Código SWIFT: o que é e porque ele é importante para as transações internacionais

Lançada em 1973 por bancos norte-americanos e europeus, a ferramenta atende mais de 11 mil instituições financeiras em cerca de 200 países e territórios, sendo o principal serviço de mensagens financeiras do mundo.
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Equipe Propague
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Quem já precisou fazer pagamentos ou receber e transferir dinheiro internacionalmente se deparou com o código SWIFT. É por meio dele que quase a totalidade dos bancos e demais instituições financeiras ao redor do mundo se comunica, conferindo a segurança necessária para que o dinheiro seja retirado e depositado no lugar certo.

Sua utilização é tão abrangente e significativa que, atualmente, mais de 11 mil instituições financeiras, em cerca de 200 países e territórios, participam da rede que utiliza essa codificação. Tanto que, em conjunto, elas enviaram, só no ano de 2021, uma média de 42 milhões de mensagens financeiras ao dia, representando um aumento de 11,4% na comparação com o ano anterior.

Portanto, saber o que é o código SWIFT e entender como ele funciona é essencial para que pessoas físicas e jurídicas possam fazer transações internacionais de forma tranquila, resultando em um processo mais fácil, estável e seguro.

O que é o código SWIFT?

A palavra SWIFT é na verdade a sigla para Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication ou Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais, na tradução livre para o português. A saber, trata-se de uma cooperativa de propriedade de seus integrantes que fornece transações financeiras internacionais seguras entre eles.

Nesse contexto, cada instituição tem uma combinação única de código SWIFT, formada por letras, permitindo que seus clientes, sejam eles indivíduos ou empresas, façam e recebam pagamentos eletrônicos ou com cartão. Isso é válido mesmo que as partes usem contas em instituições financeiras diferentes. Além disso, o código é regido pelas normas ISO 9362.

O SWIFT foi criado em 1973, contando incialmente com 239 instituições em 15 países. Quatro anos depois, a rede já abrangia 518 instituições em 22 países. E assim foi crescendo em escala global até chegar nos números atuais. Sua supervisão fica a cargo do Banco Nacional da Bélgica, em uma parceria com vários bancos centrais, como o Federal Reserve (FED) dos EUA e o Banco da Inglaterra.

Embora existam, atualmente, outros serviços de mensagens financeiras que se assemelhem ao código SWIFT, como a Clearing House Interbank Payments System (Chips) e a Cross-Border Interbank Payment System (CIPS), também conhecida como China Interbank Payment System, o SWIFT continua mantendo sua posição dominante no mercado.

De acordo com os analistas na área, seu sucesso pode ser atribuído à segurança da plataforma, assim como à forma como adiciona continuamente novos códigos de mensagens com o intuito de transmitir diferentes transações financeiras.

Quem usa o código SWIFT?

Com o tempo, a robustez conferida ao formato de mensagem suportada pela rede que utiliza o código SWIFT permitiu uma grande escalabilidade do serviço e, consequentemente, a expansão e diversificação de usuários. Dessa forma, utilizam a rede:

  • Bancos;
  • Instituições de corretagem e casas comerciais;
  • Negociantes de títulos;
  • Empresas de gestão de ativos;
  • Câmaras de compensação;
  • Depositários;
  • Casas de negócios corporativos;
  • Participantes do mercado de tesouraria e prestadores de serviços;
  • Corretores de câmbio.

Como o SWIFT funciona?

O código SWIFT atua como uma linguagem digital internacional para transações financeiras. Assim sendo, serve como uma padronização de nomenclatura capaz de tornar possível a leitura por países em todo o mundo, mesmo com idiomas diferentes.

Nesse sentido, consiste em uma combinação de oito a onze caracteres, atribuída por meio de um algoritmo de três a quatro partes: código da instituição, código do país, código da localização (cidade) e, opcionalmente, o código que identifica a agência. Essa última parte geralmente é utilizada pelas instituições que têm mais de um estabelecimento em uma mesma cidade.

