Mercado global de detecção e prevenção a fraude deve ultrapassar US$ 100 bilhões até 2027, diz pesquisa

O crescimento de ataques cibernéticos e lavagem de dinheiro, com o crescente uso dos telefones celulares e aplicativos de banco digital, estão impulsionando o crescimento do mercado de combate a essas práticas.
Mercado global de detecção e prevenção a fraude deve ultrapassar US$ 100 bilhões até 2027, diz pesquisa
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Equipe Propague
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A crescente digitalização dos mais diversos setores da economia, em especial das finanças, com o advento dos aplicativos de banco digital e o consequente aumento das transações realizadas por meio de smartphones, tem sido responsável por um acréscimo considerável nas ocorrências de ameaças cibernéticas. Tanto que a prevenção à fraude se tornou fonte de preocupação constante de grande parte das organizações em escala global. Nesse sentido, um estudo publicado pela consultoria Global Market Insights Inc. revela que o mercado de detecção e prevenção a fraude deverá ultrapassar a casa dos US$ 100 bilhões em todo o mundo até 2027.

Segundo a empresa, as fintechs, por exemplo, vêm enfrentando ataques cibernéticos recorrentes. Como resposta, elas estão aumentando a demanda por soluções de detecção e proteção a fraude no sentido de integrá-las as suas plataformas, fornecendo, assim, serviços cada vez mais seguros e confiáveis.

Ainda de acordo com o estudo da Global Market Insights, a lavagem de dinheiro se junta à crescente incidência de ataques cibernéticos nas organizações, em todos os setores. Dessa forma, esses fatores, em conjunto, têm impulsionado a busca por soluções que visem combater tais ocorrências de maneira adequada e coordenada no ambiente corporativo, evitando, dessa forma, perdas financeiras. Caminho que representa uma vantagem competitiva perante a concorrência, apontam os especialistas.

Segmento de identidade e autenticação estão em alta

Uma das principais conclusões da pesquisa é que as empresas provedoras estão investindo ativamente no desenvolvimento de soluções cada vez mais avançadas e seguras com foco na detecção e prevenção a fraude. Tudo com o intuito de apoiar o crescimento das organizações e fortalecer o mercado onde atuam.

Nesse contexto, expõe a publicação, o segmento de identidade e autenticação deverá conquistar uma parcela substancial do mercado até 2027. O objetivo aqui, explica, é aumentar o monitoramento e a prevenção de fraudes online, tais como furtos de identidade e apropriação de contas especialmente no comércio eletrônico, aumentando, por sua vez, a receita do setor.

Um exemplo nessa direção, que é destacado pelo estudo é o lançamento de uma plataforma biométrica comportamental com geolocalização à prova de adulteração em novembro de 2021. Essa solução, que é uma das principais existentes no mercado, é uma forte aliada de bancos, seguradoras e outras organizações a fim de proteger seus clientes contra atividades fraudulentas, aponta a pesquisa.

A saber, identificação e autenticação são abordagens de segurança com o objetivo de controlar o acesso de qualquer serviço ou plataforma digital com base na identidade autenticada do usuário.

Prevenção a fraude: tipos de ocorrência

O estudo conclui também que, entre 2021 e 2027, a fraude interna nas organizações deverá crescer mais de 25% em termos da CAGR, sigla para Compound Annual Growth Rate, ou taxa de crescimento anual composta, em português. A justificativa, aponta a publicação, é um crescente conluio entre funcionários.

Conforme a Global Market Insights, fraude interna pode ser considerada qualquer atividade fraudulenta cometida contra uma empresa por seus próprios diretores, executivos ou funcionários com o intuito de obter ganhos financeiros. Nesse contexto, inclui três categorias principais: corrupção, apropriação indébita de ativos e fraudes nas demonstrações financeiras.

Já o segmento de combate à fraude de crédito e débito, acrescenta o estudo, deverá deter cerca de 30% de participação no mercado até 2027. De acordo com a empresa, fraudes de cartão de crédito e débito envolvem roubo ou qualquer transação ilegal realizada por um cartão de pagamento, usando-o como uma fonte de dinheiro fraudulenta para a transação.

Não é à toa, ressalta a pesquisa, que os bancos estão adotando cada vez mais medidas antifraude, como cartões baseados em chip eletrônico (cartões EMV), caixas eletrônicos anti-skimming (sensores especiais projetados para detecção de dispositivos capazes de roubar senhas) e a autenticação de dois fatores (2FA) a fim de proteger as transações contra atividades fraudulentas.

Impacto da pandemia de COVID-19 nas fraudes

A análise do mercado de detecção e prevenção a fraude também levou em conta o impacto da pandemia COVID-19. Conforme a pesquisa, a crise sanitária deu origem a novos incidentes relacionados a fraudes cibernéticas. Principalmente devido ao aumento do trabalho remoto e ao incremento das transações digitais após as restrições de funcionamento de lojas físicas, bem como pela redução do foco na conformidade que desencadeia a violação de leis e regulamentos, por conta do aumento dos desafios operacionais.

No curto prazo, ou seja, no período compreendido entre 2020 e 2022, aponta o estudo, os impactos da pandemia e os riscos eminentes a fraudes são considerados severos. Já no médio prazo, de 2023 a 2025, a classificação cai para moderada e, no longo prazo, de 2026 e 2028, reduz-se para uma escala mais branda.

Isso porque, à medida que venha a ocorrer a recuperação da crise econômica causada pela pandemia, as empresas tenderão a dar mais ênfase na proteção de seus componentes de tecnologia da informação em decorrência de eventuais vulnerabilidades. Ao passo que também veremos o surgimento de novos padrões tecnológicos, como Zero Trust Security – abordagem estratégica à segurança que se concentra no conceito de eliminação da confiança da arquitetura de rede de uma organização -, e autenticação biométrica.

Confira também o podcast Fraude, cibersegurança e o boom digital na pandemia

Mercado de prevenção a fraude e tendências por região

Quando se olha por região, o estudo destaca o potencial de crescimento do mercado de detecção e prevenção a fraude principalmente na Ásia e no Pacífico. Essa tendência é atribuída à crescente digitalização em todos os setores e às iniciativas governamentais, observadas com mais intensidade nessa região do que em outras partes do globo, para impulsionar as transações digitais nos países ali localizados. Conforme expõe a publicação, as crescentes ocorrências de controle de contas, roubo de identidade, phishing, entre outras, estão criando amplas oportunidades.

Fazendo um recorte para a América Latina e mais especificamente para o Brasil, maior mercado de detecção e prevenção a fraude do continente, o estudo diz que o setor bancário responde pela parcela mais substancial.

De acordo com a publicação, a maior demanda por iniciativas voltadas para detecção e prevenção de fraudes no Brasil está associada ao aumento do anonimato dos clientes devido aos bancos sem agência tornou mais fácil a incidência de fraudes.  Ao mesmo tempo, o documento aponta que os empréstimos sem garantias concedidos por bancos brasileiros também impulsionaram as ocorrências. Aliado a isso, afirma, existe a ampla oferta de ferramentas de hacking vendidas de forma ilegal e que exigem baixo conhecimento técnico para operar. O cenário acaba aumentando a demanda pelas soluções que combatam o problema, criando oportunidades de mercado.

O estudo cita ainda que regulamentações governamentais mais rigorosas relacionadas à privacidade de dados, lavagem de dinheiro e outras atividades fraudulentas também estão impulsionando a implantação de soluções de detecção e prevenção a fraude em todo o sistema financeiro nacional.

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