Resultados de abril sugerem estabilidade no varejo ao longo de 2024

Dados do varejo sugerem um início de ano relativamente estável para o setor no Brasil, ainda que os resultados se mostrem abaixo de 2023.
Resultados de abril sugerem estabilidade no varejo ao longo de 2024
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Morgana Tolentino
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O resultado das vendas do varejo brasileiro em abril, segundo o Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, aponta uma leve queda de 0,5% em comparação com março. Com esse resultado, o índice mensal sazonalmente ajustado registra sua quarta variação seguida em níveis inferiores a 1%, um indicativo de um início de ano relativamente estável para o varejo no Brasil, ainda que o setor esteja operando em patamar inferior ao de 2023. No comparativo anual, abril também registrou uma pequena queda, de 0,1%. Por outro lado, as análises por região e por segmento de vendas indicam melhoras no mês de abril.

Melhora do cenário nas análises regional e setorial

2024 não tem sido um ano de resultados excepcionais para o varejo, que segue operando em patamar inferior ao acumulado de 2023 no mesmo período do ano. Entretanto, os resultados do comparativo mensal mostram pequenas variações (menores que 1%) de um mês para outro, o que demonstra certa estabilidade do setor que, se não está crescendo de forma animadora, também não apresenta quedas significativas. Na análise setorial, os resultados são mais animadores, com quatro dos seis segmentos acompanhados registrando aumento do volume de vendas em abril, na comparação com março.

O principal destaque positivo nesta análise foi o segmento de Material de Construção, que, após sucessivas baixas, registrou um crescimento mensal de 8,2% em abril. Essa alta de abril surpreende e é importante para a recuperação do segmento, que vinha registrando sucessivas quedas nos últimos meses e teve um 2023 complicado. O segmento de Móveis e Eletrodomésticos também registrou uma importante alta mensal de 2,4% em abril. Esse é outro segmento que teve resultados difíceis em 2023, mas vem apresentando um 2024 mais animador.

Esses dois segmentos têm suas vendas muito influenciadas pelo cenário do mercado de crédito no Brasil, que apresentou melhora no final do ano passado diante do afrouxamento da política monetária mais restritiva e apresentou melhora nas métricas de endividamento e comprometimento da renda das famílias com pagamento de dívidas. Assim, o mercado de crédito mais aquecido parece estar favorecendo os segmentos do varejo que dependem mais do crédito. Além desses, também se destacam os crescimentos mensais registrados pelos segmentos de Artigos Farmacêuticos (4,7%) e Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (1,7%). Ambos tinham apresentado resultados negativos em março, de forma que o aumento do volume de vendas em abril anima, ainda que mais meses sejam necessários para confirmar uma mudança para uma tendência positiva.

A análise regional também aponta melhora quando comparada com os resultados do mês passado. Em abril, 11 estados mais o Distrito Federal registraram crescimento no volume de vendas do varejo. Os maiores crescimentos foram registrados no Amazonas (7,1%), no Distrito Federal (5,1%), em Sergipe (3,9%) e no Piauí (3,3%). Por outro lado, é necessário destacar que as regiões Sul e Sudeste registraram, pelo segundo mês consecutivo, queda no volume de vendas em todos os estados. Assim, é necessário seguir acompanhando as tendências regionais do varejo para compreender os efeitos dessa heterogeneidade de resultados entre as regiões do país.

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