Tendências em pagamentos: o que vem moldando as transações na América Latina?

Pagamentos contínuos, personalizados, multicanais, instantâneos e seguros estão se tornando o padrão para todos os setores e modalidades de transações.
Tendências em pagamentos: o que vem moldando as transações na América Latina?
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Equipe Propague
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Tendo testemunhado transformações significativas nos métodos de pagamentos nos últimos quatro anos, a América Latina vivencia uma nova dinâmica no setor, na qual diferentes tendências de pagamentos vêm ganhando força na região.

Somado ao fato de que 80% da população da região possui smartphones e está inserida na digitalização dos pagamentos, segundo dados da CPMI (sigla em inglês para Inteligência de Mercado de Pagamentos e Comércio), os caminhos para opções e experiências de compras inovadoras e aprimoradas ganham espaço para crescimento.

Consequentemente, diversos desafios e oportunidades se apresentam tanto para os novos intervenientes como para aqueles já estabelecidos no ecossistema ao  se deparam com avanços tecnológicos e mudanças regulatórias oriundos do processo de inovação. Pagamentos contínuos, personalizados, multicanais, instantâneos e seguros estão se tornando o padrão para todos os setores e modalidades de transações nesse cenário.

Isso é o que indica o e-book lançado pela Kushki em colaboração com a CPMI, cujo conteúdo elenca as principais tendências de pagamentos para a América Latina em 2024, mostrando como as inovações tecnológicas definitivamente moldarão o futuro do setor.

Comércio eletrônico transfronteiriço mais acessível e pautado por métodos de pagamentos locais

Uma dessas tendências, segundo a publicação, é um comércio eletrônico transfronteiriço mais acessível, até porque a modalidade surge como um pilar fundamental para os pagamentos digitais e, muitas vezes, um impulsionador da sua adoção.

De acordo com a CPMI, esse tipo de comércio representa, na América Latina, mais de US$ 500 bilhões em volume, o que significa novas oportunidades de receitas para comerciantes e prestadores de serviços de pagamento que empregam estratégias para escalar em múltiplos países.

Além disso, a conveniência proporcionada pelas compras online tem deixado um número maior de latino-americanos dispostos a comprar em sites estrangeiros.

Adicionalmente, a crescente exposição a marcas internacionais através das redes sociais vem despertando o interesse por produtos de fora, fazendo com que os comerciantes internacionais se sintam cada vez mais atraídos para a região devido ao seu potencial de crescimento.

Por fim, com a explosão de métodos de pagamento locais, como o Pix no Brasil e o PSE na Colômbia, a América Latina se torna uma região mais atraente para os vendedores externos, pois permite que eles acessem quase toda população online que, porventura, possa não ter acesso a outros métodos de pagamentos, como cartões de crédito.

Operações em tempo real como vetor de competitividade

Ao lado do comércio eletrônico transfronteiriço, os pagamentos em tempo real, ou instantâneos, também integram as tendências de pagamentos na região.

Notadamente, as transferências A2A (sigla em inglês para entre contas), que são iniciadas, compensadas ​​e liquidadas em poucos segundos, a qualquer hora e dia da semana.

Nesse contexto, a publicação destaca o Pix mais uma vez, que, desde o seu lançamento há três anos, se tornou um dos sistemas de pagamentos instantâneos de maior sucesso do mundo.

Contudo, apesar de o Brasil ter sido o pioneiro regional, a tendência de pagamentos instantâneos está crescendo em toda a América Latina. Bancos e fintechs têm sido fundamentais na adoção desse método, principalmente com a digitalização de pagamentos entre pessoas (P2P), que são amplamente utilizados no comércio informal.

Assim, bancos centrais e reguladores em todo o continente estão tentando seguir os passos do Brasil, com destaque para países como México, Colômbia e Costa Rica.

Desse modo, a conclusão é de que a região caminha decisivamente para a adoção de pagamentos rápidos, interoperáveis e com dispositivos móveis de baixo custo, ainda que os cartões e o dinheiro em espécie mantenham a sua posição, devido a preferências pessoais, maior aceitação e hábitos estabelecidos.

Interoperabilidade entre canais e foco na experiência do usuário também estão entre as tendências em pagamentos

Os provedores de serviços de pagamentos e o comércio passaram, repentinamente, de um mundo onde só existiam cartões e dinheiro em espécie para uma rede de métodos de pagamento extremamente complexa, exigindo um cuidado especial com a experiência do usuário, chave para o sucesso nos próximos anos.

Em primeiro lugar, tanto os pagamentos instantâneos como as carteiras digitais potencializaram as transações sem contato, consolidando, ainda, os QR Codes como mais um formato relevante no ecossistema regional, o que aumentou as opções disponíveis de pagamento.

Além disso, com mais canais de vendas do que nunca (lojas físicas, sites, marketplaces, aplicativos de mídia social, afiliados, marketing de influência e outros), os comerciantes enfrentam a difícil tarefa de garantir um bom fluxo de transações para os consumidores.

Nesse cenário, melhorias sutis na experiência do usuário já estão sendo observadas, pois cada método de pagamento vem sendo otimizado para fazer compras através de múltiplos canais. As ferramentas de iniciação de pagamento foram as grandes responsáveis para o atingimento desse objetivo.

Viabilizada por meio da introdução do Open Banking, a iniciação de pagamento contribuiu para o cenário que se desenha para pagamentos contínuos, personalizados, multicanais, instantâneos e seguros, fazendo com que os consumidores paguem de forma ainda mais fluida.

Afinal, as finanças abertas permitem que tanto as instituições não bancárias quanto os comerciantes iniciem as transações em nome dos clientes, que só precisam autorizar a operação, em vez de exigir um redirecionamento do usuário para o banco online.

Maior prevenção a fraudes completa as tendências em pagamentos na região

Por fim, apesar de todas as boas notícias em torno da digitalização e consequentes tendências em pagamentos que se observam na América Latina, há uma questão importante a não perder de vista: a prevenção a fraudes.

Conforme a publicação, as fraudes são um problema constante e cada vez mais sério na região, principalmente no comércio eletrônico. Estimativas da CPMI revelam que, no continente latino-americano, existe uma perda de aproximadamente 20% das receitas totais do setor devido a fraudes, ocupando o segundo lugar no ranking global, depois do Sudeste Asiático.

Nesse contexto, os índices de ocorrências variam entre os países e uma das maiores causas para o problema é a falta de conhecimento dos usuários sobre a proteção de dados pessoais e informações de pagamento.

Felizmente, ressalva o estudo, as novas gerações estão amadurecendo juntamente com a chegada da identificação facial, digitalização de impressões digitais, senhas e autenticação de dois fatores, entre outras medidas de segurança, que podem criar melhores perspectivas para o futuro.

Além disso, alguns bancos, fintechs e governos têm procurado orientar os usuários para compreender e melhor aplicar medidas de segurança digital.

Contudo, a publicação chama a atenção para a importância de o ecossistema de pagamentos conseguir assegurar a proteção das transações, garantindo menores índices de fraudes, enquanto oferece pagamentos sem atritos, para que a experiência do usuário não seja comprometida.

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