Inclusão financeira traz oportunidades para ecossistema de pagamentos latino-americano

A maioria dos latino-americanos tem acesso a produtos financeiros básicos, mas ainda existe uma lacuna entre esses indivíduos para alcançar formas mais profundas de inclusão financeira.
Inclusão financeira traz oportunidades para ecossistema de pagamentos latino-americano
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Equipe Propague
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Um novo estudo divulgado pela Mastercard, em colaboração com a consultoria Americas Market Intelligence (AMI), revela que apesar da inclusão financeira ainda ser um desafio para a América Latina e o Caribe, pode trazer uma série de novas possibilidades para o ecossistema de pagamentos na região.

Contemplando os mercados argentino, brasileiro, colombiano, salvadorenho, guatemalteco, mexicano e peruano, a pesquisa aconteceu entre os meses de novembro de 2022 e janeiro de 2023 e compreendeu uma análise de dados governamentais e de instituições financeiras, assim como entrevistas com 25 fornecedores de serviços financeiros e cerca de 2.800 pessoas nesses países, que, em conjunto, representam mais de 74% do Produto Interno Bruto (PIB) da região e mais de 75% de sua população.

Como resultado, a publicação relata que embora a maior parte dos latino-americanos consiga acessar produtos financeiros básicos (79%) entre 2020 e 2023, 21% ainda seguem excluídos.

Todavia, o estudo explica que a inclusão financeira é uma demanda que vai além do acesso básico. Isto porque, argumenta Marcela Carrasco, vice-presidente sênior de desenvolvimento de mercado e inclusão financeira da Mastercard para a América Latina e o Caribe, para serem realmente bem-sucedidos os serviços financeiros, o que inclui métodos de pagamento, também precisam ser amplamente utilizados, sendo capazes de ajudar as pessoas a alcançarem novos padrões de prosperidade econômica.

Panorama da inclusão financeira nos países latino-americanos

A pesquisa apontou que o acesso ao crédito, a distribuição desigual da inclusão financeira e o uso ainda elevado do dinheiro em detrimento de pagamentos digitais são alguns dos principais desafios enfrentados para alcançar a plena inclusão financeira.

No que diz respeito ao primeiro aspecto, enquanto quase 60% dos indivíduos possuem cartão de crédito, apenas três em cada dez têm acesso a outras modalidades de crédito, como empréstimos, investimentos e seguros.

Ao passo que a distribuição da inclusão financeira também se revela desigual: somente 59% dos entrevistados de renda mais baixa e 40% dos que habitam fora dos grandes centros indicaram ter conta bancária.

Já quando se olha para o uso do dinheiro para fazer pagamentos, embora a utilização desse meio tenha diminuído em mais da metade das despesas mensais em todos os países estudados, ele permanece na liderança em uma época em que o dinheiro físico ainda coexiste com os recursos de pagamento digital.

Segundo a publicação, isso reforça o papel das micro e pequenas empresas e dos sistemas de transporte púbico na aceitação de métodos de pagamentos digitais.

Apesar de 92% das pequenas empresas terem relatado aceitar algum tipo de pagamento digitalizado, o mais aceito é, de longe, a transferência bancária (82%). Assim, esse número sugere grande nível de informalidade e uso de contas pessoais em boa parte desses negócios.

Além dessas conclusões, o relatório destaca que os entrevistados disseram que a educação financeira é tão importante quanto ter acesso a diferentes formas de crédito, reforçando, portanto, que para uma plena inclusão financeira é necessário entender as demandas das populações desbancarizadas e comunicar os benefícios conforme suas necessidades, e não apenas oferecer produtos.

Recomendações para o ecossistema de pagamentos

Ademais, o relatório se concentrou em apontar algumas oportunidades que o ecossistema de pagamentos pode considerar úteis em seu processo de atrair mais clientes e ampliar a inclusão financeira.

Primeiramente, as empresas precisam priorizar o processo de personalização, oferecendo aos clientes soluções sob medida para segmentos específicos. Isso pode ser feito aproveitando o Open Finance e as ferramentas de gerenciamento de finanças pessoais para enaltecer a importância de suas capacidades.

Na sequência, o procedimento de desenvolvimento de produtos de crédito é importante. Afinal, ao criar soluções aprimoradas com acesso mais fácil e eficiente a cartões de crédito e empréstimos pessoais, as empresas têm a possibilidade de fortalecer a pontuação de crédito inovadora e expandir a inclusão financeira de mais pessoas.

Além disso, os prestadores de serviços também terão que reformular a ideia de educação financeira e apresentar soluções nessa esfera que sejam seguras e ajustadas à habilidade financeira de cada segmento. Ao passo que, eles também devem adotar uma abordagem ecossistêmica, pois ela resolve vários problemas sem atritos.

Finalmente, as parcerias que estão se estabelecendo entre os setores público e privado são importantes para aprimorar o desenvolvimento da inclusão financeira, ao passo que para os provedores de pagamentos é importante investir em incentivos de colaboração, como no transporte público, e outras políticas financeiras proativas que priorizem pagamentos digitais.

 

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