Mercado de cartões revela expansão no Brasil com destaque para o débito

A quantidade de cartões de débito chega a 167 milhões de unidades, 33 milhões a mais do que os de crédito. A modalidade cresceu 5% em volume de transações em 2020, enquanto no cartão de crédito manteve-se estável.
Mercado de cartões revela expansão no Brasil com destaque para o débito
Data
Autor
Equipe Propague
Produto
Compartilhar

O mercado de cartões segue em ascensão no país. Dessa forma, o uso do chamado dinheiro de plástico, seja nas modalidades débito, crédito ou pré-pago, ganha cada vez mais importância como meio de pagamento das famílias brasileiras. Movimento associado, principalmente, à substituição de outros instrumentos – notadamente o papel moeda e o cheque.

É o que apontam dois estudos recentemente lançados. O primeiro deles é do Instituto Propague, em parceria com o time de Economic Research da Stone, denominado “Mercado de Pagamentos em Dados”, referente ao 2º trimestre de 2021. Já o segundo é do Banco Central (BC) e traz estatísticas de pagamentos de varejo e cartões no país no ano de 2020.

No fim do ano passado, destaca o BC, a quantidade de cartões de crédito ativos no Brasil era de 134 milhões de unidades, o de débito atingiu 167 milhões e os pré-pagos chegaram a 23,7 milhões. A saber, estes números representam aumento de 12%, 26%, e 90%, respectivamente, em relação a 2019. Porém, o que chama a atenção é que, embora não apresente a maior taxa de crescimento, em números absolutos, a modalidade débito é a que segue liderando o mercado de cartões em território nacional.

Quanto ao volume de transações, mais uma vez o cartão de débito sai na frente. A modalidade apresentou crescimento de 5% no período analisado, enquanto houve estabilidade no uso do cartão de crédito, detectou o BC.

Leia ainda: Mercado de pagamentos: o que é e como funciona?

Consumo das famílias aquece mercado de cartões

De fato, esse movimento positivo no mercado de cartões também é atestado pelo relatório “Mercado de pagamentos em dados”, fruto da parceria entre o Instituto Propague e a Stone. Ao analisar a evolução da quantidade de transações de diferentes meios de pagamento entre os anos de 2019 e 2020, verificou-se uma importante tendência: “o uso cada vez maior do cartão como um meio de pagamento no Brasil”.

De acordo com o levantamento, no período em questão, houve um crescimento de aproximadamente 51% no número de transações realizadas com cartões, saindo de pouco mais de 5 bilhões de operações para quase 7,7 bilhões. Porém, afirmam os pesquisadores, é importante ressaltar que o aumento em 2020 é bastante influenciado pelo auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal, como forma de diminuir os efeitos da crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19, e a consequente inclusão digital via aplicativo da Caixa, por meio do qual o benefício foi pago.

“De qualquer forma, cada vez mais notamos uma crescente importância dos gastos com cartões no consumo das famílias brasileiras. Eles estão cada vez mais presentes como meio de pagamento das famílias – crescimento associado à substituição de outros meios (dinheiro/cheque)”, expõe o relatório.

Isso se confirma mesmo em um cenário sem o pagamento do referido auxílio, como o que aconteceu no primeiro trimestre de 2021, destaca a publicação. “Tivemos um gasto de 45,3% com cartões, o que representa um aumento expressivo quando comparado com igual trimestre de 2020 (40,2%), que também não teve a presença do auxílio. Ainda assim, ele teve participação relevante e faz-se importante ressaltar seu impacto sobre os meios de pagamento no Brasil”, explica.

Pagamentos à vista se destacam

O relatório também destaca que o auxílio emergencial teve papel relevante na liquidez da economia brasileira, aumentando os meios de pagamento à vista, a exemplo dos cartões de débito e pré-pagos, além, claro, das transações em espécie. “Tal movimento se refletiu, por exemplo, na aceleração do crescimento do cartão como meio de pagamento escolhido pelo brasileiro, mas com desaceleração do crescimento do cartão de crédito”, aponta.

De todo modo, o valor total transacionado no mercado de cartões nos arranjos de crédito, débito e pré-pago alcançou a cifra de R$ 2 trilhões em 2020, o que gerou R$ 21,2 bilhões de receita para as empresas de Adquirência. Esse resultado já representava um crescimento relevante no ano passado e, em 2021, o setor fechou o primeiro semestre com um total de R$ 1,17 trilhão transacionado, 32,6% acima do registrado em igual intervalo de tempo em 2020.

Mercado de cartões: adesão a novas tecnologias

Ainda conforme o relatório “Mercado de pagamentos em dados”, chama a atenção a rápida inserção e adesão a novas tecnologias no contexto do mercado de cartões, notadamente os gastos não presenciais, ou seja, as compras online, e o pagamento por aproximação ou contactless.

Nesse sentido, as compras remotas com cartões cresceram 46,5% no segundo trimestre de 2021 em relação a igual período de 2020, chegando a R$ 135 bilhões. Já as compras por aproximação apresentaram expressivos 85% de aumento no segundo trimestre de 2021 em relação ao trimestre anterior, alcançando R$ 34,4 bilhões.

Parte desse resultado, frisa o estudo, pode ser atribuído ao início da pandemia, “que trouxe a preocupação com a higiene e o desejo de evitar contatos que pudessem levar ao contágio pela Covid-19”. Ao passo que no caso do contactless, o crescimento também se deve ao aumento do limite de pagamento sem necessidade de senha (de R$ 100 para R$ 200) em dezembro de 2020.

Para saber mais sobre a evolução do mercado de pagamentos no Brasil, acesse aqui o relatório completo.

Veja também:

Todos os produtos

Quer se
aprofundar mais?

Com uma linguagem simples de entender, as análises do Instituto Propague vão te deixar por dentro dos principais temas do mercado.

Leia agora!