Os efeitos das mudanças climáticas atingiram em cheio o setor de bares e restaurantes no Rio Grande do Sul (RS). Em maio deste ano, os estabelecimentos em todo o estado experimentaram uma queda no movimento superior a 17% (17,4%), na comparação com igual mês de 2023, afetados pelas enchentes que se prolongam pela região.
De acordo com o Índice de Atividade Econômica Abrasel-Stone, relatório divulgado mensalmente pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em conjunto com a área de Research da Stone e o Instituto Propague, esse recuo pode ser comparado aos desafios impostos aos bares e restaurantes ao longo da pandemia de Covid-19. À época, muitos tiveram que encerrar as atividades.
Já no confronto com abril deste ano, a redução do movimento em maio ficou em 5,4%, dando continuidade, portanto, à trajetória de queda já observada no mês anterior – 6,4% frente a março.
Dificuldades em manter as operações
Além do Índice Abrasel-Stone, um outro estudo, dessa vez do aplicativo (app) de delivery Ifood, confirma o cenário desafiador em que se encontram os bares e restaurantes do RS.
A pesquisa aponta que, entre 21 e 27 de maio últimos, 1.308 entregadores deixaram de efetuar login no app, ao passo que 2.200 restaurantes não contabilizaram pedidos de 6 a 27 do mesmo mês.
Na avaliação da Abrasel, esses números assinalam a severidade das condições encaradas pelos bares e restaurantes do estado e como está sendo difícil para eles se manterem funcionando.
Até porque, em outra recente pesquisa da Abrasel, cerca de 53% dos empresários do setor disseram ter trabalhado no vermelho durante o mês de abril, quando as enchentes começaram.
Bares e restaurantes demandam apoio governamental
Diante dos desafios em curso, José Eduardo Camargo, líder de conteúdo e inteligência da Abrasel, afirma que medidas de apoio do governo são cruciais.
Conforme disse, os bares e restaurantes do RS se deparam com um momento delicado. Na sua avaliação, por conta das enchentes, os prejuízos não se concentram apenas no faturamento, mas também na capacidade operacional.
Consequentemente, alerta, isso impede que os estabelecimentos honrem com o pagamento dos salários de seus funcionários, complicando ainda mais o cenário.
De fato, reforça Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, e que responde pelo cálculo do Índice, para que os bares e restaurantes da região possam resistir a choques dessa proporção vai ser imperativo, assim como na pandemia, o auxílio do governo. Só assim, afirma, trabalhadores e empresários poderão suportar esse período tão adverso para o setor.
Para mais detalhes sobre o Índice Abrasel-Stone acesse aqui.
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