Pagamentos via CBDC podem passar de US$ 213 bilhões em 7 anos

Pesquisa revela tamanho do mercado global do setor até 2030, com os pagamentos domésticos sendo responsáveis por 92% do valor total movimentado. Para os autores, os pagamentos internacionais devem ficar para mais adiante.
Pagamentos via CBDC podem passar de US$ 213 bilhões em 7 anos
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Equipe Propague
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Apesar de atualmente apenas 11 países possuírem versões virtuais de suas moedas em operação e 18 estarem em fase de testes-piloto, a exemplo do Brasil, segundo dados do Atlantic Council, , o potencial das transações com CBDC (sigla em inglês para moeda digital de banco central) começa a ser delineado à medida que novos modelos de pagamento aceleram a inclusão financeira.

De acordo com um estudo recente da Juniper Research, intitulado “CBDCs e Stablecoins: Principais oportunidades, análise regional e previsões de mercado 2023-2030”, na tradução direta, o valor dos pagamentos realizados em todo o mundo utilizando CBDC poderá passar de US$ 213 bilhões em sete anos.

Desse montante, mais da metade tende a ser movimentado na América do Norte, Oeste da Europa e Extremo Oriente e China. E caso se concretize, esse patamar representará um salto de mais de 200.000% ante apenas US$ 100 milhões previstos para serem transacionados até o fechamento de 2023.

Para os autores da pesquisa, esse crescimento radical certamente reflete o estágio inicial do setor, ainda restrito a poucos projetos-piloto, enquanto, na verdade, 114 países estudam a implementação de uma CBDC, conforme dados do Atlantic Council.

Com todo esse espaço a explorar, principalmente nas economias emergentes, onde a penetração móvel é significativamente maior do que a penetração bancária, a publicação justifica a previsão para esse avanço global nas transações via CDBC até o final dessa década.

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Nove em cada dez transações com CBDC serão pagamentos domésticos

Um dado que chama a atenção na publicação é que no período analisado, ou seja, até 2030, cerca de 92% do valor total movimentado através de CBDC será pago internamente, refletindo uma mudança de quase 100% durante os testes-piloto atuais, a partir de 2023.

Isso significa que, como as CBDCs são emitidas por bancos centrais, elas serão inicialmente direcionadas para os desafios de pagamentos domésticos, com os pagamentos transfronteiriços chegando mais adiante, à proporção que os sistemas se consolidam e links são estabelecidos entre cada CBDC usada em seus respectivos países.

Na avaliação de Nick Maynard, autor do relatório, apesar dos pagamentos internacionais atualmente terem custos elevados e as transações serem lentas, esse campo não é o foco de desenvolvimento inicial da CBDC.

Embora, o que se observa, é que muitos especialistas venham apontando que a moeda digital de banco central deva ser pensada para fornecer pagamentos transfronteiriços mais baratos, rápidos, transparentes e seguros desde o estágio inicial e alguns testes, inclusive, já tenham sido realizados nessa direção.

Porém, Maynard defende seu posicionamento, alegando que, como a implementação da CBDC será bastante específica em cada país, na verdade, caberá às redes de pagamento internacionais vincularem os esquemas, possibilitando que o setor de pagamentos se beneficie mais amplamente da CBDC.

Expansão dependerá do desenvolvimento de soluções ponta a ponta

Juntamente com o impulso via pagamentos domésticos, a pesquisa identificou ainda que o desenvolvimento de produtos com foco comercial em torno da CBDC é outro fator que certamente adicionará mais ganhos para o setor.

Conforme a publicação, a ausência de iniciativas nessa direção é um fator limitante importante para o mercado atual, com poucas plataformas, de fato, bem delineadas a fim de que os bancos centrais possam promover. Dessa forma, o estudo recomenda que os eventuais provedores de plataformas CBDC desenvolvam e implementem soluções completas de ponta a ponta.

Em outras palavras, isto equivale a soluções que incluam recursos habilitados para atacado, provisionamento de carteira e aceitação pelo varejo, com o objetivo de permitir a concretização de todo o potencial da moeda digital de banco central.

Ademais, na conclusão da pesquisa, os autores enfatizam que o sucesso na adoção será maior sobretudo pelos governos que alavancarem a CBDC para fins de aumentar seu controle sobre como os pagamentos digitais são feitos e para promover a inclusão financeira da população.

 

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