Mercado financeiro: para onde os reguladores caminham em 2024?

De acordo com os programas de trabalho do FSB e do BIS para este ano, questões como a intermediação não bancária, pagamentos transfronteiriços, CBDCs, finanças verdes e combate ao crime financeiro são prioridades.
Mercado financeiro: para onde os reguladores caminham em 2024?
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Equipe Propague
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Os principais reguladores internacionais do mercado financeiro já divulgaram seus planos de trabalho anuais, sinalizando algumas tendências para 2024. Entre esses reguladores destacam-se o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB na sigla em inglês) e o Banco de Compensações Internacionais (BIS na sigla em inglês).

Na lista de prioridades dessas instituições estão, por exemplo, questões relacionadas às atividades de intermediação financeira não bancária; otimização dos benefícios e contenção de ameaças da inovação digital; aperfeiçoamento dos pagamentos transfronteiriços; e o enfrentamento dos riscos financeiros ocasionados pelas alterações climáticas.

Além disso, também são esperados novos projetos que exploram a segurança cibernética, o combate ao crime financeiro, as moedas digitais de banco central (CBDCs) e as finanças verdes.

As propostas do FSB para o mercado financeiro

Juntamente com o trabalho de cooperação para garantir a estabilidade do mercado financeiro – especialmente em um ambiente de rápidas transformações estruturais e climáticas –, o FSB pretende finalizar a implementação dos regimes de atuação para as instituições financeiras em todos os setores.

Nesse contexto, o foco será abordar as lições aprendidas com a turbulência bancária de março de 2023, incluindo o trabalho sobre o papel da tecnologia e das redes sociais no mercado financeiro.

Ao mesmo tempo, o FSB vai reforçar a resiliência das instituições financeiras não bancárias, dando continuidade ao projeto que vem sendo feito em conjunto com reguladores e organizações internacionais. Nesse quesito, o destaque é a melhoria da liquidez para margens e garantias.

Outro esforço reside no aprimoramento dos pagamentos transfronteiriços, que faz parte do roteiro de trabalho do G20.

Com isso, espera-se alcançar as metas quantitativas definidas para o final de 2027, tendo em vista as recomendações que promovam o alinhamento e a interoperabilidade dos dados relacionados com os pagamentos internacionais e as recomendações para fortalecer a consistência da regulação e supervisão de bancos e não bancos que prestam serviços de pagamentos transfronteiriços.

Complementarmente, o FSB pretende estimular o aproveitamento dos benefícios da inovação digital, enquanto promove esforços para conter suas ameaças para o mercado financeiro. Nesse tópico estão contemplados o acompanhamento dos criptoativos e as implicações da tokenização para a estabilidade financeira, assim como os esforços para aumentar a resiliência cibernética.

Finalmente, a instituição dará continuidade ao enfrentamento dos riscos climáticos, focando no desenvolvimento de um novo relatório de progresso sobre a obtenção de divulgações financeiras relacionadas ao clima.

Os novos projetos que vão pautar a atuação do BIS

Já o programa de trabalho do BIS para 2024 inclui seis novos projetos, que se concentram em segurança e proteção, finanças verdes, análise avançada de dados, tokenização, finanças de próxima geração e CBDCs.

Em nota, Cecilia Skingsley, chefe do Centro de Inovação do BIS, disse que depois de concluir 12 projetos em 2023, o banco espera mais um ano movimentado no mercado financeiro, em colaboração com bancos centrais, organizações internacionais e outros parceiros.

As novas iniciativas são:

  • Projeto Leap, liderado pelo Eurosystem, visando explorar um sistema de pagamento que possa ser protegido da ameaça potencial dos computadores quânticos;
  • Projeto Symbiosis, desenvolvido pelo Centro de inovação do BIS de Hong Kong a fim de testar a utilização de inteligência artificial e big data para divulgação e adaptação da cadeia de abastecimento;
  • Projeto Aurum, também do Centro de Hong Kong, que avança para uma nova fase de estudo da privacidade dos pagamentos em CBDCs de varejo;
  • Projeto NGFS Data Directory 2.0, liderado pelo Centro de Singapura, com o propósito de reconstruir a plataforma de diretório de dados da rede para esverdear o sistema financeiro;
  • Projeto Promissa, estudo realizado em conjunto com o Banco Mundial e o Banco Nacional Suíço, tendo o Fundo Monetário Internacional como observador, a iniciativa testa a viabilidade da tokenização de notas promissórias;
  • Projeto Hertha, lançado pelo London Centre e que pretende testar a utilização de análises de rede na identificação de padrões em crimes financeiros nos sistemas de pagamentos.

Além disso, o BIS também continuará trabalhando no Projeto Mandala, com foco na automação dos processos de conformidade para pagamentos transfronteiriços; no Projeto Pyxtrail, acompanhando os balanços de stablecoins lastreadas em ativos; no Projeto Cambridge, que experimenta uma plataforma multi-CBDC internacional; bem como em trabalho semelhante do Federal Reserve de Nova York com a Autoridade Monetária de Singapura.

 

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