Blockchain entra no radar de grandes bancos globais

Testes por meio de uma rede interbancária inédita utilizando a tecnologia permitiram que sistemas financeiros anteriormente separados fossem interligados e sincronizados de uma forma antes improvável.
Blockchain entra no radar de grandes bancos globais
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Equipe Propague
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As instituições financeiras tradicionais vêm se aproximando cada vez mais do universo criptográfico. Diante do avanço do uso de ativos digitais, a necessidade de compreensão dos profissionais do setor sobre esse segmento tem aumentado gradativamente, especialmente frente ao potencial da blockchain.

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Atualmente, bancos em todo o mundo apostam no desenvolvimento de áreas relacionadas a criptoativos – com o propósito de estruturar, emitir e negociar a custódia de ativos digitais –, assim como na tokenização de ativos e produtos financeiros do mundo real.

A mais recente empreitada usando a tecnologia blockchain culminou na conclusão de um projeto piloto, a Canton Network, uma rede interbancária inédita que demonstra a interoperabilidade de 22 aplicações independentes de registro distribuídas no âmbito do mercado de capitais.

Ao todo, 155 participantes de 45 organizações – incluindo grandes bancos e gestores de ativos como BNY Mellon, BNP Paribas, Goldman Sachs, Cboe Global Markets e várias outras instituições financeiras –, concluíram o projeto que é um dos maiores experimentos de utilização em larga escala da blockchain.

Em comunicado, a Canton Network, em operação desde maio de 2023 e capitaneada pela Digital Asset Holdings, afirmou que o sucesso na realização de mais de 350 transações simuladas revelou como uma rede de plataformas interoperáveis é perfeitamente capaz de se conectar, permitindo operações seguras em diversas partes da cadeia de valor dos mercados de capitais.

Ambiente de teste

Ainda de acordo com a Canton Network, foram disponibilizadas aos participantes do projeto aplicações de registro distribuído para tokenização de ativos, inscrição de fundos, dinheiro digital, recompra, empréstimos de títulos e transações de administração de margens, todas aptas a interoperar com a rede blockchain interbancária em teste.

Como resultado, as operações realizadas demonstraram que a liquidação em tempo real e a reconciliação imediata entre os sistemas das contrapartes podem ser alcançadas. Além disso, essas operações atendem aos requisitos regulamentares de controle, segurança e privacidade de dados nas movimentações de ativos.

Nesse processo, empresas de toda a cadeia de valor do mercado de capitais participaram. Entre elas estão, por exemplo, 13 bancos, 15 gestores de ativos, quatro custodiantes, três bolsas de valores e ainda um provedor de infraestrutura do mercado financeiro entre outras.

Durante quatro dias, as organizações experimentaram 22 soluções independentes de registro distribuído, contemplando cinco registros de caixa, cinco registros de fundos, três aplicações de negociação, quatro de gerenciamento de margem e duas de financiamento.

As operações simuladas compreenderam a troca de títulos tokenizados, fundos do mercado monetário e depósitos feitos globalmente por meio da blockchain interbancária.

Constatou-se, no fim do experimento, que a Canton foi capaz de reduzir custos, diminuir os riscos e as ineficiências normalmente observados e cumprir as normas para emissão, transferência e liquidação de ativos tradicionais tokenizados. 

Marco importante para a tecnologia blockchain

Na avaliação de Yuval Rooz, CEO e cofundador da Digital Asset, os testes da Canton Network representam um marco importante para a tecnologia blockchain em todo o mundo.

O design da plataforma supera as deficiências das redes blockchain de contratos inteligentes existentes, e permite que sistemas financeiros anteriormente separados sejam interligados e sincronizados de uma forma antes improvável, ao mesmo tempo em que são cumpridas as atuais barreiras regulatórias, afirma Rooz.

Desse modo, a expectativa é poder seguir trabalhando com os participantes do piloto para continuar identificando outros cenários onde a Canton Network possa ser aplicada.

O que limitava a capacidade de as organizações aproveitarem a eficiência que a tecnologia blockchain proporciona, segundo ele, era a falta de controle sobre os dados e a necessidade de sacrificar a interoperabilidade em prol da privacidade. 

Contudo, a estrutura de permissão pública da Canton Network combina o potencial de interoperabilidade de aplicações soberanas com os controles de privacidade que seriam necessários para operar dentro de um ambiente regulatório sólido e seguro. 

Nesse sentido, ele assegura que a privacidade dos participantes, ao realizar transações entre aplicativos via rede blockchain interbancária, é preservada. 

Além disso, as organizações mantêm o controle sobre o desempenho dos seus sistemas, pois as transações são validadas por um conjunto de nós definido por dados e não por um conjunto universal de validadores terceirizados.

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