Regtech: como a tecnologia pode ajudar na conformidade regulatória?

Descubra como a Regtech está impulsionando a conformidade regulatória com automação e IA e quais são os desafios que ainda persistem para a sua implementação no mercado.
Regtech: como a tecnologia pode ajudar na conformidade regulatória?
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Bruna Cataldo
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Nos últimos anos, o termo RegTech, abreviação de Regulatory Technology (Tecnologia Regulatória), ganhou destaque na indústria financeira. Ele se refere ao uso de tecnologias inovadoras para simplificar e facilitar o cumprimento dos requisitos regulatórios. O RegTech abrange várias tecnologias que visam fornecer soluções regulatórias ágeis, fáceis de integrar, seguras e de baixo custo. Mais especificamente, as empresas estão desenvolvendo ferramentas para auxiliar as organizações na gestão da conformidade e dos riscos relatórios.

Por que Regtech está ganhando a atenção do mercado?

Um dos principais motivos pelos quais o RegTech está no holofote e deve entra      no radar dos agentes do mercado financeiro é a constante e rápida evolução das regulamentações financeiras em resposta – e ao mesmo tempo como incentivo – à velocidade que a transformação digital está ocorrendo e trazendo inovações.

Bancos e fintechs enfrentam constante pressão para acompanhar novas regras e o objetivo das empresas de RegTech é justamente oferecer monitoramento em tempo real, acompanhamento dinâmico e gestão automatizada, capacitando instituições financeiras para manter a conformidade. A percepção dessa importância já é refletida nos números: as projeções sugerem um crescimento anual composto (CAGR) de mais de 20,3% entre 2020 a 2027 e, apenas em 2022, foram identificados mais de USD 18 bilhões em investimentos.

Os desafios de implementar soluções de Regtech:

Alguns desafios ainda persistem para a implementação desse tipo de solução, no entanto, que dificultam o aumento da adoção do RegTech no mercado. Alguns são:

  • Custos iniciais: embora o RegTech seja projetado para reduzir os custos a longo prazo, os investimentos iniciais para desenvolver e implementar soluções de conformidade podem ser substanciais, especialmente para empresas menores. Isso pode ser um obstáculo para empresários que têm recursos financeiros limitados.
  • Incerteza regulatória: o cenário regulatório está em constante evolução, o que torna desafiador para as empresas escolherem uma solução de conformidade específica. As regulamentações futuras podem exigir ajustes nos sistemas RegTech, o que gera incerteza e pode tornar os empresários mais cautelosos ao investir em soluções de curto prazo.
  • Riscos de padronização: Algumas soluções RegTech envolvem a padronização de sistemas, o que pode criar riscos sistêmicos. Se um único sistema padrão apresentar falhas, isso pode ter consequências mais abrangentes do que um sistema usado por apenas uma instituição. A dependência excessiva de um único sistema pode aumentar os riscos de falhas em cascata.
  • Falta de familiaridade: muitas instituições financeiras e empresários ainda não estão familiarizados com as soluções oferecidas, o que pode gerar desconfiança e resistência à adoção dessas soluções, levando algumas empresas a optarem por criar seus próprios aplicativos internos.

As oportunidades de Regtech: eficiência, ganhos de custo e… competição

Embora esses desafios existam, eles podem ser superados. A transparência, a colaboração entre os stakeholders e a adaptação às mudanças regulatórias são elementos-chave para superá-los e permitir que as empresas aproveitem os benefícios do RegTech em suas operações. A superação dos desafios se torna ainda mais importante quando consideramos que empresas precisam reservar de 15 a 20% dos recursos para programas de compliance. A título de exemplo, para a UBS isso significou um investimento de USD 946 milhões, para J. P.Morgan, o valor chegou a USD 600 milhões de dólares e, para o Deutsche Bank, EUR 1,3 bilhões.

O avanço do RegTech, portanto, representa uma oportunidade para reduzir barreiras de entrada no mercado pelo potencial de reduzir tal demanda de recursos, contribuindo não só para ganhos de eficiência a nível de empresa, mas – potencialmente – também a nível de mercado em termos de competição.

 

Bruna Cataldo é pesquisadora do Instituto Propague e doutoranda em economia pela UFF.

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