Fraudes seguem em alta e afetam principalmente pagamentos e comércio eletrônico

O acesso de cibercriminosos às mais recentes tecnologias tem permitido o desenvolvimento de métodos de ataque cada vez mais sofisticados. Esse cenário deve se intensificar em 2024.
Fraudes seguem em alta e afetam principalmente pagamentos e comércio eletrônico
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Equipe Propague
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Tema recorrente quando se fala em tecnologia financeira e digitalização, as fraudes continuaram em alta ao longo de 2023, e a tendência deve permanecer em 2024, segundo apontam as pesquisas mais recentes.

Isso porque, à medida que as tecnologias mais avançadas se tornam acessíveis para os cibercriminosos, a detecção e a defesa contra a prática de fraudes ficam mais difíceis.

De acordo com o relatório Veriff Identity Fraud 2024, publicado pelo provedor global de verificação de identidade Veriff, os incidentes de fraudes em todo o mundo cresceram 20% em 2023, na comparação com o ano anterior.

Esse aumento global é fruto, principalmente, do crescimento das fraudes de identidade e do desenvolvimento de metodologias de ataque cada vez mais sofisticadas.

Nesse cenário, os setores de pagamentos, comércio eletrônico e jogos foram os mais afetados, com aumentos de 54%, 40,3% e 47,5%, respectivamente, no registro de fraudes no período analisado.

Fraude de identidade lidera a ação dos cibercriminosos

Além disso, em 2023, 85% das fraudes foram classificadas como “fraudes de identidade”, que incluem o uso de documento de outra pessoa.

Os 15% restantes correspondem a “fraude documental” e “fraude digital e física nos moldes man-in-the-middle”. Esta última acontece quando a vítima sofre coação para acessar contas e efetuar transações ou até mesmo golpes de suporte técnico.

Nesse contexto, os fraudadores usam uma variedade de métodos sobre um alvo até encontrarem uma vulnerabilidade. Em seguida, se valem dessa fragilidade até serem interrompidos.

Para David Divitt, diretor sênior de Prevenção e Experiência de Fraude da Veriff, esses métodos são suportados por ferramentas como a IA generativa e plataformas de deepfakes, que substituem rostos em imagens e vídeos, prontamente acessíveis para manipular e roubar a identidade de alguém.

O estudo do provedor de redes virtuais privadas NordVPN corrobora a análise da Veriff ao projetar que o cibercrime continuará a avançar significativamente em 2024, sobretudo, apoiado na inteligência artificial (IA).

Como a IA favorece o cibercrime

Ao examinar os tópicos que vêm despertando maior interesse dos hackers em um fórum na dark web, a pesquisa da NordVPN identificou que a IA pode auxiliar os cibercriminosos de muitas maneiras.

A projeção é de que a IA será usada para aprimorar a ortografia e a gramática de mensagens e e-mails de phishing, facilitando o processo de convencimento das vítimas a acessarem links e documentos anexados.

Ao mesmo tempo, ficou evidente que os fraudadores pretendem, cada vez mais, utilizar vídeos produzidos por meio de IA, manipulados com rostos e vozes de pessoas reais, em especial celebridades, para propagar seus ataques.

Com isso, eles esperam conseguir informações como acessos a redes sociais, documentos de identificação diversos, endereços residenciais e de e-mails, os quais podem ser negociados na dark web por quantias elevadas.

Assim, os especialistas da NordVPN estimam que haja uma profusão da venda de dados vazados de empresas em 2024.

Como se proteger contra fraudes em 2024

Diante da multiplicidade de métodos utilizados pelos cibercriminosos potencializados pela IA generativa, ambas as pesquisas afirmam que é impraticável adotar uma abordagem única para combater todos os tipos de fraudes que surgem em um contexto global e setorial complexo.

Em vez disso, são necessárias estratégias abrangentes de prevenção de fraudes com uma abordagem flexível e multifacetada, envolvendo biometria, cruzamento de dados e autenticação de dois ou mais fatores.

A pesquisa da NordVPN destaca que a biometria, sozinha, não é mais capaz de reduzir possíveis ataques. O estudo revelou que na dark web já circulam dicas de como contornar, por exemplo, a verificação de identidade por selfie.

Dessa maneira, ao implementar uma estratégia holística de verificação de identidade, as organizações farão com que os fraudadores tenham que passar por várias etapas de autenticação para acessar os dados de um possível alvo. Assim, mesmo que uma senha seja obtida ou um dispositivo sequestrado, o fraudador precisará fornecer provas adicionais de identidade, o que dificulta a tentativa de golpe.

 

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