Open Banking: pagamentos globais devem superar US$ 116 bi em 2026

Segundo a projeção de especialistas, transações de pagamentos facilitados pelo Open Banking terão 2.800% de crescimento ante 2021. Europa responderá por mais de 75% dos usuários das transações.
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Equipe Propague
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Em estágio avançado na União Europeia e em países como Reino Unido, Singapura e Índia, e prestes a entrar em sua quarta fase de implementação no Brasil, o Open Banking deverá viabilizar transações de pagamentos globais superiores a US$ 116 bilhões em 2026. Se confirmada, a cifra corresponderá a um salto de 2.800%, nos próximos cinco anos, ante o montante projetado para 2021, quando se estima um valor pouco abaixo de US$ 4 bilhões. É o que revela um novo estudo da Juniper Research, uma das líderes mundiais em pesquisa e serviços analíticos para o setor de comunicações e alta tecnologia.

Denominada “Open Banking: principais oportunidades, estratégias de fornecedores e previsões de mercado de 2021-2026”, a pesquisa credita o resultado ao aumento da conscientização dos usuários sobre os recursos possíveis por meio do Open Banking. O avanço da implementação do sistema na Europa também deve colaborar com os resultados. Este deve trazer aumento da oferta de APIs, interfaces tecnológicas que permitem o compartilhamento de dados.

Confira também: O que é Open Banking? Entenda como funciona esse sistema financeiro aberto

Protagonismo europeu no Open Banking

A projeção da Juniper Research de crescimento para as transações globais de pagamento por meio do Open Banking tem a expectativa, portanto, que o grande protagonista será a Europa. Conforme o documento, o continente deve responder por mais de 75% dos usuários dessas operações no Sistema Financeiro Aberto, como Open Banking também é conhecido.

No entanto, o relatório aconselha que os provedores de APIs mirem além dos requisitos regulamentares mínimos ao desenvolver usos avançados dos serviços, no sentido de agregar produtos como empréstimos, cartões de crédito e hipotecas, conforme a conscientização dos usuários for crescendo.

Abertura do mercado norte-americano

Outro destaque apontado na pesquisa foi que o recente apoio governamental observado nos Estados Unidos também pode estimular o crescimento do Open Banking, reforçando o cenário global. Nesse contexto, o mercado exigirá que os fornecedores de serviços de pagamentos desenvolvam novos recursos rapidamente para se capitalizar.

A pesquisa prevê que as aquisições e parcerias se intensifiquem, a fim de que esses provedores de serviços possam atender rapidamente aos requisitos em evolução, em vez de desenvolverem suas próprias soluções ao longo do tempo.

Desafios do Open Banking

Ao mesmo tempo em que faz projeções sobre o uso do Open Banking dentro dos próximos cinco anos, a publicação da Juniper Research também lista alguns desafios. Primeiramente, ela aponta a pouca disponibilidade de APIs no sentido de facilitar a sua adoção em escala global.

“Em sua forma atual, o Open Banking é percebido como uma força equalizadora para bancos menores, mas principalmente para as fintechs ante os bancos tradicionais. O estabelecimento e integração de APIs corporativas também são caros. Portanto, muitos bancos de médio e grande porte estão engajados no Open Banking, implantando APIs básicas e evitando se comprometer com implantações em grande escala. Associada à relutância dos bancos em inovar, ou, em alguns casos, seu desejo de inovar inteiramente por conta própria, a pouca disponibilidade de APIs é um dos maiores fatores de inibição para adoção do sistema”, explica.

Na sequência, vem o envolvimento dos reguladores no projeto, que tem sido bastante desigual em todo o mundo. Nesse cenário, o relatório cita casos como o dos Estados Unidos, onde não há nenhuma legislação específica que regule a prática, ao passo que, o Reino Unido estabeleceu regulamentos que são rigorosamente implementados. Enquanto isso, dentro da União Europeia, a disseminação difere entre as economias impulsionadoras do continente.

Além desses desafios, o documento também elenca as preocupações com segurança e fraude e a baixa conscientização do usuário. Para se ter uma ideia, outra pesquisa realizada pela Juniper Research em fevereiro de 2021 descobriu que 30% dos entrevistados não entendiam o que era o Open Banking.

O Open Banking no Brasil

O Brasil entrou na primeira fase do Open Banking em fevereiro de 2021. Poucos meses depois, o Banco Central (BC) publicou uma resolução alterando o cronograma para a implementação das próximas etapas. Segundo o BC, o objetivo seria permitir que os bancos e os participantes do ecossistema testassem por mais tempo a solução, a fim de se prepararem para o lançamento.

Assim, a segunda fase, que estava originalmente programada para 31 de maio, foi adiada para 15 de julho e, posteriormente, para 13 de agosto de 2021. Nesse estágio começou o envolvimento dos clientes, que passaram a poder autorizar o compartilhamento de seus dados e informações financeiras entre as instituições.

A terceira fase também começou um pouco depois do previsto, em 29 de outubro de 2021. Nessa etapa, os consumidores ganharam acesso a serviços de iniciação de pagamentos (PISP), que permite ao usuário fazer transferências e pagamentos sem precisar entrar diretamente no aplicativo do banco ou digitar repetidas vezes seus dados bancários. Vale destacar que a inclusão de propostas de crédito foi adiada até 2022. Por enquanto, apenas as transferências via Pix estão disponíveis no atual estágio de integração ao Open Banking.

Já a quarta e última fase, chamada Open Finance, está prevista para 15 de dezembro de 2021. A partir daí, instituições poderão oferecer investimentos, seguros e outros produtos para usuários que não sejam seus clientes. Em 2022, outros serviços complementares serão ofertados para consolidar Open Finance, o qual deverá estar totalmente implementado até fim deste mesmo ano, conforme a expectativa do BC.

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