Economia verde avança na agenda de empresas e governos em 2024

Incentivos governamentais, financiamentos mais baratos, recursos para adaptar ambientes às mudanças climáticas e expansão dos mercados de carbono estão entre as iniciativas.
Economia verde avança na agenda de empresas e governos em 2024
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Equipe Propague
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Com o registro de temperaturas elevadas ano após ano, a urgência de combater os efeitos das mudanças climáticas avança na agenda de empresas e governos em todo o mundo, que busca a chamada economia verde.

A economia verde procura adotar meios sustentáveis para diminuir as emissões de gases poluentes na atmosfera e, assim, preservar o meio ambiente.

É o que explica o estudo Geostrategic Outlook 2024 (Perspectivas Geoestratégicas para 2024, na tradução direta), recentemente divulgado pela consultoria EY.

Segundo a publicação, como as metas de crescimento econômico se associam cada vez mais a soluções fundamentadas na natureza, assim como à segurança energética, as políticas climáticas tendem a contemplar mais investimentos na economia verde, acelerando o ritmo das regulações em torno da sustentabilidade.

Nesse contexto, a expectativa é de que os países ampliem, ao longo de 2024, os incentivos financeiros com objetivo de fomentar o uso de tecnologias sustentáveis pelas empresas, estimulando a descarbonização.

Com isso, as organizações, em especial aquelas que investem na pesquisa e no desenvolvimento, terão a chance de acessar mais recursos governamentais para caminharem mais rapidamente em direção à economia verde.

Adicionalmente, existe a possibilidade de conseguir financiamentos a custos mais baixos para a adoção de tecnologias sustentáveis, considerando que muitos investidores atribuem um risco menor a esses ativos no longo prazo.

Ademais, acredita-se que os programas de requalificação profissional custeados pelos governos poderão igualmente beneficiar as empresas, fornecendo recursos humanos com competências alinhadas à sustentabilidade.

Mais incentivos para a economia verde

Ao analisar o foco das empresas e dos governos em relação à economia verde, a Agência EY elenca uma série de incentivos dos países nessa direção.

Um bom exemplo é o da China: o país tem planos de instalar, ainda em 2024, cerca de 200 GW em energia renovável. Com esse propósito, vai distribuir aproximadamente US$ 72 bilhões em incentivos fiscais para elevar a procura por veículos elétricos.

Enquanto isso, os Estados Unidos seguem implantando sua Lei de Redução da Inflação de 2022 e procuram dar subsídios em tecnologia verde e créditos fiscais.

Ao mesmo tempo, a União Europeia pretende movimentar, até 2030, US$ 380 bilhões através do chamado Plano Industrial do Acordo Verde.

Além disso, outras grandes economias, incluindo Austrália, Brasil e Emirados Árabes Unidos, estão intensificando seus investimentos em energias renováveis.

Expansão dos mercados de carbono

A publicação revela, ainda, que os grandes mercados emergentes vão adotar ou expandir mercados de carbono para acelerar a trajetória rumo à economia verde. Para isso, pretendem introduzir políticas de preço do CO2 que abram maior espaço para o financiamento da transição energética, o que poderia proporcionar, por sua vez, exportações mais competitivas.

Diante desse cenário, as tensões geopolíticas podem aumentar, tendo, de um lado, os países que procuram maior financiamento climático e, do outro, nações consideradas obstáculos para essa agenda.

O estudo recomenda que essa questão seja debatida na próxima Conferência Mundial do Clima das Nações unidas (ONU), a COP 29, prevista para acontecer na cidade de Baku no Azerbaijão.

Adaptando ambientes e processos

Outro aspecto levantado pela Agência EY é que, desde a primeira COP em 1992, os esforços têm convergido para a diminuição das emissões de gases poluentes.

Contudo, com o global stock take, divulgado na COP28, ficou claro que os países e as empresas também precisam se empenhar na adaptação de seus ambientes e processos diante das médias mais elevadas de temperatura.

Isso deve abranger, por exemplo, novos parâmetros e investimentos visando aumentar a resiliência das edificações aos riscos ambientais. Desse modo, uma importante discussão surge sobre como e quando os governos vão financiar iniciativas de adaptações climáticas.

Por fim, o estudo da EY faz três recomendações para a atuação das empresas em 2024.

Primeiramente, incentiva a elevação da destinação de recursos para abordagens inovadoras de adaptação climática. Na sequência, alerta para uma eventual elevação da carga tributária, pois os governos precisarão investir na recuperação de estruturas danificadas pelas mudanças do clima. Finalmente, recomenda considerar os riscos climáticos ao avaliar a localização de novas unidades fabris e outros projetos de longo prazo.

 

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