Digitalização é aposta das Bolsas de Valores na Ásia

A digitalização do sistema financeiro tem sido uma tendência global e diversos centros financeiros como Japão, China, Malásia e Tailândia estão adotando tecnologias para tornar suas operações mais eficientes e seguras.
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Equipe Propague
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O sistema financeiro como um todo vem passando por um rápido processo de digitalização e, desde a última década, o modelo de negociação presencial migrou para o eletrônico na maioria das transações.

As transformações, entretanto, não pararam por aí e os principais centros financeiros seguem incorporando tecnologias às suas operações para criar um ecossistema ágil, seguro e eficiente. Sendo tendências atuais a digitalização dos requisitos, a conectividade entre bolsas de países diferentes e o uso de blockchain e big data.

A Ásia, naturalmente, tem sido palco de um dos processos de digitalização financeira mais acelerados, afinal, abriga importantes hubs de inovação financeira como Japão e China. Mas, é curioso notar que praças financeiras menos reconhecidas globalmente como Malásia e Tailândia, também estão se movimentando.

Através da digitalização, empresas listadas na bolsa de Tóquio contarão com plataforma para votos eletrônicos

No Japão, a parceria entre a Investor Communications Japan (ICJ), Broadridge e a Tokyo Stock Exchange (TSE) anunciou um novo serviço de execução de voto digital, com o objetivo de acelerar a automação das votações por procuração para emissores japoneses.

A expansão do serviço foi projetada para aumentar a participação de votação de investidores internacionais e impulsionar melhorias nas práticas de governança corporativa no mercado japonês.

Com isso, as empresas listadas japonesas poderão fornecer aos investidores institucionais acesso mais rápido aos materiais das reuniões, prazos de votação ampliados e capacidade acelerada de votação.

Seguindo a tendência de Shanghai, Shenzhen aposta na digitalização contra fraudes

Já na China, o sistema financeiro vem passando por transformações nos últimos meses com mudanças significativas na estrutura de regulação chinesa e alteração na responsabilidade de algumas instituições.

Além disso, a agência de combate à corrupção vem focando cada vez mais no setor financeiro do país, dizendo que irá impedir a “porta giratória” de ex-reguladores que ingressarem em bancos, além de, ainda prometer “tolerância zero” à corrupção.

Nesse contexto, a Bolsa de Valores de Shenzhen está buscando a ajuda de uma empresa de tecnologia de inteligência para detectar fraudes e verificar listagens, em uma tentativa de combater o crime e a corrupção, além de atrair investidores.

De acordo com a Reuters, a bolsa de Shenzhen, nas últimas semanas, está testando uma tecnologia da EC Guard e, inclusive, já estaria treinando funcionários para utilizá-la. Essa iniciativa segue a linha de pensamento da bolsa de Shangai, cujo presidente propôs o combate à fraude com base em big data e inteligência artificial (IA) durante uma sessão parlamentar.

Na Malásia, inteligência artificial vem sendo utilizada desde 2017

Indo além do leste asiático, os países do sudeste, também estão aproveitando as oportunidades para ampliar a digitalização dos seus sistemas financeiros. A Malásia, por exemplo, vem explorando o uso de inteligência artificial nos últimos anos.

A Comissão de Valores Mobiliários da Malásia vem utilizando IA para monitorar a adoção de práticas de governança corporativa e a qualidade das divulgações feitas pelas empresas listadas na Bolsa de Valores da Malásia (Bursa Malaysia).

Assim, desde a revisão do Código Malaio de Governança Corporativa (MCCG) em 2017, as empresas listadas são obrigadas a relatar sua adoção do MCCG usando um modelo padrão para os relatórios de governança corporativa, de modo acelerar a análise por parte da IA.

A inteligência artificial é usada para extrair, avaliar e analisar dados, considerando o tipo de informação divulgada e a profundidade das explicações. Os dados coletados também são utilizados para apoiar medidas regulatórias baseadas em evidências.

Antes do uso de inteligência artificial, o monitoramento da adoção do Código Malaio de Governança Corporativa e da qualidade das divulgações exigia recursos extensos para realizar atividades manualmente, apresentando desafios como a obtenção de dados e observações atualizadas sobre a adoção das melhores práticas.

Digitalização da Bolsa de Valores da Tailândia avança para simplificar o acesso a dados

Outro centro financeiro com menor inserção no mercado global que vem surpreendendo na fronteira da inovação de suas estruturas financeiras é a Tailândia.

Nas últimas semanas, ao anunciar uma plataforma de gerenciamento de licenciamento de dados, o país se tornou notícia em grandes veículos da Ásia e do mundo. A plataforma é resultado de uma parceria da DataBP com a Bolsa de Valores da Tailândia (SET) para simplificar a administração de licenciamento de dados e padronizar a administração de dados de mercado por meio do SET Data Portal.

Através do uso da plataforma de Software como Serviço (SaaS) e serviços gerenciados da DataBP, a SET poderá oferecer um processo de relatórios simplificado e expandir seus negócios de dados, atendendo a uma crescente demanda impulsionada pela tecnologia.

A plataforma da DataBP possibilitará que a SET simplifique a experiência do cliente e ofereça escalabilidade para alcançar um mercado amplo e diversificado de clientes. Essa parceria promete trazer benefícios tanto para a SET quanto para os usuários do SET Data Portal, tornando a administração de licenciamento de dados mais eficiente e eficaz.

 

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