Moedas digitais: Centro de Inovação do FED poderá promover CBDC norte-americana

A iniciativa pretende apoiar a inovação de tecnologias financeiras no banco central dos EUA. Além da CBDC, pode ter o papel de validar iniciativas de fintechs para pagamentos internacionais e stablecoins.
Moedas digitais: Centro de Inovação do FED poderá promover CBDC norte-americana
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Equipe Propague
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Um novo capítulo começa a ser escrito sobre o mercado de moedas digitais nos Estados Unidos (EUA). O país acaba de ganhar um centro de inovação do Federal Reserve (FED) de Nova York em uma parceria estratégica com o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). A iniciativa pretende projetar, construir, validar e lançar novos produtos de tecnologia financeira. Dessa forma, ela será capaz de ajudar o país a avançar no processo de implementação de uma CBDC (moeda digital emitidas por bancos centrais), conforme mencionou o presidente do FED, Jerome Powell, durante o evento virtual de lançamento.

Além de apoiar o FED na emissão da sua CBDC, a autoridade monetária informou à imprensa que o Centro de Inovação de Nova York também tem como propósito validar fintechs e iniciativas de pagamentos internacionais e stablecoins. Ao mesmo tempo, deverá ajudar o banco a analisar riscos financeiros decorrentes de mudanças climáticas, bem como a infraestrutura de governança do mercado financeiro.

“O trabalho do Centro será impulsionado por novas e diferentes formas de pensar e experimentar. Ao mesmo tempo, potencializará a experiência e as conexões dessa parceria estratégica, pois o Centro de Inovações de Nova York trabalhará ao lado do BIS Innovation Hub na busca de objetivos comuns. Em particular, a parceria subsidiará nosso estudo de moedas digitais, incluindo moedas digitais do banco central, ajudando a melhorar o atual sistema de pagamento, com foco em tornar os pagamentos internacionais mais rápidos e menos onerosos”, afirmou Powell.

Áreas de oportunidade

O Centro de Inovação do FED de Nova York pretende identificar e desenvolver percepções sobre as tendências em tecnologia financeira relevantes para os bancos centrais. Do mesmo modo, almeja explorar o desenvolvimento de bens públicos para melhorar o funcionamento do sistema financeiro global, bem como avançar e apoiar experiências na área de inovação.

De acordo com o banco, com o intuito de informar suas atividades, o Centro se concentrará em cinco áreas: Tecnologia de Supervisão e Regulação, Infraestruturas do Mercado Financeiro, Futuro do Dinheiro, Open Finance e Risco Climático.

Nesse sentido, a iniciativa estudará oportunidades desde o conceito até à implementação de soluções no mercado. “Esse trabalho terá como base o processo de desenvolvimento de empreendimentos, valendo-se dos princípios do empreendedorismo, capital de risco e inovação corporativa para a produção de soluções de alto impacto”, explica.

O movimento do FED na direção das moedas digitais

Não é novidade que, há algum tempo, o FED vem cogitando a possibilidade de emitir moedas digitais nos EUA. Por enquanto, o Conselho da autoridade monetária elabora um documento de discussão a fim de analisar as questões de política monetária que dizem respeito à criação de uma CBDC no país.

Recentemente, segundo publicado pela PYMNTS, líder global em dados, notícias e insights sobre inovação em pagamentos e plataformas voltadas para a economia digital, deputados federais norte-americanos estão divididos sobre o assunto, o que vem atrasando o lançamento do que seria um dólar digital. A criação do centro de inovação, no entanto, pode representar um avanço na direção do projeto efetivamente ser desenvolvido.

Moedas digitais e o futuro do dinheiro

O Centro de Inovação de Nova York é liderado por Per Von Zelowits, que passou a integrar a equipe do FED em julho de 2021 já com o propósito de projetar a iniciativa. Durante o evento de lançamento, ele comentou que um tema crítico de foco da área sobre o futuro do dinheiro do Centro são justamente as moedas digitais.

Ainda de acordo com ele, “isso também poderá incluir um esforço específico para criptomoedas, incluindo stablecoins, assim como outras áreas, que podem ser relevantes do ponto de vista das partes interessadas do Centro”.

Também presente ao evento virtual de lançamento do projeto, o gerente geral do BIS, Agustín Carstens, afirmou que “o Centro não é um Think Tank (centro de pensamento, na tradução livre para o português), mas um laboratório”. “Ele constrói provas de conceito e protótipos usando novas tecnologias. Também organiza uma programação a fim de envolver toda a comunidade, explorar tecnologias e encontrar ideias para projetos”, complementou.

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Na ocasião, Carstens adiantou que o BIS planeja abrir mais centros em outras partes do mundo, a exemplo do Canadá. Além do de Nova York, a lista de centros de inovação com a participação do BIS inclui Hong Kong, Singapura e Suíça. A propósito, a unidade de Hong Kong forneceu, em 2021, provas técnicas de que DLTs e moedas digitais poderiam tornar os pagamentos internacionais mais baratos e seguros, incluindo aqueles por meio de aplicativos.

O evento virtual de lançamento do Centro de Inovação de Nova York contou também como oradores de destaque com o presidente do FED de Nova York, John Williams, e o chefe do Hub de Inovação do BIS, Benoit Coeure.

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