A economia de plataforma ganhou força com modelos de negócios baseados em plataformas digitais que conectam compradores e vendedores, oferecem serviços online, coletam e analisam dados do usuário e geram receita a partir dessa interação.
As plataformas digitais são os principais propulsores da economia digital, fornecendo um ambiente online para que compradores, vendedores e usuários possam interagir e realizar transações. Por essa razão, a economia de plataforma é uma parte importante da economia digital, e o crescimento de ambas está cada vez mais interligado.
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Plataformas como Amazon, Uber, Airbnb e Facebook têm um impacto significativo em diversos setores e se tornaram cada vez mais relevantes na economia global. O sucesso dessas plataformas depende da capacidade de criar valor para todos os envolvidos, explorando externalidades de rede e aumentando a eficiência do mercado.
Por essa razão, a economia de plataforma tem sido objeto de grande interesse e estudo em todo o mundo, por economistas, gestores e empreendedores. No entanto, é importante destacar que as plataformas dependem de tecnologias habilitadoras, que devem ser compreendidas por governos e organizações de desenvolvimento para fornecer o suporte adequado.
Entenda as tecnologias que estão por trás da Economia de Plataforma e os seus benefícios
De acordo com o Banco de Desenvolvimento da Ásia (ADB), cinco grupos de tecnologias-chave impulsionam as plataformas digitais: (i) tecnologias de semicondutores, (ii) tecnologias de infraestrutura, (iii) tecnologias transacionais, (iv) tecnologias integradoras e (v) tecnologias futuras que serão importantes como habilitadoras para a economia digital.
Todas essas tecnologias estão evoluindo rapidamente, portanto, o planejamento de desenvolvimento precisa ser proativo para garantir o aproveitamento pleno das oportunidades geradas na economia de plataforma.
De acordo com o ADB, os principais benefícios desse tipo de negócio na Ásia tem sido os ganhos com inclusão, eficiência e inovação. Por meio da economia de plataforma, pequenos produtores ou distribuidores passaram a encontrar consumidores em tempo real, ampliando o alcance de seus negócios e vendendo tanto em mercados domésticos quanto internacionais.
Isso trouxe benefícios para ambos os lados, já que os consumidores têm acesso a uma ampla gama de produtos e serviços, enquanto os pequenos produtores têm a oportunidade de expandir seus negócios.
Já os ganhos de eficiência decorrem, principalmente, da redução nos custos em diversas áreas, como gerenciamento de estoque, rastreamento de pedidos e processamento de pagamentos, permitindo que empresas utilizem seus recursos de forma mais inteligente e eficiente.
Do ponto de vista da inovação, a economia de plataforma tem permitido a exploração de diversos mercados novos que agregam bens e serviços, bem como transporte e entrega. Esses novos modelos desafiam e competem com modelos tradicionais, como nos casos do Airbnb (hospedagem), Amazon e Alibaba (varejo), Facebook (mídia) e Uber e Grab (transporte).
Assim, o mercado associado a economia de plataforma tem se expandido rapidamente e pode ser analisado a partir de alguns subsegmentos. Em geral, seguindo a divisão feita pelo ADB, o mercado de economia de plataforma pode ser dividido em seis seguimentos:
- Comércio eletrônico (e-commerce);
- Transporte;
- Viagem online;
- Serviços eletrônicos
- Tecnologia de publicidade (AdTech) e;
- Mídia digital.
Impacto da Economia de Plataforma na economia asiática
Nesse sentido, empresas como Alphabet, Alibaba, Amazon, Apple, Facebook, Microsoft e Tencent, tornaram-se algumas das maiores do mundo, com sete das oito maiores empresas sendo de plataformas, com um valor combinado superior a 7 trilhões de dólares em 2017.
Como resultado, o valor de receitas associado a plataformas digitais atingiu a cifra de 3,8 trilhões de dólares em 2019, equivalente a 4,4% da produção global, sendo o e-commerce responsável por mais da metade desse valor.
De acordo com o ADB, em termos regionais, a Ásia capturou cerca de 48% da receita total em 2019, equivalente a 1,8 trilhão de dólares ou 6,1% do seu PIB regional. Dentro da Ásia, mais de 1,2 trilhão de dólares, ou 68% da receita total receitas associado a plataformas digitais, foram gerados apenas na China.
Ademais, na Ásia, o e-commerce é a maior receita, totalizando 1,1 trilhão de dólares, seguido por viagens online com US$ 379 bilhões, AdTech com US$ 110 bilhões e transporte com US$ 75 bilhões. Em um comparativo com o resto do mundo, a região da Ásia foi a que mais gerou receitas em todas as categorias, exceto AdTech.
A importância das plataformas digitais também pode ser evidenciada pelos gastos per capita em todo o mundo. A Ásia, nesse quesito, aparece entre os mais promissores em termos de crescimento, apesar do baixo gasto per capita em valores absolutos.
Economia de plataforma na Ásia em uma perspectiva global
Os Estados Unidos lideram outras regiões e países em gastos, registrando um gasto de US$ 2.542,00 per capita em plataformas digitais. Austrália, Nova Zelândia e Japão (como um grupo) seguem, com US$ 1.548,00, a zona do euro com US$ 1.308,00 e China com US$ 864,00. Os gastos médios na Ásia, como um todo, foram muito menores, em apenas US$ 432,00 per capita – abaixo da média de gastos per capita em todo o mundo.
Apesar disso, o crescente número de usuários ressalta a importância das plataformas digitais na Ásia, com mais de 4,1 bilhões de usuários em AdTech, 3,2 bilhões em comércio eletrônico e 1,4 bilhão em mídia digital.
As receitas das plataformas digitais na região também estão crescendo mais rapidamente do que no resto do mundo. Os EUA e a área do euro, por exemplo, registraram crescimentos de 9,5% e 8,4%, respectivamente, bem abaixo do crescimento 16,1% da Ásia.
Além disso, a Ásia é a região que domina a composição da receita digital por setor, capturando mais de 58% da receita total de vendas. Nos serviços eletrônicos, a região responde por 44,3%, enquanto sua participação é superior a 38% tanto no transporte quanto na mídia digital, o que é maior do que nos Estados Unidos.
A China é o país mais ativo na região, com uma participação significativa nas vendas do comércio eletrônico, serviços eletrônicos e transporte.
China é o grande mercado para Economia de Plataforma na Ásia
Nesse sentido, a China responde por cerca de 44,8% das vendas globais no comércio eletrônico, 29,1% das vendas em serviços eletrônicos e mais de 25% das vendas em transporte.
Esses percentuais, contrastam com o percentual de economias avançada como Austrália, Nova Zelândia e Japão, cuja participação nas receitas de plataformas digitais está em um único dígito, exceto na mídia digital – que fica em 10,6% – onde o Japão desempenha um papel importante.
Além disso, também tem uma participação bem acima do mercado da Ásia em desenvolvimento (excluindo a China) que captura apenas de 10% a 13% das receitas em viagens online, transporte e serviços eletrônicos; e apenas de 4% a 8% das receitas em AdTech, comércio eletrônico e mídia digital.
O surgimento de plataformas digitais tem transformado a economia global, com a Ásia se tornando o epicentro da competição entre grandes empresas de plataforma digital.
Assim, a importância dessas plataformas só aumentará à medida que mais pessoas as utilizarem e as empresas explorarem seu potencial de crescimento e lucratividade.
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