Avanço da educação financeira é urgente frente a tokenização da economia

A popularização das criptomoedas, das finanças descentralizadas e a proximidade do Real Digital trazem mais possibilidades, mas também carregam novos desafios em termos do conhecimento da população sobre vantagens e riscos.
Avanço da educação financeira é urgente frente a tokenização da economia
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Equipe Propague
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Enquanto o sistema financeiro no Brasil avançou a passos largos nos últimos anos impulsionado pela digitalização, oferecendo produtos e serviços cada vez mais acessíveis e focados nas necessidades de diferentes perfis de clientes, por outro lado, a relação do brasileiro com a educação financeira não acompanhou essa evolução.

De acordo com os especialistas, uma maior inclusão financeira deve vir acompanhada pela educação financeira da população, o que vai muito além de aprender a eliminar gastos desnecessários, poupar e investir, sendo importante também um bom conhecimento dos principais conceitos e ferramentas do sistema financeiro para gerir com confiança o seu dinheiro.

Além disso, um indivíduo educado financeiramente podendo alcançar a segurança material necessária para viver dignamente, obtendo ainda garantias para possíveis imprevistos, melhorando sua qualidade de vida.

Entretanto, o problema não é de agora. Apesar de uma melhora recente, o país historicamente não tem um bom desempenho na área de educação financeira. Agora, a necessidade de avançar com a educação financeira no Brasil tende a se tornar cada vez mais urgente.

Isso porque, juntamente com uma melhor compreensão do sistema financeiro tradicional como hoje se conhece, a popularização das criptomoedas e o acesso a mais possibilidades trazidas pelas finanças descentralizadas (DeFi na sigla em inglês) carregam novos desafios nessa área.

A tokenização da economia e a educação financeira da população

Um artigo recentemente publicado pela Agência EY retrata bem a necessidade de um novo estímulo na educação financeira no Brasil diante da visibilidade alcançada pelos criptoativos, da implementação de soluções DeFi e da própria adoção do real digital.

Até porque, a chegada da CBDC brasileira trará consigo a necessidade de se conhecer mais intimamente conceitos como contratos inteligentes, dinheiro programável, tokenização da economia e blockchain.

Dessa forma, destaca a publicação, para que indivíduos e empresas possam aproveitar todas as vantagens dessa nova face do mercado, considerando ainda os riscos envolvidos, uma nova educação financeira deverá ser trabalhada pelos reguladores e agentes do setor.

Afinal, acrescenta, se um dos objetivos principais da CBDC e da consequente tokenização da economia é a inclusão financeira, isto só vai se consolidar com o avanço da educação financeira da população.

Nesse contexto, defende Thamilla Talarico, que é sócia-líder de blockchain e ativos digitais da EY Brasil, para que se conheça as vantagens e riscos dessas novas plataformas e soluções financeiras, primeiramente é necessário explicar o que é possível fazer com elas.

Isso significa, que, inicialmente, a população em geral precisará entender que apesar de passarem a usar o Real na forma de token, mais adiante essa condição não terá o mesmo destaque, pois tudo estará integrado com o sistema financeiro tradicional podendo ser visto e acessado com facilidade por todos.

Nesse sentido, a especialista toma como exemplo o Pix. Conforme disse, atualmente, as funcionalidades da ferramenta estão tão claras, que ninguém acha mais necessário saber como ela funciona sob a ótica da tecnologia.

A importância de iniciativas que aproximem as pessoas da nova realidade cripto

Por isso, a executiva aponta que, com a popularidade das moedas digitais e, principalmente, com a proximidade do lançamento do real digital, iniciativas que tragam essa nova realidade cripto para o cotidiano das pessoas devem ser cada vez mais valorizadas.

Como exemplo, ela lembra do convênio estabelecido, no primeiro semestre do ano, entre a Comissão de Valores Mobiliário (CVM) e a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) voltado para a criação e implementação de ações de educação financeira para quem destina recursos para aquisição de criptoativos.

Nesse convênio, as instituições disponibilizaram materiais sobre novas solução financeiras baseadas em blockchain e com foco em DeFi. Portanto, conclui Thamilla Talarico, é o tipo de abordagem que também deveria ser seguida por outros órgãos reguladores e players do mercado de ativos digitais, incluindo as instituições financeiras.

 

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