Fintechs brasileiras puxam avanço do mercado na América Latina

O crescente volume de aportes recebidos e as oportunidades trazidas pelo Pix e o Open Banking para as startups financeiras colocam o Brasil em destaque na região.
Fintechs brasileiras puxam avanço do mercado na América Latina
Data
Autor
Equipe Propague
Produto
Compartilhar

Recebendo 70% a mais de investimentos em 2020 em comparação com o ano anterior, as fintechs brasileiras levaram o país à posição de quinto maior mercado de startups financeiras do mundo e segundo da América Latina, conforme o relatório recentemente lançado pelo FinTech Times, principal jornal dedicado à fintechs em nível global. Juntamente com a Colômbia, onde o setor vem florescendo a uma taxa de 120% a cada ano e somando investimentos de mais de US$ 1 bilhão nos últimos três anos, o sucesso do Brasil está ajudando a alinhar os avanços das fintechs latino-americanas com os mercados da Ásia e dos Estados Unidos, já bastante consolidados, de acordo com a publicação.

Aliás, desde com o advento da pandemia de Covid-19, os serviços bancários online e as startups financeiras se estabeleceram de forma esmagadora na região. No caso da Colômbia, por exemplo, esse movimentou tornou o país o terceiro maior epicentro de fintechs da América Latina, ficando atrás apenas do Brasil e do México, expõe ainda a publicação.

O boom das fintechs brasileiras

O mercado de fintechs no Brasil experimenta uma trajetória promissora não é de hoje. Para se ter uma ideia, a quarta edição do Distrito Fintech Mining Report, publicado anualmente pela Distrito, uma das maiores plataformas de inovação para startups do Brasil, de 2012 até abril de 2021 foram investidos mais de US$ 4,5 bilhões em fintechs brasileiras, abrangendo 536 negócios. Mais da metade desse montante, expõe a publicação, foi destinado à categoria “serviços digitais”, onde estão alguns dos maiores bancos digitais em atividade em território nacional.

Além disso, só nos três primeiros meses desse ano, as fintechs brasileiras receberam US$ 517 milhões em aportes, o equivalente a 25% do total investido no setor ao longo de 2020. “E com o ambiente regulatório construído pelo Banco Central (BC) por meio de resoluções que reduzem a burocracia – com destaque para o Pix e o Open Banking – além da aceleração da digitalização de negócios em função da pandemia, diversas oportunidades têm surgido para a atuação das fintechs”, afirma a Distrito.

Conforme a plataforma, fazendo um mapeamento das startups financeiras no país, até o momento, existem 1.158 fintechs, divididas em 14 categorias. Desse total, a liderança fica com as fintechs voltadas para meios de pagamento, que detém 15% do mercado, com 174 empresas. Em seguida vem as fintechs de crédito (157) e backoffice (153).

“Porém, o ecossistema de fintechs brasileiras tende a crescer em ritmo acelerado, não apenas devido ao ambiente regulatório, que tem favorecido a operação desses players, mas também pelo aumento crescente de aportes por fundos de investimentos de risco, bem como com a ascensão expressiva de fusões e aquisições”, projeta.

Em relação à inovação e expansão, explica o relatório, as fintechs brasileiras têm se destacado ao modernizar o setor, principalmente porque vêm oferecendo produtos e serviços novos e diferenciados, com foco na experiência do cliente. Além do que, grande parte da oferta de soluções é acessível a uma parcela considerável da população.

“Como quase 100% das soluções fornecidas pelas fintechs são digitais, os negócios tornam-se escaláveis e, assim, possibilitam oportunidades de expansão para outros países, sobretudo da América Latina”, afirma. De acordo com o documento, ainda há, inclusive, muitas possibilidades no Brasil. “Com uma população com pouca educação financeira e um dos maiores mercados consumidores globais, o país possui um ambiente propício par as fintechs”, destaca o relatório da Distrito.

Por fim, entre as principais conclusões da publicação, estão duas tendências: de um lado, as maiores fintechs deverão passar a oferecer um leque maior de serviços – o que a Distrito chama de transversalidade -, enquanto na outra ponta, as menores devem alcançar mais espaço no mercado se dedicando a nichos específicos.

Fintechs e Open Banking

Para os analistas de mercado, a reciprocidade, ou seja, a troca de informações que permitam que os clientes compartilhem seus históricos e comparem produtos e serviços entre as instituições financeiras, uma das premissas do Open Banking, era o que faltava para as fintechs ganharem ainda mais mercado no Brasil.

De acordo com eles, isso poderá ajudar a chamar a atenção do consumidor que ainda continua operando apenas com os bancos tradicionais. O acesso a essas informações, possibilitará às fintechs passarem a oferecer, por exemplo, taxas personalizadas para cada cliente ou até mesmo produtos desenhados de acordo com as necessidades individuais.

Além disso, afirmam, na onda de oportunidades e, consequentemente, de ganhos que o open banking pode trazer para as fintechs brasileiras, muitas delas deverão adaptar os produtos e serviços que já oferecem. Ao mesmo tempo, novas empresas devem aparecer com soluções para o chamado middle service, ou seja, fazendo o meio de campo entre bancos, financeiras e outras fintechs.

Confira também:

Veja também o nosso curso gratuito sobre Fintechs:

Fintechs: como surgiram e o que esperar para o futuro

Todos os produtos

Quer se
aprofundar mais?

Com uma linguagem simples de entender, as análises do Instituto Propague vão te deixar por dentro dos principais temas do mercado.

Leia agora!