Inteligência Artificial em alta no mercado financeiro da Coreia do Sul

A Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul anunciou planos para desenvolver o uso de inteligência artificial no mercado. As iniciativas da instituição são parte de uma agenda mais ampla, iniciada em 2021.
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Equipe Propague
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Seguindo um movimento que parece estar virando tendência, A Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul (CSF) vem trabalhando, nos últimos anos, para desenvolver e consolidar o uso de Inteligência Artificial (IA) no setor. Com isso, em junho de 2021, publicou diretrizes para o seu uso e, agora, em agosto de 2022, anunciou um plano de desenvolvimento.

As diretrizes para inteligência artificial do CSF

As diretrizes de 2021 foram anunciadas pelo então vice-presidente Doh Kyu-sang, durante uma reunião consultiva via teleconferência. De acordo com a autoridade, as instituições financeiras que oferecem serviços por meio do uso da IA devem seguir as seguintes diretrizes:

  • Responsabilidade – A instituição financeira precisa manter três mecanismos de controle interno, como a adoção de princípios éticos, designação de uma organização interna de supervisão e a manutenção de um sistema de monitoramento;
  • Precisão e Segurança – Gerenciamento da origem e qualidade dos dados utilizados para machine learning e estabelecimento de um sistema de proteção à privacidade;
  • Transparência e Justiça – Manutenção de um mecanismo de controle para prevenir serviços discriminatórios, estabelecendo e avaliando padrões de imparcialidade;
  • Direitos do Consumidor – Esclarecimento junto aos consumidores sobre serviços financeiros baseados em IA;
  • Adoção de um um nível equivalente de medidas de segurança para os serviços baseados em IA terceirizados.

Seguindo essa direção, o CSF deu um novo passo e anunciou seus planos para desenvolver o uso de inteligência artificial na Coreia do Sul. O anúncio foi feito pelo atual vice-presidente Kim So-young durante uma reunião com autoridades e especialistas relevantes do setor.

De acordo com o vice-presidente, o CSF espera que o uso de big data e IA permita o desenvolvimento de serviços mais personalizados, fortaleça a função dos serviços de intermediação financeira, e melhore a gestão de risco das instituições, ampliando o acesso e inclusão financeira de grupos vulneráveis.

Plano para o desenvolvimento de inteligência artificial

A fim de obter esses resultados, o vice-presidente destacou a necessidade de construir uma biblioteca de dados de inteligência artificial, emitir diretrizes detalhadas e construir uma plataforma de testes (testbed). A biblioteca de dados, em específico, busca viabilizar a construção e a operação de um grande conjunto de dados pseudonimizados. Atualmente, esses dados são “descartados” após o uso.

De um modo geral, portanto, o FSC enfatiza a necessidade de apoio para garantir que o uso da inteligência artificial em serviços financeiros se enraíze e se expanda de forma estável e segura. Além disso, o FSC promoverá a colaboração e a cooperação entre associações do setor financeiro e instituições de infraestrutura de dados. Afinal, promover o desenvolvimento de serviços baseados em IA requer o estabelecimento de um ecossistema e infraestrutura que facilite a convergência e disponibilidade de dados.

O FSC pretende, ainda, publicar diretrizes detalhadas para o desenvolvimento e uso de IA em cinco áreas específicas, atendendo a uma demanda do mercado após a diretriz de IA de julho de 2021. No caso, a Federação de Bancos da Coreia chegou a destacar quais são as 5 áreas :: serviços de avaliação de crédito, serviços de robo-advisor, serviços de chatbot, serviços personalizados de referência de produtos financeiros e serviços de detecção de fraudes (FDS).

Responsabilização no uso de inteligência artificial: o desenvolvimento de um testbed

Um ponto das iniciativas que merece destaque é a criação de um testbed para inteligência artificial capaz de verificar a precisão e credibilidade dos serviços financeiros. O FSC estabeleceu a necessidade do mesmo a fim de melhorar as condições de segurança e responsabilização dentro do ecossistema.

O projeto consiste em um conjunto de dados de verificação e um ambiente controlado que permita a testagem de vários tipos de serviços financeiros baseados em IA por parte de instituições de infraestrutura de dados financeiros como parte do processo de desenvolvimento de produtos e serviços.

Um exemplo é a busca por criar um processo para verificar modelos de avaliação de crédito baseado em IA, a fim de que as autoridades consigam estabelecer, através de um comitê de verificação, um sistema de avaliação de crédito pessoal.

Por fim, o órgão também deve elaborar um processo para verificar a segurança dos serviços baseados em IA como forma de mitigar os diversos riscos de segurança que têm sido destacados por especialistas. Nesse sentido, as autoridades pretendem criar e operar um sistema de verificação de segurança por meio de  mecanismos de auto verificação das próprias instituições financeiras e de um suporte de verificação fornecido pelo Instituto de Segurança Financeira.

Assim, apesar dos projetos estarem em andamento, a movimentação coreana se junta a diversos outros movimentos internacionais, como da China e União Europeia, na busca por definir os termos pelos quais deseja estimular o crescimento do uso da inteligência artificial no mercado financeiro.

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