A digitalização de pagamentos segue em plena expansão, mesmo após o crescimento expressivo observado em 2022. É o que se verifica, por exemplo, no segmento de cartões, onde o pagamento por aproximação despontou no mercado de pagamentos brasileiro no primeiro trimestre desse ano.
Esta é uma das principais conclusões elencadas pela mais recente edição do relatório “Mercado de Pagamentos em Dados”, divulgado trimestralmente pelo Instituto Propague em conjunto com o time de Economic Research da Stone.
O pagamento por aproximação, ou contactless, torna-se possível graças à tecnologia NFC (sigla em inglês para Comunicação por Campo de Proximidade na tradução direta), que permite que dois objetos que a possuam – nesse caso, cartões físicos ou celulares e maquininhas de cartão – possam interagir ao estarem próximos.
Vale destacar que a publicação serve como acompanhamento periódico do setor de pagamentos no Brasil, explorando tanto a quantidade quanto o volume de transações por meio de pagamento, incluindo o Pix, fenômeno mais expoente da digitalização no país. Ao mesmo tempo, também procura fundamentar a análise trazendo a evolução da atividade econômica nos setores de serviços e varejo.
Segmento de cartões e o pagamento por aproximação
O relatório aponta que, nos três primeiros meses de 2022, o Brasil registrou pela primeira vez mais de 100 milhões de transações com cartões por dia, o que totaliza nove bilhões de operações em comparação ao mesmo período de 2021.
Nesse contexto, as três modalidades de cartão – crédito, débito e pré-pago – contabilizaram um crescimento expressivo na média móvel anual de volume transacionado acompanhadas do explosivo aumento do pagamento por aproximação.
Com relação a essa modalidade, que avançou sem precedentes durante a pandemia, o relatório destaca que ela tem se mostrado um fenômeno com perspectiva de duração. Expõe, também, o destaque na recente evolução do mercado de pagamentos no país.
Olhando para os números, o que se vê é que no 1º trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, os pagamentos por aproximação cresceram mais de 470% em termos de volume transacionado, passando pela primeira vez a barreira dos R$ 100 bilhões em um único trimestre.
Além disso, em março de 2022, segundo dados da Associação das Empresas do Setor de Meios Eletrônicos de Pagamento no Brasil, ABECS, modalidade de pagamento por aproximação superou pela primeira vez os 30% do total de pagamentos presenciais. Isto representa crescimento de quase sete pontos percentuais em relação a dezembro de 2021.
E não deve parar por aí! A expectativa da instituição é de que a modalidade de pagamento utilizando NFC alcance aproximadamente 50% de todas as transações presenciais ainda em 2022.
A razão para que o pagamento por aproximação seja cada vez mais aceito, explica o relatório, é a boa experiência de utilização da tecnologia NFC. Afinal, ela contempla aspectos como eficiência para comércios; segurança; agilidade; e a possibilidade de fazer a transação de inúmeras formas – cartão físico, smartphone, smart watch etc.
Pix continua a impulsionar o mercado ao lado dos cartões
Além do cartão, o Pix, outro grande termômetro do grau de digitalização da economia brasileira, continua a avançar no gosto da população. Conforme a versão mais recente do relatório “Mercado de Pagamentos em Dados”, em março de 2022, o Pix bateu recorde com cerca de 1,6 bilhões de transações efetuadas.
Apesar disso, a publicação ressalta que esse avanço veio acompanhado de uma queda considerável do ticket médio por operação. O valor médio das transações com Pix saiu de cerca de R$ 882, em novembro de 2020, para pouco menos de R$ 490, em março de 2022, um recuo de quase 45%. A justificativa, de acordo com o relatório, reside no fato de que as transações diárias entre pessoas físicas costumam ter ticket médio inferior àquele registrado entre empresas ou instituições governamentais.
Porém, o relatório comemora o crescimento do Pix na modalidade P2B (sigla em inglês para pagamentos entre pessoas e estabelecimentos comerciais). Em março de 2022, ela atingiu seu maior volume transacionado de R$ 70 bilhões, com acréscimo superior a 11% no confronto com dezembro de 2021. Além disso, alcançou participação de 9,2% no volume total movimentado entre os principais meios de pagamento P2B, a maior desde a sua criação.
Dessa forma, embora já tenha alcançado taxas expressivas de crescimento e aceitação por parte dos brasileiros no ano que passou, o Pix ainda encontra margem para crescer, conclui o relatório. Principalmente por poder atuar além de unicamente instrumento de transferência de recursos, mas, também, como importante alternativa para o mercado de pagamentos disponíveis para a população.
Além disso, juntamente com o pagamento por aproximação, o Pix tende a contribuir para a adesão cada vez maior aos meios digitais de pagamentos e, consequentemente, uma maior inclusão financeira, e a diminuição do uso de dinheiro em espécie. Para acessar o relatório completo clique aqui.
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