Cidades inteligentes ganham destaque na Ásia

Os modelos de cidades inteligentes estão ganhando o mundo, principalmente a Ásia, que segue na vanguarda desses empreendimentos e agora recebe financiamento do Banco de Desenvolvimento Asiático. Entenda a aposta asiática para o futuro das cidades.
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Equipe Propague
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As cidades inteligentes, ou “smart cities”, estão ganhando cada vez mais destaque e atenção por parte de instituições públicas e privadas. Com as agendas de digitalização e transição verde se mostram cada vez mais relevantes, era questão de tempo até haver movimentações para adaptar a vida urbana a tal realidade. Isso está sendo materializado na figura das cidades inteligentes.

Esse modelo de cidade é marcado por uma infraestrutura associada a tecnologias de informação e comunicação (TIC) como Internet das Coisas (IoT), WiFi, Big Data, Cloud Computing e apps. Englobam também aspectos ligados a sustentabilidade em áreas como construção civil, mobilidade urbana, e gestão de resíduos sólidos a fim de contribuir para a redução na emissão de carbono.

Apesar de ainda ser uma tendência para o futuro, algumas cidades ao redor do mundo já podem servir de exemplo dessa nova forma de pensar o espaço urbano. Metrópoles como Hong Kong e Tóquio são exemplos, ainda que estejam mais maduras na absorção de tecnologias ao espaço urbano e ainda desenvolvendo a parte de sustentabilidade, como construção de “prédios verdes”.

Todavia, “smart cities” são projetos de alto custo, envolvendo setores intensivos em conhecimento. Assim, garantir financiamento e suporte técnico é essencial para o êxito desses projetos. Tendo essa realidade em mente, o Banco de Desenvolvimento da Ásia lançou diversas iniciativas que podem servir de referência para projetos do tipo em outras regiões do mundo. Um projeto de destaque está associado ao Centro de Parceria para Financiamento Urbano.

O Centro de Parceria para Financiamento Urbano

O centro foi criado em novembro de 2009 para oferecer financiamento e assistência técnica voltada para infraestrutura ambiental urbana com o objetivo de levantar e utilizar fundos de parceiros para modernização das cidades.

O projeto tem como prioridade financiar investimentos relacionados a mitigação de mudanças climáticas. Atualmente é composto pelas seguintes iniciativas:

Entre as atividades contempladas estão o transporte público, o abastecimento de água, o saneamento básico, a gestão de resíduos sólidos e projetos de renovação urbana que sejam inclusivos e ambientalmente sustentáveis. O centro, por meio das suas iniciativas, fornece crédito e suporte técnico.

Uma iniciativa desse projeto que está chamando atenção recentemente para o esforço asiático de desenvolvimento das cidades inteligentes, foi a criação de um fundo da Associação das Nações do Sudeste Asiático para cidades inteligentes na Austrália, conhecido como AASCTF (ASEAN Australia Smart Cities Trust Fund).

Fundo da Associação das Nações do Sudeste Asiático para cidades inteligentes na Austrália (AASCTF)

O Banco de Desenvolvimento Asiático (ADB) aprovou a criação do fundo AASCTF em 1 de abril de 2019. Na sequência o Governo da Austrália se comprometeu a contribuir com US$ 20 milhões para o Fundo, que deve permanecer ativo até 30 de junho de 2024.

O objetivo é avançar tanto a Estratégia 2030 da ADB para a construção de cidades habitáveis verdes, competitivas, inclusivas e resilientes, como a Estratégia de Urbanização Sustentável (ASUS) da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), que visa promover alta qualidade de vida, economias competitivas e ambientes sustentáveis.

A estratégia adotada pelo fundo passa pela adoção de soluções digitais para melhorar seguinte áreas funcionais, fornecendo desenvolvimento de capacidade, apoio a parcerias e investimento:

  • Fortalecimento dos sistemas e processos de planejamento urbano, melhorando a coleta, armazenamento, análise e utilização de dados em plataformas geoespaciais;
  • Promoção do uso de sistemas integrados e inteligentes de gestão de rede para melhorar a qualidade e a eficiência da prestação de serviços;
  • Introdução de sistemas integrados de informação de gestão financeira para melhorar o valor do crédito institucional e a posição fiscal das cidades participantes.

Desde a criação do Fundo, foram selecionadas 8 cidades, uma em cada país da região para a realização de projetos piloto focados nessa área. Assim, há projetos ativos na Indonésia, Filipinas, Camboja, Laos, Myanmar e Vietnã. Considerando a extensão do projeto e organização regional em torno de um esforço de financiamento, o sudeste asiático está se mostrando um destaque no debate de modernização das cidades a ser acompanhado de perto.

 

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