No cenário empresarial, a adoção de práticas ESG tornou-se uma estratégia essencial para a sobrevivência do negócio a longo prazo e uma grande vantagem competitiva no mercado. De acordo com a MSCI ESG Research, empresa especializada em soluções e pesquisas de investimentos em ESG, o desempenho de empresas avaliadas em práticas ESG é superior ao do resto do mercado global. Dessa forma, para garantir uma transição e adaptação eficiente, o engajamento efetivo de stakeholders emerge como um catalisador indispensável para o sucesso na implementação dessas estratégias.
Os stakeholders são partes colaboradoras da empresa e, por isso, podem ser vistos como o termômetro de satisfação e eficácia das implementações de um negócio.
Os stakeholders são partes colaboradoras da empresa e, por isso, podem ser vistos como o termômetro de satisfação e eficácia das implementações de um negócio. São eles que serão os primeiros a ter impacto com a inclusão de práticas ESG no dia a dia de interação com o negócio, seja nas políticas da empresa para funcionários, seja nos produtos e serviços para clientes ou nos resultados para investidores. Uma vez que a empresa comunica de forma transparente e direta suas novas diretrizes e objetivos, se preocupando em incluir os stakeholders no processo de adaptação, a probabilidade de sucesso e crescimento é muito maior.
A participação dos stakeholders na implementação da agenda ESG: reputação e credibilidade
Estabelecer um relacionamento de confiança e transparência com as partes envolvidas na estrutura de operação do seu negócio é um fator de muita importância para garantir bons resultados e crescimento; logo, o movimento de inclusão de práticas ESG nas políticas da empresa – e as projeções esperadas por essas mudanças – são informações importantes de serem compartilhadas com os diferentes grupos de stakeholders. Demonstrar a preocupação em incluir as partes envolvidas nas mudanças da empresa não só fortalece o vínculo entre a empresa e seus colaboradores, como também estabelece uma reputação e diferencial para o mercado.
Isso porque o novo comportamento dos consumidores tem sido moldado pelo comprometimento às causas ESG e sua escolha final tende a dar preferência por empresas e negócios que tenham uma boa reputação sustentável. Além disso, pelo lado dos investidores, segundo a Pesquisa Global de Relatórios Corporativos e Investidores Institucionais da EY, 99% dos investidores entrevistados utilizam de métricas e divulgações ESG das empresas como parte da sua tomada de decisões de investimento; ou seja, quanto mais alinhada e transparente uma empresa for em relação às práticas de sustentabilidade corporativas, mais chances de sucesso ela terá.
Essa identificação entre a empresa e seus colaboradores não permite apenas ganhos para a credibilidade da empresa e uma boa imagem para o mercado, mas também pode fornecer insights valiosos para administração dos negócios e tomada de decisões. Como é o caso do gerenciamento de riscos e da avaliação de impacto interno.
Resiliência e gestão de riscos por meio dos stakeholders
Ao envolver uma variedade de stakeholders no processo de decisão e adaptação em conformidade ao ESG, é possível ter uma resposta mais direta e realista sobre como as novas diretrizes e projeções da empresa estão afetando as partes componentes do negócio. Com um bom relacionamento estabelecido por meio da reputação e da transparência, torna-se mais fácil realizar a identificação de riscos, compreendendo as expectativas de diferentes partes interessadas e, ainda, avaliando como elas podem afetar a implementação das estratégias ESG a longo prazo.
Dessa forma, esses insights permitem um gerenciamento de risco mais eficiente e aumentam a resiliência da empresa frente a adversidades e possíveis crises. Por outro lado, essas informações valiosas adquiridas pelo engajamento dos stakeholders frente às práticas ESG de uma empresa também permitem que as lideranças desenvolvam uma avaliação de impacto mais assertiva, permitindo que a empresa identifique práticas que realmente geram um impacto ambiental, social e de governança positivo e eliminem ações com resultados superficiais que podem gerar casos de greenwashing, por exemplo.
O engajamento dos stakeholders no contexto ESG é uma abordagem proativa para antecipar, mitigar e responder a desafios potenciais de adaptação às demandas do mercado e às exigências regulatórias do setor. Essa estratégia permite fortalecer os laços internos e externos do negócio com seus colaboradores envolvidos, criando uma vantagem competitiva para a empresa por meio de boas avaliações, recomendações e impacto positivo.
Amanda Stelitano é pesquisadora do Instituto Propague e mestranda em Economia Política Internacional pela UFRJ.
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