Conveniência, disponibilidade 24 horas por dia, sete dias por semana, facilidade de uso e processamento rápido ajudam a explicar por que as carteiras móveis estão em alta em muitos países, como Alemanha, Brasil, Estados Unidos (EUA), França e Reino Unido, onde aproximadamente três em cada quatro consumidores utilizam carteiras digitais e se mostram extremamente satisfeitos com a experiência.
Entre eles, o Brasil se destaca com o maior índice de utilização de carteiras móveis. Afinal, 84% dos consumidores locais usam pelo menos uma delas.
Na outra ponta, a França é o país que tem a menor taxa de utilização e, ainda assim, dois terços dos franceses utilizam carteiras digitais.
Enquanto isso, o Reino Unido, os EUA e a Alemanha registram índices de 76%, 74% e 71%, respectivamente.
Ao mesmo tempo, o nível de satisfação dos consumidores com as carteiras móveis também é elevado. Nesse sentido, mais uma vez o Brasil sai na frente, onde a taxa de satisfação dos usuários alcança 83%, seguido por Alemanha (78%), Reino Unido e EUA (aproximadamente 77%) e, por fim, a França (65%).
Os números são do estudo “Carteiras Móveis Além das Transações Financeiras: Uma Perspectiva Global”, divulgado pela PYMNTS em colaboração com a Google Wallet, com base em entrevistas realizadas com 12.300 consumidores nos cinco países.
Ainda entre as conclusões, a pesquisa revelou que o uso de carteiras digitais vai além das opções de pagamento, identificando que os usuários também as estão utilizando para outras funcionalidades, como armazenar credenciais para verificação ou acesso a serviços e execução de tarefas não transacionais, mantendo tudo em um mesmo lugar.
Além disso, mais de um terço dos consumidores entrevistados espera usar carteiras móveis nos próximos três anos, à medida que suas necessidades digitais se ampliam.
Geração Z está abrindo caminho para expansão das carteiras móveis
Assim como já indicado em outros estudos, as carteiras móveis são particularmente mais populares entre os consumidores mais jovens, sobretudo em meio à Geração Z, que compreende as pessoas nascidas entre 1995 e 2010.
De acordo com a publicação, em 2023, três em cada dez usuários desse grupo aproveitaram ao máximo as suas carteiras móveis, armazenando credenciais de pagamento e de identificação e acesso.
Desse modo, a conclusão que se tem é que a Geração Z está abrindo caminho para o uso de carteiras digitais de uma forma generalizada, com 11% tendo utilizado esse tipo de ferramenta para apresentar suas credenciais no acesso a serviços e pagamentos.
Além disso, verificou-se que esses consumidores estão começando a abandonar inteiramente suas carteiras físicas, pois um em cada dez usuários dessa geração nunca carrega esse modelo de carteira. Ao passo que os dados mostram que menos da metade dos entrevistados (48%) afirma que ainda costuma levar consigo uma carteira física quando sai de casa.
A propósito, também foi identificado que 33% dos consumidores que afirmam ter sempre consigo uma carteira digital influencia a sua utilização futura.
Armazenamento de credenciais de acesso digital
A pesquisa também concluiu que o armazenamento de credenciais de acesso digital tem potencial para se tornar um fenômeno global. Afinal, nos cinco países estudados, 20% dos consumidores armazenaram identificação digital e registros de acesso nas suas carteiras móveis no ano anterior.
Contudo, vale ressaltar que armazenar credenciais de acesso é apenas o passo inicial para a utilização desse tipo de carteira, uma vez que, segundo o documento, apenas 8% dos usuários usaram realmente suas credenciais armazenadas digitalmente.
Nesse contexto, o Brasil novamente tem uma taxa significativa de uso de carteiras móveis para verificação, contabilizando 16%. Porém, no Reino Unido, os consumidores são mais propensos a armazenar credenciais, mas é importante observar que eles apresentam uma fração inferior de armazenamento de credenciais em relação ao seu uso real. Isto porque, dos 38% dos consumidores britânicos que armazenaram suas credenciais de acesso, apenas 10% passaram a usar suas carteiras para verificação.
Dessa forma, diante da variação mundial entre a percentagem de consumidores que armazenam credenciais e aqueles que as utilizam para acesso ou verificação, o estudo concluiu que o principal desafio para os fornecedores é incentivar os consumidores a tomar a iniciativa de utilizar as suas carteiras digitais com esse objetivo.
Qualidade da internet ainda limita maior utilização das carteiras móveis
Outro ponto relatado pela publicação destaca que, independentemente dos casos de uso das carteiras móveis, um problema consistente que muitos usuários encontram nos países estudados é a qualidade do acesso à internet. Para quase 26% dos consumidores, isso dificulta a utilização das aplicações das carteiras.
Nesse cenário, os dados mostram que a dificuldade aflige particularmente os brasileiros, o que é lamentável, segundo o estudo, dado o alto uso de carteiras digitais para verificação pelos consumidores locais.
Até porque, seis em cada dez usuários dizem preferir utilizar as carteiras móveis para verificar as suas identidades online, enquanto 47% como meio de acesso ou verificação em locais físicos.
Consequentemente, a pesquisa expõe que eliminar ou atenuar esse desafio, que compromete um dos principais benefícios das carteiras digitais – o acesso fácil – será vital para a construção de mais casos de uso futuros, quando os consumidores citarem consistentemente o acesso fácil como a principal razão para usar a ferramenta.