Fraudes aumentam globalmente, reforçando a importância da segurança digital

Ação dos cibercriminosos tem como foco principal as fraudes de identidade, utilizando de métodos cada vez mais sofisticados e chamando a atenção para a necessidade de ferramentas antifraude mais robustas para a detecção de golpes.
Fraudes aumentam globalmente, reforçando a importância da segurança digital
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Equipe Propague
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O aumento da incidência de fraudes nas transações financeiras ganhou mais uma vez os holofotes no último mês de 2022. Isso porque novas pesquisas foram divulgadas e, na avaliação dos especialistas, ter uma visão geral do estado atual do problema é fundamental quando se trata de promover a confiança digital das empresas, tendo em vista o resultado dos negócios e a fidelização dos clientes. Afinal, os consumidores precisam se sentir seguros ao transitarem no ambiente virtual.

Nesse contexto, chama a atenção o avanço sem precedentes das fraudes de identidade, modalidade cuja ocorrência mais do que dobrou em 2022. Aliás, esse tipo de fraude chega a representar mais da metade da atividade fraudulenta em todo o mundo, orientando, por sua vez, ações preventivas com maior caráter de urgência.

E, embora nenhum país esteja livre da ação dos cibercriminosos um dos novos estudos revela que o foco têm sido os Estados Unidos, considerando as grandes economias, e ainda Nigéria, Vietnã, Paquistão e Bangladesh, no caso das menores.

Já entre os segmentos com maior incidência de fraudes, estão os serviços financeiros, o comércio eletrônico, o segmento de criptomoedas e a indústria de jogos de azar.

Fraudes de identidade protagonizam ações de cibercriminosos

Duas pesquisas, em especial, destacam o protagonismo das fraudes de identidade no cenário internacional. A primeiro delas, da Sumsub, plataforma global de serviços de KYC (conheça o seu cliente, na sigla em inglês), monitoramento de transações financeiras e prevenção à lavagem de dinheiro, verificou, em 2021 e 2022, entre 21 setores e milhões de identidades, descobrindo que, entre os 500 mil casos de fraudes estudados, as fraudes de identidade mais do que dobraram no período analisado.

O setor bancário, por sua vez, registrou nesse intervalo de tempo um aumento de quase 100% na ocorrência de fraudes, enquanto, no mercado de criptomoedas, mais do que duplicou. Já no comércio eletrônico, a ação dos cibercriminosos foi bem maior, resultando em um crescimento de três vezes.

A publicação também destaca o fato de que 56% das fraudes de identidade estarem concentradas em apenas cinco países: Estados Unidos (5,1%), Nigéria (5,4%), Vietnã (8,1%), Paquistão (15,2%) e Bangladesh (22%).

Ainda de acordo com a pesquisa, os fraudadores estão especialmente interessados em utilizar cartões bancários roubados, de olho nos serviços financeiros e no comércio eletrônico. Tanto que as fraudes de pagamento cresceram 40% em todo o mundo no período analisado.

Enquanto isso, o segundo estudo, dessa vez do Veriff, um provedor de verificação de identidade da Estônia, também acompanha o avanço das tentativas de fraude, novamente destacando o setor bancário e de criptomoedas. Na verdade, na comparação com 2021, o relatório revela um acréscimo geral de 18% na atividade fraudulenta global, com mais da metade (51%) classificada como fraude de identidade.

Após compilar os dados e confrontar com sua base de clientes, a empresa descobriu que os Estados Unidos concentram a maior ocorrência de fraude. A saber, em 2022, este país viu mais atividades fraudulentas do que a Europa.

Esquemas de fraude se sofisticam nos últimos anos

À medida que a fraude cresce nas transações financeiras, o que se observa é que os esquemas fraudulentos usados pelos criminosos digitais se sofisticam cada vez mais.

Segundo o estudo da Sumsub, em 2022, os vetores de fraudes mais utilizados foram a aquisição de contas (obtenção de acesso ilegal à conta de outra pessoa), multicontas (registro de mais contas do que o permitido para se envolver em várias formas de fraude), fraudes de chargeback (visando aumentar disputas falsas com os bancos) e falsificação biométrica, ou seja, uso de máscaras realistas, deepfake e outros métodos avançados.

No caso do deepfake, relata a publicação, a adulteração comum de imagens vem cedendo lugar para tecnologias mais aprimoradas, tornando difícil de distinguir o que é falso da realidade. Isso porque, expõe ainda o estudo, os cibercriminosos não se valem mais de ataques utilizando, por exemplo, imagens impressas, prints de telas de smartphones, entre outros métodos que dão mais na vista.

Agora, praticamente a totalidade das tentativas de burlar a verificação de identidade são realizadas mediante deepfake cuidadosamente elaborado, que usa inteligência artificial para trocar o rosto dos indivíduos em vídeo, sincronizar movimentos labiais, expressões e outros detalhes, que precisam de ferramentas antifraude robustas para o golpe poder ser detectado.

Confiança digital passa a ser mais valorizada

Nesse cenário de expansão de fraudes, uma tendência que tem crescido no mercado é a valorização da confiança digital. Afinal, ela possibilita que empresas e consumidores transitem em um mundo cada vez mais conectado certas de que estão seguras. Isso inclui segurança de identidade no acesso a diversos dispositivos em rede, segurança de softwares, proteção de e-mails e integridade do conteúdo digital disponível na internet.

Até porque, conforme a pesquisa Estado da Confiança Digital em 2022, publicada pela DigiCert, quase metade das pessoas entrevistadas (47%) deixou de comprar de um produto ou contratar um serviço de uma empresa após perder a confiança na segurança digital por ela ofertada.

Além disso, considerando as empresas que não administram a confiança digital, cerca de 84% dos clientes tenderiam a mudar de fornecedor e 57% afirmaram que tal mudança seria provável.

Ao mesmo tempo, a pesquisa também concluiu que as empresas que dão valor à confiança digital conseguem apresentar melhor desempenho.

Pagamentos instantâneos motivam atenção dos bancos à prevenção de fraudes

De fato, a confiança digital tem sido uma preocupação para todas as organizações, principalmente nos setores mais seriamente atingidos pelo aumento das tentativas de fraudes. Nesse contexto, os bancos são exemplos daqueles que estão colocando a prevenção à fraude em primeiro plano. Neste caso, motivados especialmente pela adoção cada vez maior dos pagamentos instantâneos.

Segundo os especialistas, os pagamentos em tempo real são uma ferramenta extremamente atrativa para os fraudadores. Dados publicados pela plataforma PYMNYS, por exemplo, revelam que só nos Estados Unidos quase 18 milhões de cidadãos sofreram golpes por meio de carteiras digitais e de pagamento ponto a ponto (P2P), de acordo com seu mais recente Digital Fraud Tracker (Rastreador de fraudes digitais na tradução direta).

Não é toa, destaca a publicação, que existe atualmente um debate muito grande no país sobre quem assume a responsabilidade financeira quando ocorre uma fraude de pagamento instantâneo. Afinal, eles são irreversíveis, ou seja, uma vez feitos não tem como recuperar o dinheiro.

Dessa forma, é natural que a prevenção de fraude passe a ser vista como vital para garantir que as operações sejam processadas adequadamente, sem esquecer de instruir os clientes sobre como fazer esse tipo de pagamento corretamente.

 

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