Embora ainda responda por mais de dois terços de todos os pagamentos no Brasil, o dinheiro em espécie vem perdendo terreno para o pagamento digital, principalmente para os alternativos, a exemplo dos QR Codes e dos cartões-presentes, ou também conhecidos como pré-pagos. É o que revela o mais recente Índice Global de Compras Digitais da PYMNTS: Edição Brasil, realizado em parceria com a Cybersource, empresa de gerenciamento de sistemas de pagamento por cartão de crédito para o comércio eletrônico. A pesquisa ouviu mais de 2.000 consumidores e 500 comerciantes em todo o país.
Segundo a publicação, a popularidade dos QR Codes disparou em 2020, quando os brasileiros passaram a fazer compras on-line em um ritmo até então inimaginável. No ano passado, mais de 80% das pessoas realizaram pelo menos uma compra na internet. E o mais importante, destaca, “metade desses consumidores achou suas compras on-line prazerosas, com 40% dizendo que agora as fazem com frequência”.
Com a volta às lojas presenciais, os comerciantes brasileiros devem ser capazes de oferecer uma variedade de opções de pagamento, sobretudo em um país onde grande parte dos consumidores ainda não tem cartões de crédito ou contas bancárias, concluiu o estudo. Nesse sentido, “o uso de pagamentos baseados em códigos ou por meio de boleto bancário já está bem estabelecido no Brasil, e o lançamento do sistema de pagamento em tempo real Pix poderia acelerar e expandir significativamente métodos de pagamento alternativos, como os QR Codes, expõe a PYMNTS”.
Até porque, a oportunidade de mercado para o pagamento digital no Brasil é enorme, reforça a pesquisa. “É essencial, no entanto, que os comerciantes trabalhem com parceiros de pagamento que não apenas conheçam a configuração do terreno – tanto do ponto de vista técnico quanto regulatório – mas que sejam também em sintonia com os motivadores de experiências de compra satisfatórias”, avalia.
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Facilidade e versatilidade: o QR Code como pagamento digital
Em entrevista à PYMNTS, Fernanda Carbonari, vice-presidente regional para o Brasil da Blackhawk Network, empresa que opera nos setores de cartões pré-pagos e pagamentos, disse que acredita que a popularidade contínua dos QR Codes no país se resume à sua facilidade de uso e versatilidade.
“Os QR Codes entraram no jogo porque mesclam dois mundos, o online e o físico”, disse ela. Além disso, afirmou, eles rapidamente se tornaram onipresentes na sociedade como resultado da pandemia e que quase todo mundo sabe o que é e como usá-lo. “No Brasil, 74% dos consumidores estão prontos para experimentar a compra por meio do QR Code. É um número alto, um dos mais altos do mundo”, acrescentou, razão pela qual, adiantou, a empresa enxergou essa oportunidade e moveu-se rapidamente para permitir que os comerciantes aceitem pagamentos através dessa modalidade.
Pré-pagos também ganham popularidade
Em sua entrevista para a PYMNTS, a executiva ressaltou ainda a conveniência como um dos fatores que explicam a popularidade crescente dos cartões-presente ou pré-pagos como meio de pagamento. Conforme disse, esses cartões são vistos de forma diferente em muitos mercados. “Em lugares como os Estados Unidos, Canadá e Índia, eles são frequentemente usados pelos consumidores como presentes, enquanto em países como Brasil, México e Japão, as pessoas geralmente os compram para si mesmas”, disse. “Na verdade, comprar cartões-presente para uso próprio é tão comum no Brasil, que eles são chamados de cartões pré-pagos”, argumentou.
Pagamento digital: hábitos de compra
O Índice Global de Compras Digitais da PYMNTS: Edição Brasil, revelou ainda que o país é bastante distinto quanto às preferências e hábitos de compra digital de seus consumidores. Os dados mostraram que os brasileiros são altamente orientados para a mobilidade, sugerindo que a ampla penetração dos smartphones está servindo como um trampolim para o comércio digital para grande parte da população.
Além disso, a adoção digital também é liderada por consumidores mais jovens e relativamente com maior poder aquisitivo, uma circunstância que tem implicações significativas para comerciantes e varejistas, considerando que a maioria da população do país tem menos de 34 anos.
Ao mesmo tempo, as tecnologias móveis têm sido os principais facilitadores dessas mudanças. Segundo o estudo, consumidores no Brasil têm duas vezes mais chances de fazer compras usando canais móveis do que computadores – 20% relataram usar dispositivos móveis para fazer seus compras mais recentes, o dobro do compartilhamento relatado usando computadores.
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