Cartão pré-pago promove inclusão e avança na corrida pelos pagamentos digitais

Valor das transações deve exceder US$ 4,1 trilhões globalmente até 2026, conforme inclusão financeira aumenta. Avanço também é sustentado pela crescente substituição do dinheiro em espécie.
Cartão pré-pago promove inclusão e avança na corrida pelos pagamentos digitais
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Equipe Propague
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Um novo estudo da Juniper Research identificou que a modalidade de cartão pré-pago será fundamental para garantir que a parcela da população que não tem acesso a banco seja incluída na corrida pelos pagamentos digitais. De acordo com a publicação, estima-se um avanço substancial, da ordem de 78%, no valor das transações feitas com esse tipo de cartão até o ano de 2026, quando excederá US$ 4,1 trilhões globalmente, ante os US$ 2,3 trilhões contabilizados em 2021.

Diante desse cenário de esperado aumento de demanda, o relatório destaca a expectativa que os fornecedores se voltem para a construção e implementação de plataformas de distribuição robustas que sejam capazes de dar conta da emissão de cartões em escala e com baixo custo.

A pesquisa ainda apontou que o avanço do cartão pré-pago tem como principal incentivo a substituição contínua do dinheiro em espécie, à medida que as economias caminham cada vez mais na direção dos pagamentos digitais.

Distribuição por região do valor total das transações com cartão pré-pago até 2026

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Oportunidade de receita

Ainda dentro do cenário previsto no relatório da Juniper para o mercado de cartão pré-pago para os próximos anos, o crescimento da modalidade trará uma oportunidade considerável de receita para as plataformas que operam essa modalidade de cartão.

A estimativa é de que se alcance mais de US$ 32 bilhões globalmente em 2026 na comparação com os US$ 22 bilhões registrados em 2021, provenientes de taxas envolvendo as transações. Nesse sentido, o documento recomenda que haja foco em recursos críticos, como autorização restrita. Ela permite que os emissores especifiquem onde os fundos podem ser gastos. Nick Maynard, que assina a pesquisa, defende que a aplicação de ferramentas como a autorização restrita e a emissão digital possibilitará que o mercado de cartão pré-pago se beneficie da evolução do que hoje são os cartões-presentes convencionais em cartões pré-pagos, gerando uma receita substancial.

Aliás, segundo a Juniper Research, o alinhamento entre cartão pré-pago e o cartão-presente é uma tendência a não perder de vista. Afinal, aponta, o segundo está caminhando cada vez mais em direção a uma abordagem baseada em cartão de pagamento.

Cartão pré-pago: mesmo já crescendo, tem ainda mais espaço para se desenvolver

Conforme o levantamento, o comércio varejista tem sido o segmento mais importante para o uso do cartão pré-pago, sendo disponibilizado por grandes redes de varejo para quem não tem acesso a banco poder acessar pagamentos por meio de cartão. Porém, há espaço para ir além.

Em termos geográficos, a pesquisa destaca que, embora os Estados Unidos venham a responder ​​por mais de 43% dos valores globais das transações até 2026, outras oportunidades significativas estão surgindo. Um exemplo é a China, onde se assiste o uso crescente do cartão pré-pago.

De acordo com o estudo, além do país asiático, os mercados emergentes também são outra área-chave de interesse e as plataformas têm expectativa de formar parcerias agora para explorar melhor as oportunidades futuras.

Ao mesmo tempo, aponta, à medida que o turismo internacional se recupera dos efeitos da pandemia de Covid-19, outra oportunidade de crescimento é o uso do cartão pré-pago como forma de levar dinheiro em viagem, também beneficiando, por sua vez, o setor.

Meio virtual também traz possibilidades ao pré-pago

Outro espaço para o desenvolvimento do mercado de pré-pagos, diz o estudo, são os cartões virtuais. Primeiramente pela possibilidade de redução de custos. Ao oferecer uma opção virtual sem opção física, os custos de emissão podem ser menores.

Nessa direção, a modalidade virtual também será útil em casos de uso de cartão pré-pago onde a escala é importante, como o desembolso em massa de benefícios governamentais, por exemplo, ou em um ambiente corporativo, permitindo gerenciamento de compras e despesas.

No entanto, a pesquisa ressalva que, como os cartões virtuais exigem o uso de smartphones modernos, eles nunca podem ser uma solução única, já que nem todos os usuários podem ter acesso a estes.

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