Cada vez mais em ascensão no universo dos criptoativos, o token não-fungível (NFT, na sigla em inglês) respondeu por uma movimentação recorde na comercialização em 2021. O movimento levou vários setores, como jogos, obras de arte e outras áreas, principalmente ligadas à criatividade, a explorar as tecnologias blockchain.
Segundo um relatório anual, recém-lançado pela plataforma NonFungible.com em parceria com o L’Atelier BNP Paribas, as vendas de NFT alcançaram US$ 17,7 bilhões no ano passado, cifra bem superior aos US$ 82,5 milhões registrados em 2020. Isso representa um salto de mais de 200 vezes no valor negociado, ou aproximadamente 21.350%.
Como consequência, os lucros totais com NFT, ao revender ou comprar, também dispararam. A saber, saíram de US$ 12 milhões em 2020 para cerca de US$ 5,4 bilhões em 2021, ou seja, um valor 450 vezes maior ou cerca de 44.900% a mais.
Mesmo com a proliferação de tecnologias de redes e soluções, o Ethereum continua sendo de longe a principal blockchain quando se trata de transações NFT, com 78% de todo o mercado.
Leia também: O que são NFTs? Fique por dentro do universo dos tokens
Número de compradores de NFT superou o de vendedores
De acordo com a pesquisa, em 2021, a quantidade de compradores de NFT superou a de vendedores, criando um grande mercado de interessados em adquirir esse tipo de ativo criptográfico.
No ano passado, o estudo contabilizou 2.301.544 compradores contra 75.144 em 2020. Enquanto isso, em igual período, o número de vendedores foi de 1.197.796 ante 31.774 no ano anterior.
Entretanto, apesar de em números absolutos o volume de compradores ter sido superior ao de vendedores, em números relativos, o volume de vendedores apresentou, proporcionalmente, maior crescimento. Na comparação com 2020, em 2021 o número de vendedores de NFT aumentou 3.669% e o de compradores 2.962%.
Enquanto isso, a duração da propriedade desses ativos despencou. O relatório concluiu que os NFTs foram mantidos em média 48 dias em 2021 antes de serem vendidos, em comparação com 156 dias no ano anterior.
Preço médio e lucratividade
O relatório também identificou que o preço médio do NFT aumentou acentuadamente no ano que passou. O valor médio do criptoativo chegou a US$ 807,52 em comparação com US$ 49,18 anotados em 2020. Fazendo as contas, isso significa um salto de 1.542%.
Ainda segundo a publicação, o segmento de NFT colecionável foi o mais lucrativo em igual período, somando cerca de US$ 8,4 bilhões em vendas, seguido pela categoria de jogos, totalizando US$ 5,2 bilhões. Nesse cenário, não se pode esquecer que as vendas de terrenos digitais e outros projetos no metaverso também se destacaram. Em conjunto, eles renderam US$ 514 milhões.
Desafios para o mercado de NFT
Além de exibir uma radiografia das transações com NFT no ano que passou, a publicação expôs, ainda, alguns dos muitos desafios que esse mercado precisa superar. Entre esses eles estão:
- A experiência do usuário;
- O enquadramento legal e a tributação;
- A regulação;
- A questão ecológica;
- A especulação e os preços inflacionados;
- A educação dos consumidores;
- A aceitação do mercado.
Conclusões sobre o mercado de NFT em 2021
O estudo concluiu que ao final de 2021 nos deparamos com um mercado mais do que nunca sujeito a especulação, com novos compradores inexperientes e riscos cada vez menos contidos.
Observou-se ainda uma mistura e uma proliferação quase infinitas de projetos com valor agregado relativamente baixo, contribuindo para a saturação do mercado e levantando suspeitas sobre o real valor agregado e o potencial dos NFTs.
Diante desse contexto, os dados levantaram dúvidas se esses criptoativos não seriam uma bolha especulativa. Ainda não há resposta para tal questionamento, com o acompanhamento dos desdobramentos do mercado sendo o principal caminho seguido pelos analistas.
Veja também:
Criptomoedas no metaverso: como as moedas digitais se encaixam e podem crescer
Criptoativos: confira as tendências para 2022
Vídeo: O que é criptomoeda? Entenda como funcionam as stablecoins e os principais criptoativos
Ebook: Moedas digitais: entenda o que são criptomoedas, stablecoins e CBDCs