Capacitação Financeira é imperativo para funcionários de Singapura

O avanço das tendências verdes está moldando o mercado de trabalho e novas tendência estão surgindo em todo o mundo. Em Singapura, o cenário não é diferente, afinal a cidade-nação tem nas finanças sustentáveis uma das suas grandes apostas.
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Equipe Propague
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A sustentabilidade se consolidou como uma tendência nos novos negócios e, agora, está moldando o mercado de trabalho no setor financeiro com o surgimento de novas demandas por emprego, qualificação e capacitação financeira.

Tendo em vista essa realidade, o Instituto de Contadores Fretados de Singapura (ISCA), a Ernst & Young Advisory Pte. Ltd. (EY), a Singapore Management University (SMU) e Singapore Accountancy Commission (SAC), realizaram um estudo para compreender o impacto da sustentabilidade nos cargos emergentes e necessidades de capacitação financeira para os novos profissionais.

O estudo identificou, tanto em termos locais quanto globais, três tendências principais que estão moldando os empregos, exigindo uma capacitação financeira contínua por parte dos profissionais já inseridos e abrindo oportunidade para os novos entrantes.

Três tendências estão moldando a capacitação financeira na área de finanças

A primeira tendência é a descarbonização, que tem levado à criação de mercados internacionais de carbono e a necessidade de contabilizar, monitorar e auditar emissões de carbono e gases do efeito estufa. Com isso, há uma demanda crescente por contabilidade de emissões tanto em funções contábeis internas quanto em serviços de auditoria externa.

A segunda tendência é a demanda por relatórios de sustentabilidade. Desde a criação do International Sustainability Standards Board (ISSB), há muita preocupação com a mudança do cenário de relatórios de sustentabilidade trazido pela universalização de padrões. Nesse sentido, à medida que os países passem a adotar o padrão internacional, os profissionais que atuam na realização desse tipo de relatório precisarão se capacitar para atender as novas normas.

A terceira e última tendência é o financiamento verde. A expansão de empréstimos verdes, títulos e mercados está moldando o cenário de auditoria, garantia e a própria forma como os negócios são financiados.

Com isso, há a necessidade de regulação e auditorias para garantir que as reivindicações de sustentabilidade não sejam exageradas ou imprecisas para evitar a prática de greenwashing. Além disso, embora as instituições financeiras não possuam emissões substanciais em suas operações, seu impacto climático e risco são em grande parte impulsionados pelas atividades que financiam.

Os contadores, por exemplo, precisarão se qualificar nos padrões emergentes de relatórios de sustentabilidade, precisando estar atentos aos requisitos que entrarem em pauta no futuro. De forma geral, os bancos estão integrando a sustentabilidade em sua avaliação da viabilidade das empresas, o que aponta para a necessidade de maior conhecimento das ferramentas de financiamento verde por parte dos novos profissionais.

Em suma, os novos profissionais de finanças precisam se capacitar para apoiar a alta gestão na identificação de riscos de sustentabilidade e avaliar o impacto financeiro na organização, contribuindo para moldar as estratégias de sustentabilidade das empresas.

Mas o que está impulsionando essas tendências em Singapura?

Especificamente no caso de Singapura, essas tendências estão sendo puxadas pelos objetivos governamentais de reduzir pela metade suas emissões de GEE e zerar as emissões líquidas de carbono até 2050. Ademais, em fevereiro de 2021, o governo apresentou o Plano Verde de Singapura 2030 para avançar a agenda nacional sobre desenvolvimento sustentável.

Um dos cinco pilares desse plano é encontrar oportunidades de crescimento verde para criar empregos, transformar indústrias e aproveitar a sustentabilidade como uma vantagem competitiva.

Outra fonte de oportunidades têm sido a atuação da bolsa de valores (SGX), que desde julho de 2016, incentiva as empresas listadas a publicarem relatórios sobre sustentabilidade e, em 2022, tornou os relatórios obrigatórios. Para isso, a SGX introduziu uma abordagem em fases com base nas recomendações da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD).

Além disso, todos os emissores de SGX devem submeter seus processos de relatórios de sustentabilidade para revisão de auditoria interna e, embora a auditoria externa de sustentabilidade ainda não seja obrigatória, a demanda está crescendo rapidamente.

A Pesquisa feita pela KPMG em 2020 corrobora essa percepção. De acordo com a empresa, Singapura e Espanha foram os dois países que apresentaram o maior crescimento no volume de relatórios de sustentabilidade por terceiros desde 2017 até 2020.

Com o exposto acima, fica claro como as novas tendências de sustentabilidade podem criar uma demanda por capacitação dos profissionais da área e o motivo de Singapura estar se movimentando na direção de incentivar tal processo.

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