BNPL tem potencial para movimentar R$ 205 bilhões por ano no Brasil

Entre os meios de pagamento analisados, o Pix parcelado é o que mais cresce.
BNPL tem potencial para movimentar R$ 205 bilhões por ano no Brasil
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Equipe Propague
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Entre carnês, cheques pré-datados e cartões de crédito, o parcelamento sempre fez parte do comportamento de compra do brasileiro. Mais recentemente, uma nova modalidade se juntou às formas tradicionais de financiamento: o BNPL, sigla em inglês para Compre Agora, Pague Depois.

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Inicialmente com maior popularidade fora do Brasil, sendo já bastante amadurecida em países como Estados Unidos e Reino Unido, a prática vem avançando no comércio eletrônico nacional nos últimos três anos.

O potencial de crescimento de mercado é tão grande que a projeção é de que as compras via BNPL alcancem R$205 bilhões ao ano no país, segundo uma pesquisa da consultoria GMattos contratada pela Pagaleve publicada em março de 2024.

Conforme o estudo, o cálculo leva em conta dois fatores distintos: a estimativa de R$101 bilhões ao ano em vendas através de crediário próprio das lojas ou por meio de parcerias com financeiras, além de R$104 bilhões anuais em parcelamentos que foram rejeitados no pagamento com cartão.

Parcelamento via Pix é destaque no BNPL nacional

Os números da pesquisa revelam que, em janeiro de 2024, na comparação com igual mês de 2023, a aceitação do BNPL no Brasil cresceu doze pontos percentuais, saindo de cerca de 27% para 39%.

O Pix parcelado foi a categoria que mais cresceu entre os meios de pagamento analisados.

A justificativa para esse desempenho é que o parcelamento via Pix beneficia os consumidores que não são integralmente atendidos pelos cartões de crédito, fazendo com que o pagamento através do BNPL se amplie em termos de público.

Em entrevista coletiva para apresentação dos resultados da pesquisa, Henrique Weaver, CEO da Pagaleve, disse que, até pouco tempo, as compras parceladas costumavam ser feitas quase exclusivamente com cartão de crédito. 

Entretanto, apesar de atender aos mais variados tipos de consumidores, Weaver avalia que a dificuldade de acesso, a falta de confiança de alguns clientes e, ainda, o descompasso entre o limite do cartão e o poder de compra dos usuários acabou por aumentar a procura pelo Pix para parcelar. Nesse contexto, mais de 30% dos brasileiros não contam com cartão de crédito.

Além disso, à medida que as pessoas conhecem melhor o Pix parcelado, acredita-se que a tendência é o crescimento dessa modalidade, reforçando o BNPL no país.

Por fim, mesmo que a modalidade de pagamento seja nova no Brasil, no cenário latino-americano, destaca Gastão Mattos, sócio fundador da GMattos consultoria, o país lidera o mercado de BNPL, atraindo várias fintechs que intermediam o serviço para o varejo digital.

Panorama global

Quando se olha para o cenário internacional, o BNPL também aponta para uma trajetória de crescimento, já bastante difundido em muitas nações.

De acordo com uma pesquisa da Juniper Research, divulgada em janeiro de 2024, a cifra movimentada em transações via BNPL poderá sair de US$ 334 bilhões em 2024 para US$ 687 bilhões em 2028, ou seja, um salto de aproximadamente 106%.

Tamanho crescimento, aponta o estudo, será impulsionado pela crescente maturidade dos mercados e pela confiança dos consumidores, e apoiado por iniciativas de regulação e por uma maior aceitação no comércio entre empresas (ou B2B na sigla em inglês), especialmente em casos de utilização do BNPL.

No que diz respeito à regulamentação, Matt Purnell, autor da pesquisa, aponta que vários mercados onde o BNPL despontou propuseram mudanças regulatórias. Como exemplo, ele cita a Dinamarca, que foi a primeira nação a implementar normas concedendo mais proteção aos consumidores.

Contudo, segundo ele, para crescerem em mercados cada vez mais regulados, os fornecedores precisam se adequar à legislação, justificar a utilização do BNPL ante as soluções de crédito convencionais e recompensar a fidelidade do consumidor para reter clientes.

Por fim, a pesquisa descobriu que o mercado de BNPL B2B atingiu US$ 14 bilhões em gastos a nível mundial, à medida que a sensibilização para o serviço aumentava e as empresas procuravam acordos de crédito alternativos como uma opção conveniente e de custo mais baixo em cenários econômicos turbulentos.

 

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