Pagamentos seguem evoluindo e apontam novas tendências para 2024

Muitos movimentos iniciados em 2023 continuarão moldando fortemente o cenário de 2024, revelando novos impulsos para o setor a partir de agora.
Pagamentos seguem evoluindo e apontam novas tendências para 2024
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Equipe Propague
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A interação entre tecnologia, inovação e regulamentação segue orientando a trajetória de contínua evolução do setor de pagamentos ao longo dos últimos anos.

E, em 2024 não será diferente, segundo o Relatório de Tendências Globais de Pagamentos e Fintechs, publicado anualmente pela plataforma The Paypers.

Baseado nas percepções fornecidas por dezenas de especialistas em pagamentos e fintechs em todo o mundo, a publicação traz um panorama sobre as tecnologias e métodos de pagamentos emergentes e com maior probabilidade de crescimento em 2024 e nos próximos anos.

Entre os entrevistados estão: líderes de inovação; tecnólogos e analistas das principais instituições financeiras; provedores de soluções; e empresas de pagamento e consultorias que monitoram as inovações e tendências nos principais mercados em todo o mundo.

As tendências mais significativas abrangem movimentos novos, mas também os já identificados em 2023, que continuarão a moldar o cenário de pagamentos em 2024.

Embedded finance e pagamentos transfronteiriços em tempo real entre as principais apostas

De acordo com a publicação, o embedded finance (finanças incorporadas, na tradução direta), deverá ganhar ainda mais impulso em 2024, experimentando um rápido crescimento.

Para os especialistas e principais players do setor, esse avanço significa um movimento em direção a uma maior inclusão financeira e maior acessibilidade das pessoas a pagamentos e outros serviços financeiros, permitindo que as empresas não financeiras ampliem o atendimento a seus clientes.

Outra forte tendência do setor são os pagamentos transfronteiriços. Essas transações tem passado por grandes transformações, com foco em pagamentos em tempo real, interoperabilidade e economia.

Nesse cenário, as fintechs são as principais protagonistas pela liderança na construção da infraestrutura necessária para os pagamentos além-fronteiras de forma instantânea, área em que as APIs de pagamento estão em ascensão, constituindo 34% das funcionalidades observadas.

Ao mesmo tempo, o surgimento de mais moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) desempenha um papel importante nesse processo, com maior ênfase na conformidade e segurança.

Nessa linha, a expectativa é de que as CBDCs possam proporcionar pagamentos transfronteiriços mais rápidos, seguros e transparentes.

Além disso, o aumento no uso das stablecoins também deverá abrir caminho para uma melhor interoperabilidade econômica e um comércio global mais simplificado.

América Latina lidera pioneirismo quanto ao uso de moedas digitais

A América Latina é destaque nessa onda transformadora em torno das moedas digitais, apresentando rápida adoção e integração nas transações monetárias do dia a dia.

O relatório concluiu que a revolução dos pagamentos digitais, iniciada na pandemia, está agora se solidificando, com aumento do interesse em criptomoedas em toda a região.

Conforme uma pesquisa da Mastercard, cita a publicação, 51% dos clientes latino-americanos utilizaram ativamente moedas digitais para compras, com aproximadamente 1/3 escolhendo stablecoins.

O que se observa é que as fintechs na América Latina estão adotando rapidamente a stablecoin USDC para vários casos de uso, como plataformas de comércio eletrônico integradas a dólares digitais e remessas internacionais.

Essa preferência generalizada pelas moedas digitais é impulsionada pelo fato de uma grande parte da população ter acesso limitado a serviços bancários padrão, fazendo com que elas se configurem como alternativa financeira essencial.

Aumento do foco em segurança e conformidade

Em resposta aos conflitos globais e à evolução das regulamentações, o relatório afirma que existe uma ênfase crescente na conformidade e segurança em pagamentos.

Embora seja um movimento iniciado em 2023, o reforço no uso da inteligência artificial (IA) e do aprendizado de máquina para triagem e transações de sanções e monitoramento continuará a ser prioridade em 2024.

Nesse aspecto, a IA generativa segue promissora quando se fala em serviços financeiros, oferecendo vários casos de uso para aprimorar as ferramentas e processos existentes.

No entanto, vale lembrar que, pelos riscos associados, as empresas devem desenvolver novos processos de negócios, identificando ameaças e desenvolvendo quadros regulatórios para o próprio uso da IA.

Digitalização e sustentabilidade caminharão juntas

A crescente digitalização da economia tem feito com que as autoridades se atenham cada vez mais à observância da sustentabilidade nesse movimento de inovação.

A Comissão Europeia, por exemplo, sinaliza que, em 2024, continuará a abordar as potenciais desvantagens de diversas propostas legislativas para consumidores vulneráveis.

Nesse sentido, iniciativas como a Lei da Acessibilidade e a terceira versão da PSD (sigla em inglês para Diretiva de Serviços de Pagamento) enfatizam a acessibilidade, proteção e inclusão de grupos vulneráveis nos serviços financeiros.

Ademais, o cenário econômico global vem sendo fortemente influenciado por fatores geopolíticos, assim como pela crise climática em curso.

Desse modo, acrescenta o relatório, os decisores políticos estão cada vez mais atentos à necessidade de um equilíbrio cuidadoso entre avanços tecnológicos e riscos globais.

 

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