Brasileiros se preocupam mais com segurança de dados em comparação à média global

Apesar da preocupação com a segurança, mais de seis em cada dez consumidores no país estão dispostos a compartilhar seus dados com as empresas em troca benefícios.
Brasileiros se preocupam mais com segurança de dados em comparação à média global
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Equipe Propague
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A pesquisa Future Consumer Index – ou Índice do Consumidor Futuro, na tradução livre –, recentemente lançada pela consultoria EY, aponta que os brasileiros estão mais preocupados com a segurança de dados na internet do que a média global.

Segundo a publicação, cerca de sete em cada dez consumidores brasileiros disseram estar bastante receosos quanto a fraudes e roubo de identidade no ambiente online.

Enquanto isso, considerando todos os países participantes da pesquisa, na média global, apenas cinco em cada dez consumidores revelaram a mesma preocupação.

Outros dados da pesquisa indicam que 69% dos respondentes brasileiros afirmaram estar altamente receosos com a segurança de dados quando pensam em vazamentos e outros incidentes correlatos, como, por exemplo, a presença de vírus em seus dispositivos. Na média internacional, esse índice é de 53%.

Contudo, apesar da preocupação quanto a segurança de dados, aproximadamente 41% dos consumidores brasileiros declararam fazer uso do autopreenchimento de senhas quando acessam plataformas digitais, sejam aplicativos ou sites, contra 39% da média global.

Para chegar a esses resultados, a EY ouviu mais de 21 mil pessoas em 27 países entre 16 de março e 14 de abril de 2023. Esse estudo é conduzido periodicamente, a fim de mapear o comportamento do consumidor ao longo do tempo, o que permite identificar tendências de mercado.

Entenda aqui o que significa segurança de dados e quais seus impactos.

Índice de fraudes é maior no Brasil e roubo de contas é o que mais compromete a segurança de dados

Os resultados da pesquisa realizada pela EY ganham mais sentido quando se constata que o Brasil apresenta uma das maiores taxas de riscos de fraudes do mundo.

A conclusão é do Visa Merchant Fraud Report 2023, um estudo sobre golpes digitais realizado anualmente. Nesta edição, foram analisadas mais de 2,7 bilhões de transações feitas por meio da administradora de cartões Visa em todo o mundo.

Conforme o levantamento, com 14,24%, o índice brasileiro de riscos de fraude é um dos líderes do ranking, ficando pouco atrás da China (14,93%).

Nesse contexto, uma pesquisa da empresa de cibersegurança AllowMe, evidencia que o roubo de contas é cada vez mais comum, representando mais de 70% dos golpes online no Brasil. O dado é de 2022 e leva em conta um banco de dados de aproximadamente 130 milhões de celulares, o que equivale a quase 30% do total de dispositivos móveis em operação no país, conforme levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O acesso às contas roubadas ocorre através do vazamento de dados, golpes bem-sucedidos utilizando engenharia social e, ainda, com a ajuda de softwares maliciosos, ou malwares, como são mais conhecidos.

A influência das novas tecnologias

O avanço das fraudes se dá em meio ao uso cada vez mais intenso das novas tecnologias digitais no dia a dia da população.

A digitalização transformou a maneira como as pessoas estudam, trabalham e se divertem, notadamente por meio de jogos e serviços de streaming. Do mesmo modo, se observa uma migração substancial do comércio para as plataformas online, assim como dos serviços financeiros.

No caso do entretenimento, o estudo da EY destaca que mais de 80% dos consumidores brasileiros mantém assinaturas de serviços de streaming através de vídeo, proporção muito superior à média verificada internacionalmente (63%).

O acesso a esse mesmo tipo de serviço em áudio, aponta ainda o estudo, é de 75% entre os brasileiros, índice também acima da média global (62%).

Além disso, 84% dos consumidores no Brasil gerenciam seu dinheiro e acompanham suas contas fazendo uso de aplicativos e sites bancários, enquanto a média internacional é de 77%.

Por fim, quase 60% dos brasileiros se relacionam com amigos e familiares através de redes sociais e plataformas de vídeo, taxa igualmente acima da média registrada globalmente (53%).

Por conta desses índices, a Agência EY aponta que as empresas precisam priorizar a confiança digital dos consumidores, aumentando seus investimentos em segurança cibernética.

Afinal, a adoção crescente de ferramentas digitais, com produtos e serviços sendo explorados em diferentes canais, faz com que mais dados sejam coletados e armazenados.

O estudo demonstra, ainda, a disponibilidade dos brasileiros de compartilhar seus dados com mais frequência, a partir do momento que as empresas com as quais já se relacionam ofereçam experiências personalizadas. Por exemplo, 67% dos consumidores nacionais estão dispostos a fazer isso em troca de recompensas, como descontos em produtos e serviços.

 

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