Uma recente pesquisa da Serasa Experian revelou que, em meio ao grande potencial que surge com o Open Banking – sistema de finanças abertas que entrou em sua quarta e última fase de implementação no Brasil –, o crédito poderá ser o segmento de maior repercussão. De acordo com o levantamento, realizado com 15 mil inscritos no Cadastro Positivo em todo o país, a projeção é que aproximadamente 4,6 milhões de pessoas possam ser incluídas nesse mercado em um horizonte de dez anos, o que injetaria cerca de R$ 760 bilhões na economia em igual período.
Para chegar a essa estimativa, a empresa utilizou de tecnologias como inteligência artificial e machine learning, possibilitando traçar um cenário por meio do qual uniu dados que poderiam ser compartilhados via Open Banking com dados do Cadastro Positivo e ainda com o sistema de score de crédito calculado pela própria Serasa.
O objetivo era entender o volume de consumidores que poderiam adentrar no mercado de crédito mediante as possibilidades de compartilhamento de informações que surgem a partir do Open Banking.
De acordo com os pesquisadores, é justamente esse compartilhamento de informações que permitirá que as pessoas possam ter acesso a mais recursos financeiros de acordo com o seu perfil, dado que, quem concede o crédito terá mais segurança na avaliação a partir do que estiver detalhado no sistema. Dessa forma, eles acreditam que será possível entender qual é o comprometimento da renda do consumidor e a sua capacidade para assumir novos financiamentos.
Conforme o estudo, espera-se um aumento médio da ordem de quase 50% na projeção da capacidade de pagamento mês a mês da população, passando dos atuais R$ 929 para R$ 1.391 no intervalo de tempo analisado.
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Capacidade de pagamento conforme a faixa etária
A pesquisa da Serasa sobre os impactos financeiros do Open Banking no Brasil também examinou as faixas etárias da população vinculadas à sua capacidade de pagamento. Com relação a esse aspecto, a empresa constatou que a maior parte das pessoas desse nicho conquistaria um acréscimo substancial no valor médio da renda. O cálculo foi feito a partir dos dados personalizados por meio do sistema de finanças abertas e do Score da Serasa, conforme apresentado abaixo:
- Pessoas com até 25 anos teriam uma alta de 95,9% (de R$ 540 para R$ 1.057);
- Aqueles com idade entre 26 e 40 anos teriam acréscimo de 45,7% (de R$ 987 para R$ 1.437);
- Pessoas de 41 a 60 anos de idade registrariam um incremento de 27,3% (de R$ 1.508 para R$ 1.921);
- A parcela da população com mais de 60 anos é a única que sofreria queda (10,4%).
Segundo os pesquisadores, o que se observa é que a capacidade de pagamento das pessoas diminui à medida que se identifica os variados pagamentos de despesas básicas, como por exemplo contas de energia, água, telefonia e planos de saúde, que se tornam mais bem identificadas por meio do sistema.
Open Banking: regiões mais beneficiadas
O estudo em questão também se deteve a analisar os impactos do Open Banking sobre a capacidade de pagamento entre as regiões brasileiras. Desse modo, chegou-se à conclusão de que o Norte e o Nordeste serão as áreas mais contempladas nesse aspecto, onde a estimativa da capacidade de pagamento subiria, respectivamente, 80,6% (de R$ 802 para R$ 1.449) e 57,9% (de R$ 797 para R$ 1.258).
Já com relação às demais regiões, as elevações na capacidade de pagamento seriam de 42,5% para o Sudeste (de R$ 956 para R$ 1.362); de 53,6% para o Sul (de R$ 951 para R$ 1.461) e de 52,8% para o Centro-Oeste (de R$ 1.102 para R$ 1.683).
Incentivo ao consumo
Ainda conforme os pesquisadores da Serasa, “quanto maior a oferta de crédito, mais positivo será para a economia”, afinal, explicam, isso impulsiona o aumento do consumo pela população.
Como uma parcela do PIB do país está atrelada ao consumo das famílias, avaliam, mais volume de crédito colocado à sua disposição elevará o seu poder de compra. Por essa razão, eles apontam que teremos um impacto indireto sobre o crescimento da economia brasileira. “Portanto, o Open Banking trará cada vez mais benefícios para a economia como um todo”, concluem.
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