Além do desenvolvimento de uma série de aplicações baseadas em blockchain, um número cada vez maior de pessoas demonstra interesse em entender essa tecnologia e descobrir como criar valor de forma significativa, a ponto de a blockchain na economia ser considerada área prioritária na era digital.
De acordo com uma pesquisa com foco em criptoativos desenvolvida pelo Instituto FSB a pedido do portal Mercado Bitcoin, 41% dos entrevistados afirmam que a blockchain deve ser definida como prioridade quando se olha para o futuro da economia digital no Brasil.
Na escala de importância, abaixo da blockchain vieram os próprios criptoativos, segundo 31% dos respondentes, tokens em geral, para 8%, e os tokens não fungíveis (NFTs na sigla em inglês), conforme 3% das respostas. A saber, 16% dos entrevistados não souberam ou não responderam ao questionário.
Ainda segundo a pesquisa, a prioridade da blockchain na economia se justifica por conta da rápida expansão dessa tecnologia no país, saindo à frente dos criptoativos, citados por 46% deles, e dos NFTs, conforme 47% das respostas.
Para chegar a esses resultados, o FSB ouviu 180 pessoas entre julho e agosto de 2022. Entre os entrevistados estavam formadores de opinião, acadêmicos, gestores públicos, representantes do mercado financeiro, imprensa, entre outras categorias.
A conquista de espaço pela blockchain na economia
De fato, a expectativa de muitos analistas de mercado para a blockchain na economia é de que essa tecnologia conquiste cada vez mais espaço. A avaliação é de que se construa uma espécie de motor que impulsione vários setores, com excelente estrutura técnica, ultrapassando inclusive o setor financeiro, onde ela inicialmente marcou presença como ambiente para o desenvolvimento de moedas digitais.
Nesse contexto, vários exemplos já surgem pelo mundo, com destaque para o Oriente, onde a blockchain para além do setor financeiro é prioridade para os governos asiáticos. Lá, diversas aplicações estão emergindo, como por exemplo em identidade digital, saúde e garantia de propriedade de dados, juntamente com os hubs financeiros focados em criptoativos, infraestrutura e tecnologia financeira.
Enquanto isso, no Ocidente, as potencialidades da blockchain para além das criptomoedas ganham holofotes em áreas bastante atuais, como em práticas ESG, com o intuito de assegurar mais transparência aos processos.
Além disso, essa tecnologia também tem sido apontada como forma de melhorar a administração de fundos e finanças públicas. Nesse aspecto, com o benefício de liberar um volume considerável de recursos produtivos para governos e a sociedade em geral.
Portanto, todos esses são indicativos que vão ao encontro das descobertas da pesquisa do instituto FSB sobre criptoativos, com destaque para o papel da blockchain na economia digital brasileira.
Mercado de criptoativos: relevância, regulação e tributação
Na mesma publicação, além da importância da blockchain na economia, os entrevistados também foram questionados sobre a importância que o mercado de criptoativos tem para o país.
Do total de respondentes, 49% o apontam como relevante, sendo que 19% dizem ser muito relevante e 30% apenas relevante. Na sequência, 16% apontam que esse mercado é pouco relevante e 17% mais ou menos relevante.
No entanto, vale mencionar que o grupo de pessoas que atribui maior importância ao mercado de criptoativos é identificado como do mercado financeiro. Ou seja, executivos, consultores e analistas de investimentos dos principais bancos, fundos de investimento e corretoras do país, entre os quais 33% dizem ser muito relevante e 37% somente relevante.
A pesquisa também revelou que 81% dos participantes como um todo se mostram a favor que as exchanges (onde os criptoativos são negociados) sejam supervisionadas por um órgão do governo. Além disso, 56% dos entrevistados creem que o mercado deve ser completamente regulamentado, contra 34% que sugerem uma regulação parcial e 4% que ele não seja regulado.
Já no que diz respeito aos aspectos que mais deveriam ser objeto de regulamentação aparecem rastreamento das operações (19%), legislação (11%), transparência (9%), segurança (9%), exchanges (8%), transações (7%), fiscalização (7%), lavagem de dinheiro (6%) e ainda lastro (6%).
Por fim, o estudo descobriu que 76% dos respondentes consideram que, como qualquer outro ativo financeiro, deve incidir tributação sobre os criptoativos, sendo que 71% afirmam que a tributação incida sobre os ganhos e 38% na movimentação.
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