milhões até dezembro.

Existem várias razões que explicam esse crescimento atual e potencial no futuro próximo. De acordo com Rubens Neistein, diretor de negócios da CoinPayments no Brasil, “no pagamento com criptomoedas não existe chargeback (cancelamento). A partir do momento que ele recebe o pagamento em cripto em sua carteira, não existe a chance de estorno. E, além disso, as taxas envolvidas são mais baixas. Hoje, a taxa para um pagamento em criptomoeda utilizando a CoinPayment é de 0,5%, e o lojista recebe esse valor à vista em sua carteira.

Atualmente, conforme exposto pelo executivo, no Brasil são cerca de três milhões de pessoas que estão usando, comprando e guardando criptomoedas, até como ativo de investimento. A fim de tornar isso possível, a CoinPayments possui um software de gestão de carteiras e custódia de criptomoedas, além de oferecer aos seus clientes ferramentas para receber pagamentos em mais de 2.100 criptoativos.

Nessa direção, a estratégia do negócio da empresa para difundir pagamentos com criptomoedas prioriza nichos como e-commerce, marketplaces, fintechs, financeiras, telecom, empresas de Tecnologia da Informação (TI), nuvem, soluções digitais, startups, entre outras.

Criptomoedas já podem ser compradas e vendidas em caixas eletrônicos

Enquanto crescem os pagamentos em criptomoedas, elas também ganham novas formas de difusão. Atualmente, já é possível a compra e venda de bitcoin e outros criptoativos por meio de caixas eletrônicos. A novidade chegou ao Brasil no fim de 2020, inicialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde foram instaladas dez máquinas em shoppings centers nessas cidades.

A inciativa é uma parceria da Coin Cloud, empresa norte-americana especializada na fabricação de caixas eletrônicos de bitcoin, com a brMalls, maior rede de shopping centers do Brasil.

Além das dez máquinas em funcionamento nas capitais carioca e paulista, eles tem mais 15 caixas eletrônicos de criptomoedas que entraram em operação em Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Curitiba (PR) e Campo Grande (MS). No entanto, em seu plano de expansão, Brasília e Goiânia, assim como outras cidades, já estão na mira da empresa.

Segundo a Coin Cloud, as máquinas nos shoppings da rede brMalls negociam até 30 criptoativos. Além do bitcoin, é possível encontrar ether, litecoin, stablecoins, entre outros. O equipamento funciona de forma semelhante aos caixas eletrônicos convencionais e apresenta todas as instruções na tela, em português.

“Uma das motivações para levar a Coin Cloud para o Brasil é que os brasileiros têm grande interesse por criptomoedas. Uma pesquisa recente, publicada pela Forbes, coloca o país em segundo lugar em porcentagem de pessoas que possuem criptomoedas, atrás apenas da Turquia”, afirma Chris McAlary, CEO da Coin Cloud, em comunicado.

De acordo com dados do site Coin ATM Radar, que monitora caixas eletrônicos de criptomoedas em todo o mundo, o total de equipamentos instalados em 2021 já é maior do que o registrado em todo o ano de 2020, tendo mais de 24 mil unidades em diversos países – crescimento de 70% no período.

Bitcoin e stablecoins são as criptomoedas mais utilizadas em pagamentos

De acordo com a pesquisa “Criptomoeda, Blockchaim e Negócios Globais”, da PYMNTS, as empresas multinacionais não estão utilizando apenas o bitcoin, criptomoeda predominante mundialmente e que está presente em 31% delas, para pagamentos. Na verdade, elas estão se valendo de uma variedade de criptomoedas.

Entre os criptoativos que se destacam por sua rápida aceitação estão ainda os stablecoins, com 29%, seguidos do ether na terceira posição, com 24%.

Gráfico mostra o uso de criptomoedas entre empresas multinacionais.
Gráfico mostra o uso de criptomoedas entre empresas multinacionais. Fonte: PYMNTS.

Por sua vez, ao explicarem a forma como utilizam cada um desses ativos, 16% das empresas afirmam que usam o bitcoin apenas para transações, em comparação com 2% que o utilizam exclusivamente para investir. Ao mesmo tempo, 14% das empresas multinacionais mantém esta moeda para ambos os fins.

Já com relação aos stablecoins, 16% das empresas usam esses ativos digitais para transações, enquanto apenas 1% os usa exclusivamente como investimento.

“As tecnologias de criptomoedas e blockchain ganharam força considerável no período relativamente curto de tempo em que estão disponíveis para aplicações comerciais. Especialmente entre empresas que operam no exterior. A maioria das empresas multinacionais usa pelo menos um tipo de criptomoeda. E mais de 80% das organizações que fazem negócios em dez ou mais países usam o recurso. Assim como, outros aplicativos baseados em blockchain são igualmente atraentes para essas empresas, especialmente os contratos inteligentes”, conclui a pesquisa da PYMNTS.

Além desse estudo, outros indicadores apontam para o avanço de pagamentos em criptomoedas em escala global. Para se ter uma ideia, na outra ponta, anunciou recentemente o CFO (sigla em inglês para Chefe do Setor Financeiro) da Visa, Vasant Prabhu, os consumidores já desembolsaram mais de US$ 1 bilhão em criptomoedas, nos primeiros seis meses de 2021, com cartões da marca emitidos por empresas parceiras, como Coinbase e BlockFi.

Ainda de acordo com a Visa, a marca pretende somar forças com outras 50 empresas relacionadas às criptomoedas e conectar clientes aos mais de 70 milhões de comerciantes em todo o mundo.

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