NFT entra no radar dos bancos: veja as limitações e vantagens para o setor

Os tokens não fungíveis podem ajudar as instituições financeiras a expandir sua presença no gerenciamento de ativos, além de poderem fazer parte da estratégia de marketing das instituições, projetando-as como digitalmente inovadoras.
NFT entra no radar dos bancos: veja as limitações e vantagens para o setor
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Equipe Propague
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Responsável por uma fatia bilionária do mercado global de ativos criptográficos nos últimos anos, atingindo durante o ápice, em janeiro de 2022, um total de US$ 17 bilhões negociados, conforme dados da plataforma Dune Analytics, a categoria de token não fungível (NFT na sigla em inglês) entrou definitivamente no radar dos grandes bancos.

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Isso ocorre principalmente depois que as instituições financeiras, assim como as grandes empresas, começaram a desembarcar no campo do metaverso, aproveitando a onda da Web 3.0, que promete um formato de internet mais descentralizado.

Para se ter uma ideia de como o NFT e os bancos podem construir um futuro juntos, a Insider Intelligence, especialista em pesquisa de mercado e análise de dados, publicou recentemente um estudo analisando como esses ativos podem ser usados nas finanças e quais são as principais vantagens e limitações para avançar.

De acordo com a publicação, ao mesmo tempo em que a área de gestão de patrimônio dos bancos já enxerga os colecionáveis ​​físicos da sua clientela como parte integrante do seu portfólio de investimentos, agora, mais instituições financeiras também estão explorando os colecionáveis ​​digitais, a exemplo do NFT, como ativos.

Afinal, bens físicos podem igualmente serem comprados e vendidos como tokens. Além disso, esses colecionáveis digitais ainda podem se apresentar como soluções tecnológicas e ferramentas de marketing para os bancos.

Nesse cenário, conforme observa a Insider Intelligence, é que bancos como o Goldman Sachs diz estar analisando o NFT no contexto de instrumentos financeiros e que o JPMorgan inaugurou um lounge no metaverso, onde os usuários podem comprar terrenos virtuais com tokens não fungíveis. Além desses, o banco japonês Nomura é outro que vem buscando aumentar sua presença em criptomoedas e NFTs.

O uso do NFT nas finanças

De acordo com a American Banker, que cobre o movimento do setor financeiro, esse interesse dos bancos nos tokens se fundamenta em como a tecnologia que sustenta o NFT pode ser útil para eles. Entre as principais aplicações estão:

  • O NFT permite que as empresas cataloguem e movimentem ativos digitais em blockchain para que os proprietários possam resguardar dados, protegendo-se contra perdas ou corrupção. A saber, esse sistema pode ajudar os bancos a lidar melhor com os desafios relacionados ao manuseio e proteção de dados confidenciais;
  • Na sequência, o token não fungível também pode ser útil, por exemplo, na alocação de pagamentos de royalties. A saber, há casos em que os royalties têm mais de um proprietário e nem sempre está claro a quem deve ser pago. Dessa forma, o NFT, devido a possibilidade de fracionamento, identifica quem possui o ativo;
  • O NFT também pode auxiliar os bancos a atrair clientes que não depositam confiança nas criptomoedas e se sentem desestimulados a lidar diretamente com a complexidade da tecnologia blockchain;
  • Ao mesmo tempo, bancos e fintechs podem se beneficiar da transação com NFT do mesmo modo que qualquer indivíduo faz por meio da venda de ativos colecionáveis.

O que pode limitar a aplicação no setor bancário

Apesar de como o NFT pode ser útil às finanças, há de se considerar os fatores que podem vir a limitar sua maior inserção no setor. Para a Intelligence Insider, temos, primeiramente, a volatilidade dos preços.

Isso porque, assim como as criptomoedas, os preços desses tokens também foram impactados pelo inverno cripto ao longo de 2022. Para se ter uma ideia, o valor médio do NFT, segundo a Chainalysis, despencou de US$ 3.894, em maio de 2022, para cerca de US$ 300 em agosto.

Ademais, ainda há certo desconhecimento do público. Conforme expõe a Insider Intelligence, com base em dados da empresa de pesquisa YouGov, 41% da população adulta dos Estados Unidos nunca ouviu falar de NFT e apenas 3% dos adultos no Reino Unido demonstraram se sentir mais positivos em relação a uma empresa se ela começasse a oferecer os tokens digitais.

Finalmente, não se pode esquecer as ameaças cibernéticas. A saber, como todos os dados digitais, o NFT também corre o risco de ser hackeado, especialmente se forem guardados em uma exchange centralizada. E mesmo se estiverem armazenados em uma carteira descentralizada, ainda assim eles também poderão ser invadidos por meio de golpes como o phishing.

Vantagens do NFT para os bancos

Porém, entre prós e contras, o NFT reserva duas grandes vantagens para os bancos. Para a Insider Intelligence, os tokens digitais podem, no mundo real, fazer parte da estratégia de marketing das instituições financeiras, projetando-as como digitalmente inovadoras. Ao passo que também podem ajudá-las a expandir ainda mais a sua presença no gerenciamento de ativos, colhendo, assim, os frutos se esse mercado amadurecer.

Nesse sentido, aponta, os bancos deveriam seriamente considerar se dentro da área de gestão de patrimônio não seria interessante desenvolver uma divisão especializada em NFT. Ou ainda construir relacionamentos em torno de serviços direcionados a proprietários de tokens, da mesma forma que atendem colecionadores de arte e antiguidades.

 

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