As criptomoedas podem ter estado em baixa em 2022, mas o chamado inverno cripto não foi motivo suficiente para afastar a demanda por essas moedas digitais. A utilização de criptomoedas continua forte. Atualmente, 300 milhões de pessoas em todo o mundo são usuárias desses ativos digitais, segundo o estudo The Future of Payments 2025, conduzido pela agência de inteligência Stylus, encomendado pela Worldpay from FIS.
Na avaliação do vice-presidente sênior da Worldpay para o continente latino-americano, Juan Pablo D´Antiochia, a utilização de criptomoedas no que diz respeito ao volume de usuários revela o quanto os consumidores estão se voltando para as tecnologias emergentes a fim de realizar suas transações financeiras. Para Juan Pablo, isto prova que as criptomoedas começam a abandonar o status de nicho de mercado, passando a alcançar a população em geral.
Outros estudos também reforçam o quanto a utilização de criptomoedas continua em expansão no universo dos ativos digitais, com destaque para o bitcoin, a primeira criptomoeda a entrar em circulação e que, ainda hoje, é a que mais movimenta recursos globalmente.
Pagamentos em bitcoin
Responsável por aproximadamente 31% da capitalização do mercado global de criptomoedas, segundo a CoinGencko, plataforma que acompanha o setor, o uso de bitcoin como método de pagamento deverá crescer substancialmente ao longo dos próximos nove anos.
O mercado global de transações de pagamentos com bitcoin atingirá US$ 3,7 bilhões até 2031, contabilizando uma taxa de crescimento anual composta de pouco mais de 16%, segundo relatório da Allied Market Research publicado em outubro de 2022
Conforme a publicação, a procura por eficiência e transparência nos sistemas de pagamento, aliada ao avanço esperado nos serviços voltados para a segurança de dados, bem como um acréscimo na demanda por remessas internacionais, principalmente nos países emergentes, compõem o conjunto de fatores que darão suporte ao crescimento na utilização de criptomoedas no período analisado.
Ao mesmo tempo, destaca o estudo, apesar da baixa observada nesse mercado recentemente, o bitcoin continua sendo uma ferramenta importante, mesmo com sua alta volatilidade. No entanto, a pouca conscientização global sobre a utilização de criptomoedas ainda é capaz de dificultar a expansão do setor.
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A utilização de criptomoedas no Brasil
Quando se olha para o Brasil, o país está entre os dez maiores mercados mundiais do setor, ocupando a sétima posição na utilização de criptomoedas em termos de volume movimentado, segundo a plataforma Chainalysis, especialista na análise de redes descentralizadas.
A saber, o Brasil está à frente, inclusive, de outros territórios latino-americanos como Argentina (13º), Colômbia (15º) e México (28º), transacionando, entre julho de 2021 e junho de 2022, aproximadamente US$ 140 bilhões em criptomoedas. Ou seja, cerca de 25% de todo o volume movimentado na América Latina, que alcançou US$ 562 bilhões em igual período.
A pesquisa também revela que os brasileiros, em geral, ainda veem a utilização de criptomoedas principalmente como forma de investimento especulativo. Desse modo, aplicam seus recursos majoritariamente em fundos baseados nesses ativos digitais. Aliás, explica a Chainalysis, esse comportamento se assemelha ao observado em mercados mais desenvolvidos.
Juntamente com o crescimento no volume movimentado em criptomoedas, a diretora de pesquisa da empresa, Kim Grauer, afirma que o Brasil também é um mercado crescente na quantidade de usuários, o que deve se potencializar com a chegada de grandes players ao país. A diretora, contudo, não especificou números.
Por fim, além do investimento especulativo, a plataforma aponta que o armazenamento de fundos e remessas internacionais também encontram lugar como forma de utilização de criptomoedas entre os cidadãos latino-americanos.
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