Dados e dispositivos digitais estão mais vulneráveis do que nunca ao crime cibernético. A grande quantidade de informações sensíveis armazenadas digitalmente, eleva as chances de vulnerabilidades e consequentes ataques. Como resultado, investimentos em cibersegurança crescem em todo o mundo na tentativa de evitar acessos indesejados, violação de informações privadas e os prejuízos financeiros decorrentes dessas movimentações
Nesse contexto, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) lançou um ranking comparativo das 20 maiores e mais desenvolvidas economias do mundo no âmbito digital a fim de mostrar como elas têm se planejado para atuar contra as ameaças à segurança cibernética.
Entre elas, estão basicamente as nações que compõem o G-20, grupo das 20 maiores economias globais. Porém, deixando de fora a Rússia, que foi substituída pela Polônia.
De acordo com a avaliação do instituto, foi desenvolvido o Índice de Defesa Cibernética, que mede o nível de vulnerabilidade frente às ameaças digitais, além de elencar as medidas postas em prática desses países para enfrentar riscos cibernéticos e o quanto esses governos promovem transações digitais seguras.
Para o MIT, considerando que a pandemia da Covid-19 impôs interações cada vez mais digitais em escala global, esse índice ganha mais importância ao revelar que, mesmo com o avanço da digitalização e da urgente necessidade de investimentos em cibersegurança, ainda se assiste a um progresso lento e desigual no desenvolvimento de um ambiente de defesa.
Índice de Defesa Cibernética
Para realizar a classificação, o MIT ouviu, globalmente, 1.000 executivos seniores (o mesmo número em cada país que compõe o índice) responsáveis pela cibersegurança em suas respectivas empresas.
Na composição do indicador, o MIT considerou os seguintes países: Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, Reino Unido e Suíça.
A partir daí, essas economias foram ordenadas segundo as medidas regulatórias relacionadas à segurança cibernética por elas adotadas.
Para isso, a entidade se baseou em quatro pilares de avaliação: infraestrutura crítica; recursos de cibersegurança; capacidade organizacional e comprometimento com políticas relacionadas.
Dessa forma, encabeçando o ranking está a Austrália na primeira posição, seguida, por Holanda (2ª), Coreia do Sul (3ª), Estados Unidos (4ª) e Canadá (5ª).
Por outro lado, nas cinco últimas colocações estão México, no 16º lugar, acompanhado na sequência pela Índia, (17º), Brasil (18º), Turquia (19º) e Indonésia (20º).
Conforme o MIT, apesar de o Brasil ocupar o 18º lugar no ranking do Índice de Defesa Cibernética, o país vem, aos poucos, aprimorando suas práticas relacionadas à questão.
Isso porque, relata o estudo, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão de segurança cibernética que aplica a lei de proteção de dados no país, ainda está processando as sugestões coletadas em sua primeira consulta pública sobre o tema a fim de estabelecer uma agenda regulatória para o biênio 2023-2024, assim como os poderes investigativos e de sanção que deverão ser propostos.
A ideia é, em grande parte, que a regulação brasileira se iguale ao atual padrão-ouro do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados em vigor no espaço da União Europeia.
Principais ameaças à cibersegurança
De acordo com o estudo, apesar da grande mobilização por parte do setor público e privado em direcionar recursos financeiros investidos em cibersegurança, a eficácia e variedade de ataques de cibercriminosos continua a avançar.
Isso porque, na avaliação do MIT, uma vez na internet, qualquer empresa, órgão governamental ou indivíduo se torna alvo em potencial de ataques cibernéticos, ao passo que os desdobramentos podem tomar dimensões incalculáveis. Mas o que alimenta as ameaças à cibersegurança?
Para responder essa questão, o relatório Cyber Threat 2022 (Ameaça Cibernética, na tradução direta) da SonicWall, por exemplo, informa que o quantitativo global de ataques a partir de malwares – programas e softwares maliciosos – segue na liderança ao superar quatro bilhões de tentativas.
Esse cenário tem como foco a ação cada vez mais intensa dos hackers em empresas de finanças, corretoras de valores e bancos, locais onde o acesso malicioso pode gerar perdas enormes para as partes envolvidas e instabilidade das instituições. Além disso, foi identificado que, a violação dessas redes associadas à sistemas computacionais para minerar criptomoedas de forma ilegal cresceu sem precedentes nos últimos anos.
Considerando a gama de ferramentas e dispositivos inteligentes conectados no mundo digital e a onda crescente de inclusão financeira digital, o receio em relação ao aumento da exposição às ameaças virtuais envolvendo roubo de dados pessoais, fraudes e ataques de malware, são temas de alta relevância para os setores público e privado comprometidos com a segurança cibernética.
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