Integração entre Open Finance e Pix deve aumentar ainda mais os consentimentos ativos no ecossistema

Saiba como a fusão entre Open Finance e Pix está transformando o sistema financeiro do Brasil em 2024, promovendo maior digitalização e incentivando ainda mais os consentimentos ativos dentro do ecossistema de compartilhamento de dados financeiros.
Integração entre Open Finance e Pix deve aumentar ainda mais os consentimentos ativos no ecossistema
Data
Autor
Morgana Tolentino
Produto
Compartilhar

Em fevereiro de 2024, o Open Finance Brasil comemorou 3 anos de funcionamento (inicialmente lançado como Open Banking Brasil). Nesse período, o ecossistema ganhou maturidade e se expandiu para outras áreas do sistema financeiro (investimentos e seguros), mas as evoluções não param por aí. Sob o entendimento de que se trata de um projeto de longo prazo, a contínua jornada de inovações segue e conforme mais players e mais consumidores se envolvem no sistema, maiores são as possibilidades.

Para a agenda de 2024 está previsto uma maior integração com o Pix e mais automação nas transações, o que deve ser um convite para aumentar ainda mais o número de consentimentos ativos no ecossistema.

Open Finance e Pix: a revolução no sistema financeiro brasileiro

O Open Finance e o Pix fazem parte de uma ampla agenda do Banco Central para promover mais competição, mais inovação e mais inclusão no sistema financeiro brasileiro. O primeiro a entrar em operação foi o sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, no final de 2020. Promovendo transferências rápidas, simples, seguras, que funcionam 24 horas por dia, em qualquer dia, e gratuitas (para pessoas físicas), o sistema teve sucesso meteórico.

Até o final de 2023, estima-se que o Pix tenha estimulado a inclusão financeira de mais de 70 milhões de usuários, além de apresentar uma taxa de crescimento das transações de 58%, um número bastante expressivo mesmo após 3 anos de lançamento.

Já o Open Finance Brasil entrou em operação no início de 2021, então com o nome de Open Banking Brasil, e também apresentou números animadores. Em apenas 3 anos, o ecossistema de dados financeiros abertos no Brasil já é o maior do mundo em volume de chamadas (mais de 1 bilhão por semana) e número de consentimentos ativos (mais de 43 milhões).

O mais interessante desses números, contudo, é perceber que, mesmo sendo o maior open finance do mundo, o ecossistema brasileiro ainda oferece muito espaço para crescimento: os mais de 40 milhões de consentimentos ativos, por exemplo, não correspondem nem a um terço da população do país que, hoje, tem níveis de bancarização próximos dos 90%.

Assim, no contínuo processo de evolução desses projetos, a agenda do Open Finance Brasil para 2024 apresenta maior integração com o Pix, promovendo maior automação das operações e, possivelmente, um estímulo para o crescimento do número de consentimentos ativos.

Open Finance Brasil promove maior automação de transações a partir de 2024

Os destaques do ano são os lançamentos das chamadas transferências inteligentes, pagamentos automáticos e do Pix automático. As transferências inteligentes tratam da possibilidade de programar o envio de remessas entre contas do mesmo usuário, o que promete ser uma excelente ferramenta para auxiliar na gestão financeira. É possível, por exemplo, programar uma transferência automática para cobrir uma conta no vermelho, evitando o uso de cheque especial, ou mesmo pré-programar investimentos específicos.

Os agendamentos recorrentes permitem agendar pagamentos de valor fixo para contas de outros usuários e pode ser usado, por exemplo, para agendar os pagamentos de aulas particulares, personal trainer, streamings, entre outros. Tanto as transferências inteligentes quanto os agendamentos recorrentes ocorrem no escopo de pagamentos do Open Finance e exigem o consentimento ativo dos clientes. Ambos estão disponíveis desde abril de 2024.

Já o Pix automático tem o seu lançamento previsto para outubro deste ano e, diferentemente do agendamento recorrente, viabilizará o pagamento de valores que podem ser variáveis, como contas de água ou energia, por exemplo. Nesse caso, a ferramenta se assemelha a uma espécie de débito automático, mas, utilizando o ecossistema do Open Finance, de modo que o cliente precisa apenas de um consentimento inicial (que pode limitar o valor pago).

Com os lançamentos do ano, percebe-se uma maior integração dos dois projetos (Open Finance e Pix), o que promete alavancar ainda mais a digitalização do sistema financeiro brasileiro e uma maior participação da população no ecossistema de compartilhamento de dados. 

 

Morgana Tolentino é pesquisadora do Instituto Propague e doutoranda em economia pela UFRJ.

 

Veja mais:

Manual de Monitoramento do Open Finance é lançado e estabelece diretrizes claras em linha com os avanços do sistema

Open Finance pode melhorar a experiência do cliente no setor financeiro

Todos os produtos

Quer se
aprofundar mais?

Com uma linguagem simples de entender, as análises do Instituto Propague vão te deixar por dentro dos principais temas do mercado.

Leia agora!