À medida que o volume de transações avança de forma maciça nas plataformas online de serviços financeiros, o setor se torna cada vez mais um alvo atraente para cibercriminosos e aumento das fraudes em pagamentos. É o que revela o Índice de Confiança e Segurança digital relativo ao primeiro trimestre de 2022, recém-lançado pela Sift, empresa global de prevenção de fraudes, com sede nos Estados Unidos (EUA).
Resultado de um estudo com base na rede mundial da plataforma, incluindo mais de 34 mil sites e aplicativos e ainda de uma pesquisa com uma amostra superior a 1.000 consumidores, o índice aponta para um acréscimo de 70% na taxa de ataques de fraudes em pagamentos nas fintechs em 2021. A saber, essa taxa corresponde às transações fraudulentas bloqueadas no total das operações da empresa, revelando-se como o maior aumento verificado até então em todos os verticais.
Esse avanço nas fraudes em pagamentos está correlacionado com crescimento representativo, na casa dos 120% ano a ano, nos volumes de transações por meio de fintechs na rede da Sift.
Principais alvos das fraudes em pagamentos
Conforme análise da Sift, os crescentes ataques visaram principalmente modalidades alternativas, como carteiras digitais, que tiveram aumento de 200% nas fraudes em pagamentos em 2021. Em seguida, vieram os provedores de serviços de pagamentos, com elevação de 169%, e as exchanges de criptomoedas, cujo crescimento nas fraudes em pagamentos atingiu 140% em igual período.
Além disso, a plataforma identificou táticas fraudulentas especificamente na modalidade Buy Now, Pay Later (BNPL), um dos fenômenos recentes do comércio eletrônico, que teve um incremento de 54% ano a ano nas taxas de ataques.
Além disso, os arquitetos de confiança e segurança da Sift descobriram um volume crescente de esquemas fraudulentos no aplicativo de mensagens Telegram, por meio do qual eram oferecidos acesso ilimitado a contas BNPL através de números de cartões de crédito falsos e endereços de e-mails comprometidos. Segundo a empresa esse cenário revela a variedade de métodos que os cibercriminosos estão usando para atingir o consumidor.
O impacto na confiança do consumidor
Ainda de acordo com o estudo, quase metade dos entrevistados (49%) relatou que foi vítima de fraudes em pagamentos nos últimos três anos, sendo que 41% sofreram ataques somente no último ano, o que a Sift indica que pode afetar negativamente a confiança do cliente no setor.
Nesse sentido, Jane Lee, uma das arquitetas de confiança e segurança da empresa, alerta para o fato de que “muitas marcas não percebem que os danos das fraudes em pagamentos vão além do impacto financeiro inicial”.
Na sua avaliação, a maioria dos consumidores relata abandono das marcas depois de sofrer fraude por meio do seu site ou aplicativo, diminuindo, dessa forma, o valor da vida útil do cliente e elevando os custos de aquisição.
Ademais, ela acrescenta que os clientes em potencial que observam cobranças não autorizadas de uma determinada empresa no extrato do seu banco associarão para sempre tal marca à esquemas fraudulentos.
Assim, a fim de lutar contra esses ataques e elevar a receita, ela orienta as empresas a adotarem uma estratégia de confiança e segurança digital. “Uma estratégia que tenha como foco a prevenção de fraudes e, ao mesmo tempo, agilize a experiência de seus clientes”, ensina.
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