Investimento contra golpes financeiros marcam mercados globais

Estudos recentes revelam que os gastos com detecção e prevenção a fraudes financeiras e antilavagem de dinheiro devem passar de US$ 10 bilhões e US$ 7,7 bilhões, respectivamente, até 2030.
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Equipe Propague
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O aumento da acessibilidade à internet combinada com o uso crescente de moedas virtuais e de pagamentos digitais têm impulsionado o crescimento global do mercado de detecção e prevenção de golpes financeiros. O mesmo acontece quando a questão é o combate à lavagem de dinheiro.

Para se ter uma ideia do cenário que se desenha para os próximos anos, dois estudos recentemente lançados dão conta do quanto esses mercados podem avançar.

O primeiro deles, divulgado pela Juniper Research, revela que os desembolsos globais com plataformas e outras soluções para prevenção e detecção de fraudes financeiras ultrapassarão US$ 10 bilhões em 2027. Ou seja, aproximadamente 54% acima da projeção para 2022, calculada em cerca de US$ 6,5 bilhões.

Segundo o relatório, à medida que os cibercriminosos aprimoram seus ataques, comerciantes e emissores de pagamentos tendem a utilizar cada vez mais métodos altamente avançados para identificar e prevenir os golpes financeiros e combater esse tipo de crime.

Nesse contexto, destaca o estudo, chama a atenção o uso de soluções habilitadas por inteligência artificial. Isso porque, elas são reconhecidas pela capacidade de apontar tendências de pagamentos fraudulentos em escala, o que é fundamental para melhor prevenir fraudes financeiras. Além disso, também são capazes de bloquear esse tipo de transação em tempo real.

Nesse sentido, a pesquisa orienta que os provedores da tecnologia se atenham a dados de acesso a transações e tendências. Afinal, alcançar um grau mais alto de inteligência de rede possibilitará que as organizações se beneficiem de informações sobre golpes financeiros além de suas próprias operações.

Ao mesmo tempo, a publicação orienta que os fornecedores desses serviços também estabeleçam parcerias, como por exemplo com redes de pagamento e agências de crédito, a fim de ampliar a cobertura de dados.

Fraudes financeiras e o combate à lavagem de dinheiro

Juntamente com o crescimento do mercado global de detecção e prevenção a golpes financeiros, o tamanho do mercado de combate à lavagem de dinheiro também deve aumentar. Até porque esse tipo de crime faz parte do escopo do que se convencionou chamar de fraudes financeiras e tem, hoje, como principal impulsionador, a utilização crescente de moedas digitais, sobretudo das criptomoedas.

Nesse aspecto, um outro estudo, dessa vez da Polaris Market Research, projeta que a dimensão do mercado antilavagem de dinheiro deve atingir US$ 7,7 bilhões até 2030, enquanto, em 2021, ele foi avaliado em US$ 2,10 bilhões. Isso representa uma taxa de crescimento anual composta de 15,5% entre 2022 e 2030.

De acordo com a publicação, como as empresas enfrentam punições regulatórias e até mesmo danos à marca por não estarem em conformidade com as regras de combate à lavagem de dinheiro, o mercado deve se atentar à essas condições e expandir ainda mais.

No entanto, dois fatores que podem impedir esse crescimento são representados pela falta de especialistas altamente qualificados nessa área e o pouco conhecimento dos requisitos governamentais. Até porque, o estudo enfatiza que os governos vêm endurecendo suas regulamentações contra lavagem de dinheiro em meio à digitalização dos pagamentos, o que está gerando uma demanda por soluções de segurança e prevenção a golpes financeiros.

Nesse sentido, o documento cita iniciativas como as do Banco Central Indiano, do Comitê Consultivo Presidencial da Nigéria e do Congresso dos Estados Unidos que, recentemente, reforçaram regras de segurança de pagamento digital, de combate à lavagem de dinheiro e resiliência cibernética.

Ataques de malware alimentam golpes financeiros

Enquanto esses dois estudos projetam um crescimento substancial nos mercados de detecção e prevenção a golpes financeiros e de combate à lavagem de dinheiro, uma outra publicação se deteve a analisar o que alimenta as ações dos cibercriminosos.

Segundo o relatório Cyber Threat 2022 (Ameaça Cibernética, na tradução direta) da SonicWall, o quantitativo global de ataques a partir de malware superou a casa dos 4 bilhões de tentativas.

O cenário puxado pelo foco dos hackers está cada vez mais intenso em empresas financeiras, bancos e corretoras de valores, onde o acesso malicioso a sistemas de computadores para minerar criptomoedas ilegalmente ganhou força. Dessa forma, isso corrobora com a estimativa de crescimento nos gastos para detecção e prevenção de golpes financeiros.

Conforme a pesquisa, a quantidade de cryptojacking – também conhecida como criptografia maliciosa – aumentou 35% em todo o mundo de janeiro a setembro de 2022. Vale destacar que aí está incluso um salto de 377% em toda a Europa, Oriente Médio e África e de 160% quando se fala de Ásia-Pacífico e Japão, especificamente.

Ademais, o estudo identificou que 91% das empresas participantes disseram que estão mais preocupadas com ameaças de ransomware, um tipo de ameaça que faz um “sequestro” de dados pessoais do usuário. Enquanto também há receio de aumento de ataques de malware a dispositivos de internet das coisas, visto que diariamente mais equipamentos inteligentes entram no espaço digital.

 

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