Stablecoins devem movimentar mais de US$ 187 bi globalmente em cinco anos

Caso alcançada, a cifra representará um salto de 250% no período, revelando o potencial dessa categoria de moeda digital para desbloquear o fluxo de dinheiro através das fronteiras ao lado das CBDCs.
Stablecoins devem movimentar mais de US$ 187 bi globalmente em cinco anos
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Equipe Propague
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O mercado de pagamentos está em constante desenvolvimento.  Afinal, a digitalização acelerou e continua a motivar a inovação no setor. Até o momento, a blockchain teve um impacto importante tanto nos serviços bancários como nos métodos de pagamento. Nesse cenário, vários países vem anunciando a criação de CBDCs (sigla em inglês para moedas digitais de banco central) e outros também apostam no uso das stablecoins para fazer frente ao avanço das criptomoedas.

Para isso, algumas jurisdições estão adotando regras específicas para as stablecoins no âmbito das suas regulações para ativos digitais. O Reino Unido é um dos exemplos nessa direção. Ainda em 2022, o país anunciou que pretende tornar essas moedas uma forma de pagamento válida em seu território.

Entenda o que são stablecoins e o que as diferencia das criptomoedas clicando aqui.

Como consequência, a projeção dos principais especialistas em pagamentos emergentes é de que o uso das stablecoins cresça substancialmente em todo o mundo em cinco anos, com o valor das transações de pagamento excedendo US$ 187 bilhões globalmente até 2028. Isso representa um crescimento de aproximadamente 250% ante 2023, quando o montante estimado é de US$ 53 bilhões.

Esse é o resultado de uma pesquisa recentemente divulgada pela Juniper Research. De acordo com o estudo tal cifra tende a ser alcançada porque as stablecoins estão progredindo rapidamente no mercado de pagamentos transfronteiriços em especial, se juntando às CBDCs, como um meio crucial para contornar as limitações dos métodos atuais de pagamentos internacionais, ainda lentos, caros e difíceis de rastrear.

O potencial das stablecoins para pagamentos transfronteiriços

Até 2028, destaca a publicação, o valor de pagamentos transfronteiriços por meio de stablecoins equivalerá a cerca de 73% do valor total de todas as transações de pagamentos utilizando stablecoins em todo o mundo.

Esse domínio de casos de uso de stablecoins para pagamentos internacionais, explica a pesquisa, se deve ao fato de que elas podem ser altamente eficazes para este fim, pois removem etapas do processo atual, aumentam a velocidade das transações e liquidações e melhoram muito a rastreabilidade.

Além do que, as stablecoins, diferentemente das criptomoedas, comumente têm seu valor atrelado a uma moeda fiduciária ou commodity, o que teoricamente ajuda a reduzir a volatilidade inerente a uma moeda digital privada típica.

Aceitação pode ser maior obstáculo             

Por outro lado, o estudo identificou que a aceitação pode ser o principal obstáculo para um maior crescimento do uso de stablecoins para pagamentos internacionais.

Isto porque, explica Nick Maynard, autor da pesquisa, embora as stablecoins tenham um vasto potencial para desbloquear o fluxo de dinheiro através das fronteiras, as plataformas de pagamento precisam implementar estratégias de aceitação para que isso progrida.

Conforme disse, os chamados “operadores de transferência de dinheiro” podem alavancar o uso das stablecoins em uma grande escala, entretanto, isso exigirá que as redes sejam construídas em amplas áreas geográficas.

Outro desafio para o crescimento global da stablecoins como viabilizadoras de um fluxo de pagamentos internacionais mais fluído e ágil, aponta o estudo, é o papel das CBDCs.

Afinal, elas são garantidas pelos bancos centrais emissores e são a representação digital da moeda fiduciária de um país, tendo, da mesma forma, um enorme potencial para operações transfronteiriças, com a vantagem de os lançamentos devendo ocorrer em um ritmo mais rápido e de forma mais segura, devido ao suporte dessas autoridades monetárias.

Contudo, dado o tamanho do espaço transfronteiriço e o estágio inicial do desenvolvimento das CBDCs, a pesquisa conclui que as stablecoins, ainda assim, têm perspectivas de crescimento.

 

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