Pix, o pagamento instantâneo do BC, tem novidades na agenda evolutiva

Pagamentos instantâneos no Pix fecham 6º mês com volume de mais de R$ 300 bi e novas funções como Saque Pix e o Pix Cobrança.
Seis meses de Pix
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Instituto Propague
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O Pix, meio de pagamentos instantâneo do Banco Central, segue a trajetória de crescimento, e superou a marca de R$ 300 bilhões transacionados no mês de abril. O volume foi 10% maior do que o registrado em março.

Excluindo as as transferências entre contas da mesma instituição, que não passam pelo sistema do Banco Central, o crescimento foi maior: 15%, chegando a R$ 273,4 bilhões transacionados dentro do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI).

Ao longo dos primeiros seis meses de operação, o novo arranjo do Banco Central processou quase 1,3 bilhões de transferências no SPI. Quase um terço dessas transações ocorreram apenas no último mês, que teve o número recorde de 410 milhões de transações.

Transações no Sistema de Pagamentos Instantâneos desde o início do Pix

Gráfico: Pix chegou a 278 bilhões de reais transacionados dentro do SPI, com mais de 410 milhões de transações mensais.

Fonte: Banco Central do Brasil, Pix Liquidados no SPI.

Pix movimentará auxílio emergencial

Outra novidade é que, desde o dia 30 de abril, também foi liberado o uso do Pix para transferir recursos do Auxílio Emergencial.

Os quase 45 milhões de brasileiros beneficiados pelo auxílio poderão utilizar o Pix para pagamentos instantâneos em estabelecimentos comerciais e transferências para outras pessoas.

Segundo o BC, a transferência do recurso para contas de mesma titularidade foi vedada para evitar que o dinheiro do auxílio seja utilizado pelo banco receptor para pagar tarifas bancárias ou dívidas.

Próximas novidades na agenda evolutiva do Pix

O Banco Central concluiu no mês passado a etapa de melhoria na experiência do usuário Pix. Confira abaixo as novas funcionalidades do arranjo de pagamentos instantâneos que devem começar ainda em 2021.

Pix Cobrança tem data confirmada

O Pix Cobrança, que permite a cobrança de pagamentos em data com vencimento em data futura, foi reagendado definitivamente para 1º de julho de 2021.

Com o Pix Cobrança, é emitido um QR Code para pagamento futuro com a previsão de juros, multa e descontos – da mesma forma que um boleto. Até o fim de junho, todas as instituições que oferecem o Pix deverão se adequar para oferecer o serviço.

Ao longo do segundo semestre, o Banco Central irá estudar novas funções para o Pix Cobrança, como a negociação de recebíveis pelo QR Code em uma Duplicata Pix.

Pix Salário

Ainda no primeiro semestre de 2021, o Banco Central também prevê a implementação do Pix em Conta Salário. Com isso, trabalhadores poderão transferir o salário para qualquer conta em instituição participante do arranjo de pagamentos instantâneos sem nenhum custo. A medida também deve reduzir custos para empregadores.

Pix Agendado

Algumas instituições já oferecem aos clientes a possibilidade de agendar transferências via Pix para datas futuras, da mesma maneira que é possível programar uma TED ou um DOC. A partir de setembro, esse serviço deverá estar disponível em todas as instituições, determinou o Banco Central.

Saque Pix no varejo

O Saque Pix deve ser implementado em agosto de 2021 e permitirá que os consumidores realizem um saque em dinheiro da Conta Pix nos estabelecimentos comerciais cadastrados. Também será possível pagar a conta do supermercado com o Pix e receber um “troco” em dinheiro.

Com isso, o Banco Central quer fomentar maior capilaridade no serviço de saque e espera resolver uma dor que afeta especialmente as pequenas cidades.

“A gente tem um problema estrutural no Brasil de oferta a prestação de serviço de saque, principalmente quando a gente fala em cidades do interior do país, que não tem sequer uma agência bancária”, comentou Breno Lobo, do Banco Central, no evento organizado pela Fenasbac.

O Saque Pix também traz competitividade para o mercado de arranjos de saque, viabilizando o saque de baixo custo para os clientes de contas digitais das fintechs, que não possuem agências ou redes de ATM próprias.

“A gente tem um problema de competição nesse serviço. É um serviço que as instituições incumbentes, os grandes bancos conseguem ofertar um serviço de saque e as entrantes não tem como ofertar devido aos altos custos envolvidos para disponibilizar essa infraestrutura”, explicou Breno Lobo.

Além disso, o Saque Pix também visa beneficiar estabelecimentos comerciais. Participando desse arranjo, há uma melhoria na gestão do dinheiro em espécie, que não ficará mais parado no caixa, sendo distribuído para os próprios consumidores.

Dessa forma, o BC também espera que essa funcionalidade impulsione a adesão dos varejistas ao Pix para aceitá-lo como meio de pagamento.

Os clientes terão isenção de tarifa para os primeiros quatro saques com Pix no mês, podendo ser tarifado a partir da 5ª solicitação, a critério da instituição que oferta a conta. Já o estabelecimento comercial receberá algum incentivo para oferecer o Saque Pix, mas os valores e estrutura para remuneração ainda estão sendo definidos.

Outras novidades para o futuro do pagamentos instantâneo

Até dezembro deste ano, o Banco Central também pretende implementar as soluções de Pix por aproximação com a tecnologia NFC, o QR Code do pagador, que permitirá ao cliente realizar um pagamento instantâneo mesmo offline, e o iniciador de pagamentos no Pix, que se integrará com a agenda do Open Banking. Também será criada uma solução para devolução de pagamentos em caso de suspeita de fraudes.

Já o Pix Garantido e o Pix Débito Automático, duas funções que estavam previstas inicialmente para 2021, ficaram para o ano que vem.

“Se o iniciador de pagamentos é onde o Pix encontra o Open Banking, o Pix garantido é onde ele encontra o crédito”, explica Priscilla Koo Willkens, do Banco Central. O BC iniciará o projeto do Pix garantido na segunda metade do ano, com previsão de lançamento em junho de 2022.

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