Internet das coisas eleva preocupação com segurança cibernética

Em tempo de internet das coisas, mais dispositivos estão conectados em rede, se comunicando entre si e com os usuários. Junto com essas inovações, cibercriminosos buscam formas de acessar o novo volume de dados em circulação, criando oportunidades para mais proteção.
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Equipe Propague
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Estudo da consultoria britânica GlobalData prevê que nos próximos dois anos, os gastos globais com segurança cibernética deverão chegar a US$ 200 bilhões, representando acréscimo de aproximadamente 58%. Segundo os analistas da empresa, os desembolsos serão destinados a proteger principalmente softwares, serviços e equipamentos, tendo como um dos motivos a maior quantidade de dispositivos conectados em rede com o avanço da internet das coisas.

Afinal, à medida que o uso dessa tecnologia aumenta, cada vez mais dados serão coletados, processados e transmitidos, atraindo a atenção dos cibercriminosos e elevando o risco de fraudes.

Para se ter uma ideia de como esse mercado poderá ser um alvo potencial de ameaças digitais, uma pesquisa da Gartner divulgada no fim de 2021, aponta que 47% das empresas de diversos setores pretendem incrementar os investimentos em internet das coisas. Entre as aplicações, a inserção em suas operações de acesso remoto e gerenciamento à distância, assim como de mais equipamentos autônomos e robôs.

Enquanto isso, na outra ponta, os consumidores também tendem a adotar uma rotina cada vez mais conectada, onde além de computadores, celulares e smartwatches, outros dispositivos como fechaduras, TVs, geladeiras e carros se comunicarão entre si e com seus usuários, tornando o mundo muito mais responsivo e inteligente.

Aliás, segundo a DataProt, que fornece informações sobre tecnologia e segurança cibernética, estima-se que, em todo o mundo, já existam mais de 10 bilhões de objetos usados no dia a dia fazendo parte da internet das coisas. Em 2030, a expectativa é de que venha a passar de 25 bilhões.

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Gastos com segurança em internet das coisas já chega a bilhões

Toda essa evolução explica a preocupação com o aumento dos ataques cibernéticos com base na internet das coisas. Razão pela qual, a segurança cibernética nesse novo ambiente torna-se fundamental.

Nesse sentido, basta imaginar situações como a invasão em uma fechadura inteligente, que permite o acesso a um local privado e ainda carrega consigo informações sobre a rotina de horários dos usuários. Outro exemplo é a maior exposição do setor de pagamentos a fraudes com mais transações sendo realizadas digitalmente através de diferentes dispositivos.

A boa notícia é que para se proteger contra possíveis golpes, o mercado já vem atento há pelo menos cinco anos, mesmo quando a internet das coisas ainda não era tão difundida. De acordo com a Gartner, em 2017 o setor desembolsou cerca de US$ 1,2 bilhão em segurança cibernética globalmente e a estimativa é de que tenha encerrado o ano de 2021 com investimentos da ordem de US$ 3 bilhões.

Os principais desembolsos, indica a consultoria, são testes de invasão, avaliação da segurança dos sistemas e a utilização de ferramentas e serviços a fim de melhorar a gestão dos ativos.

Reguladores propõem proteção mais rígida

Dada à dimensão do problema, alguns reguladores, a exemplo de autoridades da União Europeia (UE), recentemente anunciaram um projeto de lei que pretende multar os fabricantes de produtos da internet das coisas se eles não cumprirem regras mais rigorosas destinadas a reduzir os ataques cibernéticos.

Segundo publicado pela PYMNTS, as empresas terão que obter certificados mostrando que estão atendendo aos requisitos básicos para minimizar o risco de ameaças. Aquelas que não cumprirem a legislação serão multadas em até 15 milhões de euros, ou 2,5% do faturamento global do ano anterior, o que for maior.

Ao mesmo tempo, as novas regras, caso aprovadas, também permitirão que a Comissão Europeia retire de circulação e proíba produtos que não estejam em conformidade. Além disso, o projeto de lei determina que as empresas terão que informar às autoridades e consumidores sobre os ataques e terão que resolver o problema rapidamente.

Até porque, um estudo dos reguladores da UE descobriu que apenas metade das empresas relevantes no campo da internet das coisas tem as salvaguardas certas para se proteger de ataques cibernéticos. Daí a urgência da aprovação e aplicação do referido projeto com vistas a proteger empresas e consumidores.

 

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