Para obter o código SWIFT de uma determinada instituição financeira a forma mais simples é solicitar a ela. Ao mesmo tempo, há a opção de pesquisar na internet, onde muitos sites listam códigos bancários ao redor do mundo.

Além disso, sua utilização é muito simples. Quando alguém precisa receber ou transferir dinheiro de/para uma conta no exterior, basta informar ao banco o código SWIFT e o número internacional da conta bancária do destinatário ou do remetente, que se chama IBAN (sigla em inglês para número de conta bancária internacional).  A saber, o IBAN é um código definido globalmente de até 34 letras e números, representando dados como o código do país, banco, agência, número e tipo de conta do usuário.

Uma vez de posse desses dados, o banco local enviará uma mensagem SWIFT ao banco que irá receber a transferência para que aceite a transação. Após a aprovação, o pagamento é lançado e a transferência concluída.

Entretanto, vale destacar que por mais robusto que o SWIFT seja ele é apenas um sistema de mensagens, que usa uma plataforma em nuvem para transmitir códigos entre instituições financeiras rapidamente. Ou seja, ele não movimenta valores, não possui fundos ou títulos e nem gerencia contas de clientes.

Existe um custo para usar o código?

Todos as instituições financeiras que possuem um código SWIFT pagam uma taxa de adesão. Apesar dessa taxa ser única, existem taxas de suporte que variam de acordo com as classes de integrantes.

Já no caso do usuário, o SWIFT também cobra um valor correspondente por mensagem, tendo como base o tipo e tamanho. É a chamada Taxa SWIFT, que chega a corresponder, em média, a US$ 20 por operação. Contudo, o valor pode variar de acordo com a instituição, pois existem diferentes níveis de cobrança conforme o volume de mensagens e o país de origem e destino.

Serviços adicionais

Além das soluções de mensagens e conectividade, que possibilitam a transferência de fundos entre instituições de diferentes países, o SWIFT lançou serviços adicionais, apoiados pelo seu longo histórico de dados. Esses serviços incluem inteligência de negócios, dados de referência e serviços de conformidade. Os principais são:

Aplicativos

As conexões por meio do código SWIFT permitem o acesso a uma variedade de aplicativos, que incluem correspondência de instruções em tempo real para transações de tesouraria e forex, infraestrutura de mercado bancário para processamento de instruções de pagamento entre bancos e infraestrutura de mercado de títulos para processamento de instruções de compensação e liquidação para pagamentos, títulos, forex e transações de derivativos.

Inteligência de negócios:

O SWIFT introduziu recentemente painéis que permitem que seus clientes obtenham uma visão dinâmica e em tempo real do monitoramento das mensagens, atividade e fluxo comercial e relatórios. Os relatórios permitem a filtragem com base na região, país, tipos de mensagem e parâmetros.

Serviços de conformidade:

A fim de ajudar no combate a crimes financeiros, o SWIFT oferece relatórios e utilitários envolvendo informações sobre clientes, sanções e prevenção à lavagem de dinheiro.

Os pagamentos internacionais antes do código SWIFT

Antes da existência do código SWIFT, o telex era o único meio à disposição das instituições financeiras para confirmação de mensagens para transferências internacionais. Porém, acabou sendo necessária uma evolução para o novo sistema, pois o telex possuía baixa velocidade, havia preocupação com a segurança e a confiabilidade no formato das mensagens.

Isso porque, o telex não tinha um sistema unificado como o código SWIFT para identificar os bancos e nem descrever transações. Assim, os remetentes tinham que descrever cada transação em frases que eram, por sua vez, interpretadas e executadas pelo destinatário. Dessa forma, esse processo levou a muitos erros humanos, bem como a prazos de processamento bem mais lentos do que os atuais. Esse período anterior à existência do código SWIFT e as dificuldades relatadas funcionam como exemplo das dificuldades que ser excluído do sistema pode gerar.

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