Estatísticas dos meios de pagamento no Brasil revelam novos padrões

Crescimento do Pix e cartões pré-pagos são os grandes destaques na comparação dos meios de pagamentos disponibilizada pelo Banco Central.
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Instituto Propague
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O Banco Central lançou uma nova página que permite comparar a evolução dos meios de pagamento de varejo em um só lugar.

Além da trajetória de crescimento do Pix, que no mês de maio chegou a quase 650 milhões de transações e um volume de 392 bilhões de reais, se sobressaem os cartões pré-pagos.

Instrumentos de transferência de crédito – valor mensal 

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Instrumentos de transferência de crédito – quantidade mensal

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Fonte: BCB.

O Pix versus a TED

O primeiro destaque é a comparação entre o Pix e outros meios de pagamentos eletrônicos: boletos, DOC e TED. Em maio de 2021, a quantidade de transferências no Pix foi maior do que nas outras três modalidades somadas. O volume financeiro movimentado pela TED, no entanto, é muito maior, oscilando próximo a R$ 3 trilhões.

Tanto o boleto quanto a TED tiveram uma queda no primeiro trimestre do ano em comparação ao fim de 2020. Mas mesmo com a competição do Pix, a TED e o boleto processam mais transações do que no mesmo período do ano passado. Isto pode decorrer do crescimento das compras no e-commerce e de uma preferência geral por pagamentos eletrônicos em meio a medidas de isolamento social durante a pandemia.

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Fonte: BCB.

BC mostra que a TED se firma como meio de pagamento para transferências de alto valor

As estatísticas reunidas pelo Banco Central mostram que a TED se firma como a opção para transferências de alto valor: desde o lançamento do Pix, o tíquete médio das transferências via TED subiu de R$13 mil reais para a casa dos R$ 24 mil. Ao mesmo tempo, o valor médio das transações com o Pix vem caindo, atingindo 605 reais em maio de 2021.

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Fonte: BCB.

Cartões de crédito e débito ganham em volume entre os meios de pagamento

Já nos dados trimestrais, podemos comparar os mais diversos meios de pagamento, inclusive cartões, transações interbancárias e saques (usados como aproximação para entender o uso do dinheiro em espécie para pagamentos).

Comparando as principais alternativas aos cartões para pagamentos no varejo, nota-se que os cartões processam um número muito maior do que o Pix, apesar do crescimento deste último.

Quantidade de transações por meio de pagamento – dados trimestrais

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Fonte: BCB.

Volume (R$ milhões) de transações por meio de pagamento – dados trimestrais

Volume de transações por meio de pagamento

Fonte: BCB.

O gráfico acima mostra que após a queda no 2º tri de 2020, os cartões se estabilizaram em um patamar acima do que existia antes da pandemia. A variação do volume transacionado no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período em 2020, foi de 22% no crédito, 8% no débito e 150% nos cartões pré-pagos.

O perfil de uso dos cartões e dos outros meios de pagamento é bastante diferente, com muito volume em transações pequenas. O tíquete médio dos pagamentos no cartão de crédito foi de apenas R$100 no último trimestre, R$ 60 no débito e R$14 para o pré-pago.

Essa diferença se reflete na comparação do volume transacionado: o Pix superou em 96 bilhões o fluxo dos cartões de crédito, débito e pré-pago somados. O uso do dinheiro físico, aproximado pelo volume de saques, também foi superior às outras quatro alternativas, como pode se ver no gráfico acima.

Cartões pré-pagos atingiram R$ 20 bi com tendência de crescimento

No primeiro trimestre de 2020, 1,4 bilhões de pagamentos foram realizados com cartões pré-pagos. O volume, de R$ 20 bilhões, foi 130% maior do que no mesmo período em 2020.

Os cartões pré-pagos são um tipo de cartão que, assim como os celulares pré-pagos, só funciona quando há um saldo carregado na conta. Eles são alternativas para pessoas que não têm acesso a um cartão de crédito, porque não é necessário comprovar renda nem ter um limite de crédito aprovado.

Os cartões pré-pagos são especialmente úteis para a inclusão do público desbancarizado nas compras online em sites ou aplicativos que não aceitam outros métodos de pagamento, como o boleto bancário.

Além disso, o crescimento dos pré-pagos pode estar relacionado à própria inserção dos pequenos negócios no mercado de meios eletrônicos de pagamentos.

“São microempreendedores que antes não tinham maquininha e agora passam a ter uma. E ela normalmente é associada a uma conta de pagamentos, a um cartão pré-pago”, explicou Ana Melo, diretora de soluções da Visa, em uma matéria do Valor.

Flexibilidade do Pix como meio de pagamento mostra resultados

Um dos fatores que definem o potencial de adoção de um novo meio de pagamento é a variedade de casos de uso. Os números publicados pelo Banco Central ilustram o sucesso do Pix nesse sentido.

O pagamento instantâneo do BC, que recentemente ganhou um prêmio do Fintech & Regtech Global Awards, foi desenvolvido para permitir transferências nas mais variadas situações: nas vendas do varejo, pagamento de serviços para profissionais autônomos ou empresas, transferências de valores entre pessoas físicas, pagamento a fornecedores e até transações com o governo.

Ou seja, como o Pix pode funcionar, às vezes, como cartão de débito e, em outras, como transferência bancária, naturalmente tem um potencial de crescimento muito grande.

Além disso, combinado com a expansão de contas digitais, o Pix viabiliza atender uma demanda por pagamentos digitais previamente ignorada. Foram realizados 21 milhões de downloads de aplicativos de bancos digitais apenas em maio de 2021, segundo pesquisa do Bank of America.

O arranjo de pagamentos instantâneos tem uma sinergia com esses apps: por um lado, o Pix dá possibilidade de transferências gratuitas e rápidas para os usuários das contas digitais; por outro lado, os apps das contas digitais abrem a porta para que brasileiros fora dos bancos tradicionais também possam aproveitar os pagamentos instantâneos.

Segundo o Banco Central, pelo menos 73 milhões de pessoas já receberam um Pix.

Para ver as estatísticas completas, acesse o site do Banco Central.

 

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